Aviso

Queridos irmaos o chat esta aberto a todos ...aqueles que sentirem necessidade pode la fazer sua prece individual...usem e fiquem a vontade pq a espritualidade presente ira acolher depende unicamente da fé de cada um.....
Muita paz e luz a todos

domingo, 28 de setembro de 2014

Vós sois deuses


“Vós sois deuses”, disse o Mestre de Nazaré, referindo-se à nossa condição de seres imortais.
“Podeis fazer tudo que faço e muito mais”, acrescentou ainda.
Recordamos-lhe a vida e o vemos andando pelas estradas, atendendo o povo, sem cansaço.
O povo, a sua paixão. Onde se manifestasse a dor, ei-Lo a espalhar o consolo.
Ele adentra Naim e, deparando-se com um féretro que levava ao sepulcro um corpo jovem, compadece-se da mãe em prantos.
Estanca o passo dos homens e ordena ao moço que se erga, devolvendo-o à mãe, agora em júbilo.
Ele convive com a má-vontade e a ignorância dos homens. Ouve as perguntas, tolas por vezes, que lhe são dirigidas e as responde, elucidando.
Vai à casa dos apontados como corruptos, serve-se do momento para ensinar o bem, sem conspurcar-se.
Ergue a mulher equivocada de Magdala, convidando-a a reformulação íntima.
Recebe-lhe as demonstrações de carinho e ternura, mas insiste no convite à mudança de atitude.
Imparcial, sempre. Sereno, também.
Devolve a vista ao cego de nascença e lhe recomenda nada dizer a ninguém.
Como se pudesse o beneficiado deter a alegria de que se revestiu.
Liberta o homem de Gadara da legião de espíritos infelizes que o atormentavam.
Aponta diretrizes renovadas à mulher, na fonte, e lhe possibilita o crescimento espiritual.
Da virtude que emana de seu espírito oferta a cura ao problema hemorrágico da mulher das distantes terras de Cesaréia de Felipe.
Entra, triunfante, em Jerusalém, sem, no entanto, prender-se às efêmeras manifestações de júbilo com que o recebe o povo.
“Podeis fazer muito mais...”
Obediente à assertiva do cristo, Albert Schweitzer embrenhou-se no coração da áfrica equatorial francesa e se dedicou aos seus irmãos negros.
Construiu seu hospital do nada, praticamente com as próprias mãos. Tudo para atender os pacientes africanos atacados de todas as doenças, desde lepra até elefantíase.
Foi-lhes médico, pastor, professor. Suportou-lhes a ignorância que os fazia comer os ungüentos receitados para afecções da pele.
Ou beber de uma só vez o vidro de medicamento destinado a durar semanas. Ou quando tentavam envenenar outros internos.
Quando o silêncio descia sobre o resto do acampamento, ele trabalhava até meia-noite, ou mais tarde ainda, escrevendo ou respondendo cartas.
Quando partiu para a África, Schweitzer pensou que estava abandonando para sempre as coisas que lhe eram mais caras: a arte e o ensino.
Mas sempre teve um piano consigo na áfrica e assim pôde manter em dia sua música. Suas gravações de Bach em órgão obtiveram grande êxito.
Cada vez que voltava à civilização, fazia uma longa série de conferências, havendo sido homenageado por inúmeras universidades.
Além disso, trabalhando à noite, manteve uma produção literária constante. Os homens lhe reconheceram a grandeza: ele recebeu o prêmio Nobel da paz, em 1952.
“Vós sois deuses... Podeis fazer muito mais...”
Schweitzer fez. Que podemos nós realizar?
Equipe de Redação do Momento Espírita.

Coragem e fidelidade


Pilatos, Procurador da Judéia na época em que Jesus foi crucificado, ficou famoso na História da Humanidade pela falta de coragem de tomar uma decisão justa com relação ao condenado à morte, que ele sabia ser inocente.
E a expressão lavar as mãos é relativa à covardia de Pôncio Pilatos, que deixou que o povo decidisse sobre a vida de Jesus, quando poderia ter se posicionado com firmeza e libertado o Mestre de Nazaré.
Se o Procurador tivesse sido fiel ao cargo que ocupava, a História do Cristianismo poderia ter mudado seu rumo.
Outras autoridades da época, como os senadores romanos, poderiam, se quisessem, ter intercedido em favor de Jesus, mas não o fizeram.
Mas esse tipo de covardia moral ainda é comum nos tempos atuais.
Há os modernos Pilatos que ainda lavam as mãos na hora de tomar decisões firmes e justas, jogando a incumbência a terceiros, para se isentarem de comprometimentos com este ou aquele grupo de opositores.
Ficar de bem com todos é a meta, embora a consciência acuse a imoralidade e a falta de ética.
Assim, vemos autoridades de vários setores jogando a responsabilidade que seria sua, nas costas de outras pessoas, que são os chamados testas de ferro ou bodes expiatórios.
No entanto, a Humanidade sempre teve exemplos de dignidade e honradez de homens que, mesmo sem assinar um compromisso, defenderam com fidelidade as causas que abraçaram.
Gandhi, mesmo não sendo político, mudou a escala de valores políticos do mundo, sem usar as armas habituais dos políticos.
Luther King, mesmo sem ser sociólogo, provocou mudanças radicais nos valores sociais da Humanidade.
Albert Schweitzer, mesmo não assumindo um compromisso na área humanística, alterou os valores humanitários da Terra.
E a escala de amor do mundo jamais foi a mesma depois de Jesus Cristo.
Assim, seja qual for a nossa área de ação, busquemos tomar as decisões que nos cabem, com coragem e fidelidade.
Em qualquer profissão, desde a mais humilde até a mais significativa, temos oportunidade de agir com segurança ou lavar as mãos.
Pilatos e os demais homens que tinham poder de decisão mas lavaram as mãos, certamente amargaram o gesto por muitos séculos.
Não sejamos nós a nos comprometer negativamente em situações que nos solicitam firmeza e fidelidade.
Ninguém responderá pela parte que nos cabe a não ser nós mesmos. Seja essa parte grande ou pequena, se é de nossa responsabilidade teremos que prestar contas às Leis Divinas, mais cedo ou mais tarde.
Dessa forma, antes de nos decidirmos por ficar bem com todos, pensemos primeiramente em ficar bem com a nossa própria consciência e com Deus.
*   *   *
A fidelidade ao bem mede a estatura moral do homem, fala dos seus sentimentos espirituais, expressa sua evolução e candidata-o a mais elevadas responsabilidades.
Redação do Momento Espírita com pensamento final colhido
  no verbete  Responsabilidade, do livro Repositório de 
sabedoria, v. 2, pelo Espírito Joanna de Ângelis, 
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 07.12.2009.

A tríplice função social do Centro Espírita Parte




Para que um saber se insira na sociedade é necessário a existência  de estruturas formais  que assegurem a sua difusão, a criação de uma consciência coletiva de profitentes e o desenvolvimento de práticas que validem e utilizem tal conhecimento de modo a fazê-lo mais aceito. Por isto a Cosmovisão espírita, construída a partir da revelação espiritual codificada por Allan Kardec , presentificando-se no mundo, vivencia os mesmos processos de outras mundividências para se instaurar nas entranhas da sociedade.
Em que pese suas profundas diferenças de organização em relação a outros saberes, a começar pela inexistência de hierarquia bem como  o contato permanente com participantes interexistenciais  – espíritos desencarnados –  o Espiritismo constituiu uma célula máter para desenvolver suas atividades: o centro espírita  hoje considerado sua unidade fundamental.
Nele realizamos  os mais variados trabalhos em consonância com as demandas evolutivas  das pessoas que o buscam  organizando suas atividades sob a ótica dos princípios espíritas que nos oferece os parâmetros  necessários para discernirmos o que convém efetivar, seu modo de operar e como avaliar nossas ações.
Como os centros espíritas surgem ao sabor das decisões pessoais e de pequenos grupos, algumas vezes sob orientação ostensiva de entidades espirituais, é compreensível que apresentem variedade de formas de organização, de ênfase em algumas atividades, e até mesmo de foco em um ou outro princípio norteador da Doutrina Espírita.
Considerando os motivos identificados nas pessoas que buscam tais instituições e seus objetivos institucionais decorrentes da cosmovisão espírita, organizamos suas atividades prevalentes em três núcleos  que correspondem a aspectos da sua função social: centro de saúde e promoção da pessoa, educandário e templo.
Centro de saúde
Considerando que estarmos encarnados é reflexo da nossa situação espiritual cujo movimento evolutivo é impulsionado pela dor, todos em algum momento demandaremos hospitalidade. E pelo fato do pensamento espírita nos mostrar numa maior inteireza como seres espirituais manifestando-se por instrumentos intermediários impermanentes  ou passíveis de transformação, nossas vestes transitórias chamadas de corpo somático e perispírito, é necessário que dediquemos parte da nossa atenção a atividades referentes a melhoria da qualidade de vida no sentido multidimensional biopsicossocioespiritual incluindo inclusive os sofredores incorpóreos.
Assim tem relevância tudo que fizermos em termos de saúde e promoção humana, justificável por vários princípios espíritas a começar pela solidariedade entre irmãos já que somos filhos da mesma criação divina, da necessidade evolutiva de expressarmos amor  como alavanca do nosso progresso e da compreensão do mandamento de Jesus, considerado guia e modelo por excelência pelo Espiritismo, que recomendava:” curai os enfermos”.
Como a cosmovisão espírita não despreza as contribuições da visão materialista do mundo, incluindo-as e transcendendo-as é natural que algumas de nossa atividades  se assemelhem na forma  àquelas existentes na sociedade. Em nome da caridade acolhemos as pessoas que precisam de cuidados biológicos, de atendimentos psicológicos e  de ações sociais e até nos propomos a seguir normas jurídicas vigentes para minimizarmos a dor do mundo . Ainda que não elejamos o corpo como foco principal de nosso existir devemos vê-lo como o “templo onde habita o espírito, veículo de manifestação do ser imortal, síntese evolutiva do espírito no domínio das formas materiais.
Entretanto mesmo nestas instâncias devemos fecundar nossas ações com a perspectiva de que lidamos com um ser imortal em transitória condição de vida  cujas circunstâncias são também momentos significativos para dinamizarmos  o processo evolutivo.  E porque entendemos que a vida biopsicossocial é uma conseqüência da dimensão espiritual evolutiva de cada ser mesmos nos procedimentos  triviais  de elevação da  qualidade de vida além de aliviarmos os efeitos devemos remontar às causas que são em última instância derivadas do espírito.
Na ação espírita solidária também diferimos das práticas materialistas por termos conhecimento sobre fluidos, energias psíquicas, influências espirituais obsessivas, processos de adoecimento palingenésico, ausência de Deus, como fatores geradores de sofrimento. Por outro lado temos ao nosso dispor modalidades de trabalho não disponíveis em um centro de saúde comum como a água magnetizada, o passe, a consulta espiritual, as práticas desobsessivas, o aconselhamento a partir da trajetória evolutiva,  os trabalhos de esclarecimento grupal sobre o adoecer e o curar-se,  para citar algumas das práticas mais corriqueiras já consagradas pelo uso no movimento espírita.
A tríplice função social do centro espírita – Parte II
Educandário
Segundo a análise dos princípios espíritas a educação é concebida como um caso particular, basicamente humano, do processo evolutivo que encadeia o átomo e o arcanjo, numa série de transformismos inerentes à lei do progresso. Trata-se assim o fenômeno educativo como um desvelar de potencial do ser essência  nas suas manifestações até atingirmos o estágio preconizado por Jesus ao afirmar: sede perfeitos como perfeito é o Pai Celestial.
Mais uma vez estamos, neste aspecto das atividades espíritas, enriquecidos por fundamentos filosóficos e psicológicos para a educação que consideram os avanços das concepções pedagógicas humanistas centradas numa vida corporal única  e vão além, fazendo os ajustes necessários. Enfatizamos a primazia do espírito sobre a matéria  ao trabalharmos com a informação de que somos seres espirituais  vivendo uma experiência humana.
Por razões históricas e sociais, no Brasil dos séculos XIX e XX, o movimento espírita definiu ser prioritário investir na educação do povo seja porque exercia sua solidariedade com os mais necessitados seja por entender que a compreensão lingüística, mesmo em moldes tradicionais, favorece a liberdade de consciência, um passo evolutivo relevante na atualidade e facilita o acesso intelectual ao saber espírita. Assim nasceram muitas instituições educacionais comandadas por espíritas, inseridas na rede de ensino oficial e, em conseqüência, utilizando-se de didáticas que por sua origem se restringem  à formação intelectual, ao cultivo de habilidades psicomotoras e preparação para o mercado de trabalho e ao cultivo de alguns valores de forma incipiente.  Em alguns casos, quando possível se inseriu em sua grade curricular momentos de educação moral e religiosa e até mesmo estudos espíritas.
Este esforço de valorização da educação, uma demonstração clara do sentido de benemerência  difundido nos arraiais espíritas, em certo sentido facilitou o reconhecimento dos espíritas no meio social e perante órgãos governamentais. Entretanto, por sua própria natureza, não explorou as fontes do saber espírita e se tornou uma introdução à prática educacional espírita, hoje muito mais organizada e diversificada na sua célula máter. Em muitos centros espíritas ensino-aprendizagem  inclui  palestras organizadas para públicos flutuantes, ações didáticas para diferentes faixas etárias com programas diversificados, estudos específicos de autores, de temas selecionados, grupos de autoconhecimento e desenvolvimento do potencial humano, práticas educativas em torno da mediunidade e mais raramente pesquisas.
Construir um arcabouço teórico-prático  e vivencial para as atividades espíritas em educação é uma demanda cada vez mais significativa para o progresso do Espiritismo e o cumprimento de sua missão quanto a renovação social. O que já foi realizado até então, nada desprezível, situa-se como parte do edifício pedagógico que precisamos erguer .
Tomando como base o discurso de Allan Kardec sobre a educação do caráter , sua vivificação e ampliação  pelos seguidores que o sucederam, esboça-se o aproveitamento de todas as faculdades psíquicas, de diferentes estados de consciência, do uso da compreensão evolutiva e palingenésica como realidades possíveis no ato pedagógico a partir da cosmovisão espírita.
E tendo como modelo pedagógico as ações de Jesus e seus apóstolos no Evangelho deveremos levar em consideração a adequação dos conteúdos e das vivências educacionais a cada ser em sua zona proximal de aprendizagem pois Ele falava por parábolas ao povo, reunia um  grupo para convivência diária, ampliava este grupo nos momentos de difusão do Evangelho e o reduzia quando se tratava de vivências especiais como no monte Tabor ou no jardim  das Oliveiras.
Também deveremos dar ênfase ao finalismo da educação do Evangelho, que o Espiritismo pretende revitalizar pois  assume como missão sua reviver o  padrão evangélico, e ele nos aponta para um ser educado em conformidade com a lei de Deus, buscando prioritariamente o reino dos céus, tendo fé a ponto de imitar Jesus em seus feitos, desapegado dos bens do mundo, amando a ponto de fazê-lo incluindo os inimigos e dando a própria vida corpórea em favor dos amados, e fazendo brilhar a luz diante dos homens para a glória de Deus.
Em decorrência das atividades do educandário deverá florescer uma comunidade espírita unificada pelo  pelos princípios ainda que expressando sua diversidade evolutiva. Um mais amplo sentido de família será desenvolvido através de laços espirituais onde todos se reúnem em torno de um projeto evolutivo individual e comunitário e aporta sua contribuição conforme suas possibilidades e recebe apoios de acordo com suas necessidades e disponibilidades da comunidade aos poucos convergindo para uma idealizada situação similar aos apóstolos que segundo a narrativa de Lucas eram um só pensamento e um só coração na comunidade original perto de Jerusalém.
A  tríplice função social do centro espírita – Parte III
Templo
Em nossa viagem evolutiva precisamos de estímulos que nos façam sair dos limites da consciência normal e das influências dos hábitos do subconsciente. Isto só é possível de retirarmos o véu que impede o acesso as zonas superiores da nossa psique configuradas no superconsciente, em cujo âmago está a assinatura de Deus. Isto é possível através dos momentos de oração, em preces que pedem, agradecem e louvam, em contemplações que nos fazem perceptivos a unidade fundamental do cosmos, em meditações que nos permitem realizar a ascese espiritual do estágio humano até a percepção unificada em Deus, na busca de vivências de transcendência quando superamos  as barreiras da mente e seu modo de perceber centrado no espaço e no tempo, enfim na experiência do êxtase que nos permite adentrar com consciência o reino propriamente dito da essência.
A função social de templo nos remete ao lugar do sagrado, à experiência do numinoso, à entrada na consciência do permanente, e por conseqüência, a compreensão da sabedoria perene, do deleite no Eterno, no Absoluto, na Plenitude.
Por considerarmos a mais arrojada atividade do espírito, viver o sagrado, é essencial para dinamizar nosso processo evolutivo. Através dela fazemos conexões interdimensionais com os luminares da Verdade, do Belo, do Bem, da Justiça e gozamos   de momentos ditosos que são incomparavelmente superiores aos prazeres até então vividos em sua maioria restritos a uma consciência sensório-emocional. Ainda que não consigamos manter o clima psíquico especial sua presença sutil impregnará nossas atitudes e reorientará nosso sistema de  decisão nas questões humanas do cotidiano.
Ainda que não tenhamos alcançado a mesma desenvoltura nas práticas de templo quando comparadas ao hospital e ao educandário, o que em certo sentido nos sinaliza para nossas dificuldades em ultrapassar o humano em direção à angelitude, realizamos algumas atividades que merecem maior disseminação como as orações introdutórias nas atividades do centro espírita, os círculos de oração à distância, os encontros de práticas meditativas, estes mais raros, a leitura em grupo de textos sagrados, em especial os evangelhos canônicos, os ensaios espirituais através da arte  de qualidade transcendental, as viagens mentais ou imaginativas em direção ao nosso futuro evolutivo e os encontros com líderes espirituais desencarnados através das vivências em desdobramento espiritual ou da mediunidade que orientam a implantação das percepções espirituais elevadas na consciência humana .
Como pretendemos  ultrapassar a consciência mítica e mágica caracteristicamente pré-racional, alijamos de nossas instituições rituais que nos aprisionam nesta fase anterior do desenvolvimento psíquico.  Entretanto ainda não conseguimos ultrapassar com facilidade a nossa estabelecida racionalidade para adentrarmos o reino consciencial intuitivo-afetivo onde vigora a síntese e as experiências de fé que nos dão certeza além dos fatos, referendando o ensino de Jesus a Tomé que dizia serem bem-aventurados os que não viram e creram. Esta limitação nos priva de realizarmos  as  possibilidades entrevistas nas afirmações de que deveremos gravitar em torno de Deus ou de sermos co-criadores do Universo em união com Ele.  O exercício perseverante no templo nos facultará acessarmos a regiões inusitadas da psique e do mundo espiritual, ampliando nosso sentimento de religiosidade até alcançarmos a gênese fenomênica do Cosmos e sua causa primordial.

É evidente que  o centro de saúde, o educandário e o templo só existem e realizam a sua missão a contento na medida em que preparam trabalhadores competentes para cada mister. Daí porque é essencial a adequada capacitação do voluntariado espírita em alguma instância do movimento espírita o que usualmente é uma tarefa prioritária das  chamadas atividades federativas. Há porém que se responder algumas indagações prementes para cultivarmos o progresso do movimento espírita ao tempo que asseguramos a sua unidade substancial. Entre elas destacamos:
Quais os parâmetros utilizados para caracterizar uma atividade espírita?
Como proceder para facilitar o surgimento de trabalhadores compromissados com a cosmovisão espírita e, portanto orientando-se pelos ensinos do Evangelho, capazes de atender as demandas do centro de saúdel, do educandário e do templo?.
Como construir a melhor forma de organização institucional adequada a cada comunidade de espíritas e ao mesmo tempo unificada nos objetivos e princípios espíritas?
E como avaliar se nossas atividades estão congruentes com os objetivos espíritas e alcançam os resultados  que delineamos?

Vale ainda ressaltar que esta divisão de funções é ainda um artifício organizacional  pois elas estão entrelaçadas, formando uma totalidade organísmica, e como tal podem, até certo ponto, serem exercidas simultaneamente.
E mesmo esta descrição das funções não ilustra a totalidade da ação dos centros espíritas  pois seus profitentes podem estar realizando ações espíritas em ambientes de trabalho, nos órgãos de comunicação, em conselhos sociais  etc…
Os que acreditamos  na visão de mundo centrada no espírito e temos nosso oásis evolutivo no centro espírita e em seus órgãos de unificação do pensamento e sentimento devemos levar adiante com redobrado denodo a tarefa de semearmos no mundo esta percepção da realidade que de tão revolucionária demandará muitas transformações pessoais, coletivas e interexistenciais.
O desafio é vasto, a meta é grandiosa, a missão vista através deste prisma é entusiasmante.
Avante pois trabalhadores espíritas. O reino da bem-aventurança é o nosso destino.

ALPeixinho
Diretor – presidente da FEEB.

sábado, 27 de setembro de 2014

Primavera em nossa alma


Desde pequenos, muitos de nós elaboramos planos para a vida adulta.
Enquanto alguns crescem alimentando os sonhos infantis e os concretizam na maturidade, outros os deixam para trás.
Buscamse realizar pessoal e profissionalmente de uma forma diversa daquela planejada no início.
Enfim, todos nós temos objetivos a cumprir e metas a alcançar.
Importante analisarmos de que forma estamos agindo na concretização desses sonhos.
Na profissão ou ocupação que desenvolvemos, estamos agindo apenas em troca de uma remuneração financeira ou nos preocupamos em fazer algo mais, que vá além de nossa obrigação?
No caso de termos subalternos, de que maneira os estamos tratando? Importamo-nos com suas questões pessoais?
Temos sido amáveis e atenciosos com nossos familiares e amigos?
O bem está tendo espaço em nossa vida?
*   *   *
Não nos esqueçamos de que é possível ser caridoso a todo tempo e em todos os lugares. Oportunidade não nos falta.
É muito bom quando conseguimos reservar algum período do nosso tempo para o serviço sem remuneração, para a ação em favor da comunidade, para a caridade fraternal.
Esse tempo específico para agir no bem tem grande valor para Deus. Mas tenhamos a convicção de que não precisamos de um momento exclusivo para colocar o amor em ação.
Podemos agir caridosamente dentro do nosso ambiente familiar e em todas as relações sociais.
O modo como tratamos o próximo é que determina a nossa grandeza.
Tiremos o foco de nós mesmos e nos preocupemos com aqueles que estão a nossa volta, observando o quanto nossas boas ações, por mais simples que sejam, têm influência sobre eles.
Cuidemos para que a nossa vontade não prevaleça sempre sobre a dos outros. O exercício de fazer concessões nos leva, aos poucos, a deixar de lado o orgulho que ainda carregamos.
Chegará o momento de partirmos desta morada e o que ficará serão nossas obras. O que realizamos é sempre mais importante do que nós mesmos.
Façamos, então, a diferença e participemos de um momento de mudança em nossa sociedade, oferecendo bons exemplos, amparando e protegendo aqueles que necessitam, edificando construções de amor.
Preocupemos-nos em deixar algo de bom pelo caminho que percorremos. Belas obrasque possam ser levadas adiante por outras pessoas, independentemente de nossa presença.
Não importa se escolhemos seguir os sonhos da infância ou se optamos por buscar outras formas de nos realizarmos.
O importante é a maneira como estamos trilhando o caminho que escolhemos e a história que estamos deixando registrada.
Lembremo-nos da primavera, época encantadora e de vida abundante, na qual as flores e o canto dos pássaros embelezam nossos dias.
Assim como o aroma e as cores dessa estação nos trazem alegria, sejamos nós capazes de embelezar a vida do nosso semelhante com o perfume do bem.
Façamos então primavera em nossa alma.

Redação do Momento Espírita.
Em 24.5.2013.

Abraço de filho


Abraço de filho deveria ser receitado por médico.
Há um poder de cura no abraço que ainda desconhecemos.
Abraço cura ódio. Abraço cura ressentimento. Cura cansaço. Cura tristeza.
Quando abraçamos soltamos amarras. Perdemos por instantes as coisas que nos têm feito perder a calma, a paz, a alma...
Quando abraçamos baixamos defesas e permitimos que o outro se aproxime do nosso coração. Os braços se abrem e os corações se aconchegam de uma forma única.
E nada como o abraço de um filho...
Abraço de Eu amo você. Abraço de Que bom que você está aqui. Abraço de Ajude-me.
Abraço de urso. Abraço de Até breve. Abraço de Que saudade!
Quando abraçamos, a felicidade nos visita por alguns segundos e não temos vontade de soltar.
Quando abraçamos somos mais do que dois, somos família, somos planos, somos sonhos possíveis.
E abraço de filho deveria, sim, ser receitado por médico pois rejuvenesce a alma e o corpo.
Estudos já mostram, com clareza, os benefícios das expressões de carinho para o sistema imunológico, para o tratamento da depressão e outros problemas de saúde.
O abraço deixou de ser apenas uma mera expressão de cordialidade ou convenção para se tornar veículo de paz e símbolo de uma nova era de aproximação.
Se a alta tecnologia - mal aproveitada - nos afastou, é o abraço que irá nos unir novamente.
Precisamos nos abraçar mais. Abraços de família, abraços coletivos, abraços engraçados, abraços grátis.
Caem as carrancas, ficam os sorrisos. Somem os desânimos, fica a vontade de viver.
O abraço apertado nos tira do chão por instantes. Saímos do chão das preocupações, do chão da descrença, do chão do pessimismo.
É possível amar de novo, semear de novo. É possível renascer.
E os abraços nos fazem nascer de novo. Fechamos os olhos e quando voltamos a abri-los podemos ser outros, vivendo outra vida, escolhendo outros caminhos.
Nada melhor do que um abraço para começar o dia. Nada melhor do que um abraço deBoa noite.
E, sim, abraço de filho deveria ser receitado por médico, várias vezes ao dia, em doses homeopáticas.
Mas, se não resistirmos a tal orientação, nada nos impede de algumas doses únicasentre essas primeiras, em situações emergenciais.
Um abraço demorado, regado pelas chuvas dos olhos, de desabafo, de tristeza ou de alívio.
Um abraço sem hora de terminar, sem medo, sem constrangimento.
Medicamento valioso, de efeitos colaterais admiráveis para a alma em crescimento.
*   *   *
Mas, se os braços que desejamos abraçar estiverem distantes? Ou não mais presentes aqui? O que fazer?
Aprendamos a abraçar com o pensamento.
O pensamento e a vontade criam outros braços e nossos amores se sentem abraçados por nós da mesma forma.
São forças que ainda conhecemos pouco e que nos surpreenderão quando as tivermos entendido melhor.
Abraços invisíveis a olho nu, mas muito presentes e consoladores para os sentidos do Espírito imortal, que somos todos nós.

Redação do Momento Espírita.Em 22.02.2012.

Esse incrível amor...



Dizem que é esse arroubo que faz o coração disparar, o sangue fluir ao rosto, as pernas tremerem ante a visão do ser amado.
Afirmam que amar é abraçar forte e, abraçados, assistirem o sol se aconchegar no poente, para adormecer até ser despertado pela manhã.
Falam que o amor é esse sentimento que emula o ser a escrever poemas, a declamar sonetos e compor serenatas...
Sim, todas essas são expressões do amor. Do amor de um ser para o outro.
Mãos que se entrelaçam, corpos que se aproximam, que se movimentam ao som da música que os embala. Abraços, beijos.
Mas o amor verdadeiro é quando tudo isso persiste após anos de convivência.
Amar é sentir prazer de estar com o outro, ouvi-lo, acalentá-lo.
Nos dias tristes, o amor é a nota melódica que cantarola esperança em ouvidos atentos.
É fazer uma declaração de amor, cantando versos, depois que as rugas fizeram arabescos na face e os cabelos se tingiram de neve e prata, ao toque dos delicados dedos do tempo.
Amar é, depois de filhos crescidos, netos à vista, dançar à luz do luar, no jardim da casa, na varanda do apartamento, observados por um céu de estrelas.
Amar é surpreender o outro com uma flor, um mimo em data qualquer.
É sair para tomar um suco, um só, no mesmo copo, com dois canudinhos. Só para poder encostar o nariz um no outro e os olhos sorrirem.
É repartir a pizza, para dividir as calorias. É tantas coisas pequenas, grandes, imensas...
É dizer: Deixe que eu faço.Você está tão cansada.
É buscar as crianças, banhá-las, dar-lhes o lanche e quando ele chegar, estar pronta para convidar:Vamos jantar só nós dois, em algum lugar?
É descobrir o que pode fazer o outro mais feliz. É preocupar-se com ele.
É comentar o novo penteado, elogiar a roupa nova.
É segurar a mão, no hospital, enquanto o ser amado convalesce.
É falar de esperança, acenando melhores dias, quando as sombras do desalento comparecem no céu familiar.
Amar é ter tempo para assistir juntos um filme, comentar depois e... assistir outra vez, para reviver as emoções positivas da primeira vez.
É lembrar do dia do aniversário, é surpreender.
Enfim, o amor verdadeiro é aquele que solidifica nos anos, amadurece no tempo e se perpetua pela vida afora.
Pense nisso e se pergunte se você ama de verdade.
Pense quando foi a última vez que fez uma declaração de amor, fez um elogio, deu um presente.
Quando foi a última vez que saiu para jantar, para dançar, para passear.
Quando foi a última vez que saíram de mãos dadas, que assistiram a um show de cabeças coladas uma à outra...
Pense.
E se descobrir que faz muito tempo, surpreenda seu amor ainda hoje.
Convide. Invente, mostre que em seu coração o sentimento sublime ainda vige forte, rijo, maravilhosamente presente.
Mas, faça isso, hoje.
Não estanque o gesto, nem perca a chance.
O amanhã poderá ser o momento que não chegue.

 Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita v. 12 e no
livro Momento Espírita, v. 6, ed. FEP.
Em 8.1.2014.