Estas palavras me acompanham desde o início da adolescência, quando ganhei de presente "O Pequeno Príncipe", de Antoine de Saint-Exupéry. Vieram-me à mente em inúmeras ocasiões, e em cada ocasião, adquiriram um sentido diferente. A mais recente, foi numa conversa com uma amiga. Comentávamos a importância que as pessoas dão às manifestações visíveis, o peso das aparências, o predomínio das percepções audiovisuais na formação de conceitos - muito mais das visuais que das de "áudio". Falávamos sobre a nossa forte tendência de atribuir significado aos dados visuais, de avaliar pessoas e objetos pelo que nossos olhos nos dizem. No entanto, nossa visão física é extremamente limitada. Ela nos fornece informações a respeito, apenas, de uma mínima parcela da realidade. Somente da parcela visível. Sim, porque depois de Einstein, o mundo ocidental ficou sabendo que o que vemos é apenas um dos possíveis estados da matéria, que matéria nada mais é que energia vibrando numa freqüência muito baixa, e que ela existe em inúmeras outras formas tão reais quanto a que conhecemos. Para o Espiritismo, há o mundo dos fluídos, da matéria sutil, movida através do pensamento e da vontade, do perispírito, do mecanismo das influências espirituais, a explicação das curas mediúnicas e muitos outros fatos e fenômenos. As causas de grande número de doenças são invisíveis, e estão intimamente ligadas aos tipos de emoções, pensamentos e sentimentos habituais, que não enxergamos. As ligações de natureza obsessiva entre Espíritos pertencem a esta dimensão invisível, gerando distúrbios físicos e psíquicos, alguns bastante graves. O próprio Mundo Espiritual, que interpenetra o Mundo Físico, só pode ser observado com os sentidos espirituais. A prece, tão útil e eficaz, não pode ser vista, nem tocada com nossos dedos materiais. Apenas nossa alma se ressente da impressão benéfica do contato com os Espíritos Superiores. O passe espírita é uma transmissão de fluídos com propriedades terapêuticas, manipulados pelos bons Espíritos. Tudo isto se dá sem que presenciemos sua atuação, porém seus resultados são patentes. A própria agregação da matéria só é possível pela ação do elemento espiritual. A maioria dos eventos observáveis pelo olho humano não tem explicação, se não considerarmos a presença de fatores que não se pode ver. O mundo material é, como diz Kardec, apenas um pálido reflexo do mundo real. Ou, se quisermos, apenas uma de suas muitas faces. O mais essencial de toda a realidade está invisível. Rita Foelker |
