Aviso

Queridos irmaos o chat esta aberto a todos ...aqueles que sentirem necessidade pode la fazer sua prece individual...usem e fiquem a vontade pq a espritualidade presente ira acolher depende unicamente da fé de cada um.....
Muita paz e luz a todos

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

JUSTIÇA DA REENCARNAÇÃO


171. Sobre o que se funda o dogma da reencarnação?
— Sobre a justiça de Deus e a revelação, pois não nos cansamos de repetir: um bom pai deixa sempre aos filhos uma porta aberta ao arrependimento. Arazão não diz que seria injusto privar para sempre da felicidade eterna aqueles cujo melhoramento não dependeu deles mesmos? Todos os homens não são filhos de Deus? Somente entre os homens egoístas é que se encontram a iniqüidade, o ódio implacável e os castigos sem perdão.

Todos os Espíritos tendem à perfeição, e Deus lhes proporciona os meios de conseguí-la com as provas da vida corpórea. Mas, na sua justiça, permite-lhes realizar, em novas existências, aquilo que não puderam fazer ou acabar numa primeira prova.
Não estaria de acordo coma eqüidade, nem segundo a bondade de Deus, castigar para sempre aqueles que encontraram obstáculos ao seu melhoramento, independentemente de sua vontade, no próprio meio em que foram colocados. Se a sorte do homem fosse irrevogavelmente fixada após a sua morte, Deus não teria pesado as acões de todos na mesma balança e não os teria tratado com imparcialidade.
A doutrina da reencarnação, que consiste em admitir para o homem muitas existências sucessivas, é a única que corresponde à idéia da justiça de Deus com respeito aos homens de condição moral inferior; a única que pode explicar o nosso futuro e fundamentar as nossas esperanças, pois oferece-nos o meio de resgatarmos os nossos erros através de novas provas. A razão assim nos diz, e é o que os Espíritos nos ensinam.
O homem que tem a consciência da sua inferioridade encontra na doutrina da reencarnação uma consoladora esperança. Se crê na justiça de Deus, não pode esperar que, por todfa a eternidade, haja de ser igual aos que agiram melhor do que ele. O pensamento de que essa inferioridade não o deserdará para sempre do bem supremo, e de que ele poderá conquistá-lo através de novos esforços, o ampara e lhe reanima a coragem. Qual é aquele que, no fim da sua carreira, não lamenta ter adquirido demasiado tarde uma experiência que já não pode aproveitar? Pois esta experiência tardia não estraá perdida: ele a aproveitará numa nova existência.
Allan Kardec, de O Livro dos Espíritos, Capítulo IV, item

CAUSAS ATUAIS DAS AFLIÇÕES


 As vicissitudes da vida são de duas espécies, ou, se quisermos, têm duas origens bem diversas, que importa distinguir: umas têm sua causa na vida presente; outras, fora desta vida.
Remontando à fonte dos males terrenos, reconhece-se que muitos são a consequência natural do caráter e da conduta daqueles que os sofrem. Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição! Quantas pessoas arruinadas pro falta de ordem, de perseverança, por mau comportamento ou por terem limitado os seus desejos!
Quantas uniões infelizes,porque resultaram dos cálculos do interesse ou da vaidade, nada tendo com isso o coração! Que de dissenções de disputas funestas, poderiam ser evitadas com mais moderação e menos suscetibilidade! Quantas doenças e aleijões são o efeito da intemperança e dos excessos de toda ordem!
Quantos pais infelizes com os filhos, por não terem combatido as suas más tendências desde o princípio, Por fraqueza ou indiferença, deixaram que se desenvolvessem neles os germes do orgulho, do egoísmo e da tola vaidade, que ressecam o coração. Mais tarde, colhendo o que semearam, admiram-se e afligem-se coma sua falta de respeito e a sua ingratidão.
Que todos os que têm o coração ferido pelas vicissitudes e as decepções da vida, interroguem friamente a própria consciência. Que remontem passo a passo a passo à fonte dos males que os afligem, e verão se, na maioria das vezes, não podem dizer: "Se eu tivesse ou não tivesse feito tal coisa, não estaria nesta situação".
A quem, portanto, devem todas essas aflições, senão a si mesmos? O homeme é, assim, num grande número de casos, o autor de seus prórpios infortúnios. Mas, em vez de reconhecê-los, acha mais simples, e menos humilhante para a sua vaidade acusar a sorte, a Providência, a falta de oportunidade, sua má estrela, enquanto, na verdade, sua má estrela é a sua própria incúria.
Os males dessa espécie constituem, seguramente, um número considerável das vicissitudes da vida. O homem os evitará, quando trabalhar para o seu adiantamento moral e intelectual.
5. A lei humana alcança certas faltas e as pune. O condenado pode então dizer que sofreu a conseqüência do que praticou. Mas a lei não alcança nem pode alcançar a todas as faltas. Ela castiga especialmente as que causam prejuízos à sociedade, e não as que prejudicam apenas os que as cometem. Mas Deus vê o progresso de todas as criaturas. Eis por que não deixa impune nenhum desvio do caminho reto. Não há uma só falta, por mais leve que seja, uma única infração à sua lei, que não tenha conseqüências forçosas e inevitáveis, mais ou menos desagradáveis. Dode se segue que, nas pequenas como nas grandes coisas, o homem é sempre punido naquilo em que pecou. Os sofrimentos conseqüentes são então uma davertência de que ele andou mal. Dão-lhe a expeiência e os fzem sentir a diferença entre o bem e o mal, bem como a necessidade de se melhorar, para evitar no futuro o que já foi para ele uma causa de mágoas. Sem isso, ele não teria nenhum motivo para se emendar,e confiante na impunidade, retardaria o seu adiantamento, e portanto a sua felicidade futura.
Mas a experiência chega, algumas vezes, um pouco tarde; e quando a vida já foi desperdiçada e perturbada, gastas as forças, eo mal é irremediável, então o homem se surpeende a dizer: "Se no começo da vida eu soubesse o que hoje sei, quantas faltas teria evitado; se tivesse de recomeçar, eu me portaria de maneira inteiramente outra; mas já não há mais tempo!" Como o trabalhador preguiçoso que diz: "Perdi o meu dia", ele também diz: "Perdi a minha vida". Mas, assim como para o trabalhador o sol nasce no dia seguinte, e começa uma nova jornada, em que pode recuperar o tempo perdido, para ele também brilhará o sol de uma vida nova, após a noite do túmulo, e na qual poderá aproveitar a experiência do passado e pôr em execução suas boas resoluções para o futuro.
Allan Kardec, de O Evangelho Sobre o Espiritismo, Capítulo V, itens 4 e 5

CONFLITOS DOMÉSTICOS


Um dos mais graves problemas humanos está na dificuldade de convivência no lar. Pessoas que enfrentam desajustes físicos e psíquicos tem, não raro, uma história de incompatibilidade familiar, marcada por freqüentes conflitos.
Há quem os resolva de forma sumária: o marido que desaparece, a esposa que pede divórcio, o filho que opta por morar distante.
Justificando-se em face das tempestades domésticas alguns espíritas utilizam o conhecimento doutrinário para curiosas racionalizações:
— Minha mulher é o meu carma: neurótica, agressiva, desequilibrada. Que fiz de errado no passado, meu deus, para merecer esse "trem"?
— Só o Espiritismo para me fazer tolerar meu marido. Agüento hoje para me livrar depois. Se o deixar agora terei que voltar a seu lado em nova encarnação. Deus me livre! Resgatando meu débito não quero vê-lo nunca mais!
Conversávamos com idosa confreira que teve conturbada convivência com o esposo, falecido há alguns anos. e lhe dizíamos, brincando:
— A senhora vai ficar feliz quando desencarnar. Reencontraá seu querido. Ele a espera...
A resposta veio pronta, incisiva:
— Isso nunca! Prefiro ir para o inferno!
Um pai nos dizia:
— Certamente há um grave problema entre mim e meu filho, relacionado com o passado. Em certas ocasiões sinto vontade de esganá-lo. Ele me desafia, olha-me com ódio. Preciso controlar-me muito para não perder a cabeça.
realmente, nesses relacionamento explosivos que ocorrem em muitos lares há o que poderíamos definir como "compromisso cármico". Espíritos que se prejudicaram uns aos outros e que, não raro, foram inimigos ferozes, reencontram-se no reduto doméstico.
Unidos não por afetividade, nem por afinidade, e sim por imperativos de reconciliação, no cumprimento das leis divinas, enfrentam inegáveis dificuldades para a harmonização, mesmo porque conservam, inconscientemente, a mágoa do passado.
Daí as desavenças fáceis que conturbam a vida familiar. Naturalmente situações assim não interessam à nossa economia física e psíquica e acabam por nos desajustar.
Imperioso considerar, todavia, que esses desencontros são decorrentes muito mais de nosso comportamento no presente do que dos compromissos do pretérito. Não seria razoável Deus nos reunir no lar para nos agredirmos e magoarmos uns aos outros.
"Deus espera que nos amemos e não que nos amassemos".
Richard Simonetti, do livro "Uma Razão para Viver".

Uma Visão da Dor


  
O ser humano, espírito reencarnado na Terra, enfrenta terrível inimigo conhecido como dor, mas por necessidade evolutiva, destaquemos. Para os Espíritos Superiores a dor é mecanismo de progresso espiritual, constituindo-se, pois, como instrutora.

A dor pode apresentar-se em três aspectos: física, espiritual e moral. Estas recebem denominações várias: angústias, amarguras, aflições, tristezas, solidão, despeito, mágoa, ciúme, inveja, ingratidão, insegurança, irritação, indiferença, egoísmo, orgulho e todo um rosário de outras manifestações do espírito que se expressam na sua estruturação interna, com repercussões externas, incomodando-o profundamente.

Muito simples entender o que pretendemos mostrar. Não existisse a dor, o que aconteceria com a mão esquecida sobre uma chapa incandescente? Como ficariam nossos pés se caminhássemos sobre espinhos? Se fôssemos insensíveis ao choque elétrico, que conseqüências adviriam?

Para a medicina da terra a dor física é um sintoma de alarme, apresentado pelo organismo, dizendo que algo não vai bem com o seu funcionamento. Vista desta forma, a dor física deixa de ser uma inimiga e passa a ser uma grande aliada do nosso organismo ou do nosso corpo, pois este autêntico alarme revela que devemos parar e nos cuidar, de forma a atenuar ou aliviar por completo a sua presença desagradável. A forma mais eficaz para evitar a recidiva de qualquer sofrimento é descobrir a sua causa. Quando descoberta, a criatura inicia toda uma vigilância a fim de não o provocar, agindo de forma a neutralizar a sua fonte geradora.

O mesmo devemos fazer com as nossas dores da alma, isto é, a dor moral, aquela que atinge diretamente o espírito, acima referidas, que se mostram, na maioria, de difícil erradicação, tendo em vista que também existe a necessidade de descobrir-se a causa, a sua origem, muitas delas não encontradas nesta vida, mas no passado reencarnatório, dificultando muito a sua descoberta para quem não for um médico ou um psicoterapeuta reencarnacionista.

Depois de encontrar os analgésicos para alívio da dor física, a medicina terrena moderna chegou à conclusão de que o sistema que dispara a dor física tem seu fulcro central na alma, no processo emocional que funciona em seu interior. Evidencia-se para a medicina dos homens que a dor física tem a sua origem no desajuste da alma, é uma enfermidade espiritual que Jesus, o Médico Excelente, veio tratar através de um medicamento chamado Amor. Amar, eis o grande antídoto contra a dor do espírito, o medicamento que deve ser “ingerido” para neutralizar o seu surgimento. .

Fugir da dor, portanto, libertar-se do sofrimento são anseios buscados pelo espírito reencarnado, ou na erraticidade, ligados à Terra e ainda estigmatizados pela necessidade de incorporar ao seu conviver com o próximo, consigo mesmo e consequentemente com Deus os verdadeiros valores da Vida. Com o advento da Doutrina Espírita, sabemos que tais valores se acham em estado embrionário em nosso íntimo mais profundo, carecendo de serem encontrados e trabalhados, porque temos, os espíritas, a melhor noção de que somos espíritos imortais, com um destino fatal - a perfeição. Este é um determinismo divino.

Vejamos, inicialmente, que a dor, seja física ou espiritual, é sofrida por quem a provoca e que nunca bate em porta errada. Não há por quê, em hipótese alguma, atribuir a terceiros a culpa de nossas dores, pois que elas resultam das atitudes, dos procedimentos, das ações praticadas contra a Vida, ou, como queiram, contra Deus. Estivesse a dor fora de nossa realidade, estaríamos reencarnados em outro mundo.

Importa termos a consciência de que não é com o próximo que o ofensor contrai uma dívida, compromete-se, porque caso seja perdoado pelo ofendido, como ficaria a dívida contraída pelo ofensor? Sem resgate, sem pagamento? Assim sendo, saindo o ofendido com o seu perdão do ciclo energético negativo criado pelo ofensor, este será trazido às instâncias da Lei, de onde estiver, para aprender, através do mecanismo da dor, a não reincidir no mesmo erro. Desta forma, aqui na Terra, estamos aprendendo, em essência, a não errar mais.

Deus a ninguém liberta gratuitamente de suas faltas, por mais possam apregoar certas doutrinas cristãs, as quais preceituam que a aceitação simplista de Jesus, como o Salvador, seja o suficiente para que o crente se livre da dor. Transferir para outrem, para Jesus mesmo, as suas faltas a fim de que seja perdoado e liberto da dor é um ledo engano que não encontra respaldo na lógica da Justiça Divina.

Entorpecer o corpo de prazeres, segundo correntes materialistas científicas ou filosóficas, a ninguém isenta da dor. Existe, sim, a necessidade de assumir a responsabilidade de uma mudança comportamental, mudança que sempre pode libertar o indivíduo da dor, quando bem realizada segundo padrões éticos/morais cristãos.

Ignora quem aconselha a busca dos prazeres como forma de libertação da dor, que eles não costumam atender a sede total de quem os busca de forma desordenada. Muito pelo contrário, leva aos desvarios provocados pelas drogas alucinógenas, estupefacientes, quando usadas para se chegar a essas alegrias superlativas, diferentes, aquelas que projetam a criatura para fora de sua realidade. A consciência enferma que busca estes elementos nocivos para alegrar-se não pode ser conduzida à felicidade que não merece, nem à paz a que não faz jus.

A dor espiritual, principalmente, tem uma tarefa na sua postura existencial de servidora do ser humano: provocar-lhe o despertar consciencial, mostrando-lhe a necessidade de reequilíbrio emocional diante da Lei, o que redunda em fortalecer o seu sistema imunológico.

A linguagem da dor e o seu objetivo educativo repontam apenas em poucas pessoas, aquelas com certo amadurecimento espiritual, capacitadas a escutar e entender o seu funcionamento na Vida, no seu contexto dual, isto é, material e espiritual..

Sócrates, Francisco de Assis, Martin Luther King Júnior, Joanna d’Arc, Gandhi, John Fitzgerald Kennedy, Madre Tereza, Chico Xavier e tantos outros sentiram o aguilhão da dor na carne, sem permitir que ela lhes atingisse a alma, eles que sofreram a dor da humilhação, do cárcere injusto, de arbitrários julgamentos, mantendo, não obstante, a força do amor nos corações, oferecendo, assim,  para os pósteros, o testemunho de suas condições internas de leais servidores do Bem e da Humanidade.

Como moeda de resgate e alta concessão divina, a dor ajuda a fixar o bem em quem a sofre. “...Com a sua ausência ignoraríamos a paz, desconsideraríamos a alegria, maldiríamos a saúde”, na palavra de Joanna de Ângelis.

Nosso dever é a fixação da prática do bem em nossas telas mentais, em nosso inconsciente, ou psiquismo de profundidade, a fim de que este responda sempre aos nossos apelos nobres, às nossas justas iniciativas, preparado que se acha para responder de conformidade com o que nele introjetamos. Nosso inconsciente é terra fértil, nem boa nem má, apenas armazena o que lhe enviamos pela zona consciente, devolvendo, como recebeu, as nossas emoções e os nossos sentimentos, as nossas alegrias e as nossas mágoas, as nossas venturas e as nossas aflições.

Acalmar-se, tranqüilizar o emocional, eis a palavra de ordem do consciente ao inconsciente, embora a tormenta externa nos atinja e nos faça sofrer. Requisitado, o inconsciente responderá de conformidade com o que lhe enviou o consciente, repitamos.

Para Jesus a dor sofrida é felicidade, Ele que soube encarar o seu sofrimento como um amigo de todas as horas. Em todos os instantes de seu sofrimento elegeu a dor para exaltar o amor e a bondade como rota de luz, visando à pacificação geral. Assim mesmo prosseguiu imperturbável.

Mesmo que estejamos amesquinhados por dores e preocupações, dilacerados por aflições ultrizes, levantemo-nos estóicos e cristãos, com a cabeça aureolada de esperanças. Tomemos as asas do amor para com elas louvarmos a Jesus, o Senhor do Bem e da Paz, e sigamos rumo às regiões de Libertação onde nos aguardam todos quantos se amam, após haverem perlustrado os caminhos tortuosos dos enganos.

Temos, às nossas meditações, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. V, item 10, que as provações da vida fazem adiantar quem as sofre, quando bem suportadas; elas apagam as faltas e purificam o espírito faltoso. “Quanto mais grave é o mal, tanto mais enérgico deve ser o remédio”, salientam os Espíritos Superiores. Continuam: “( ... ) Dele, depende, pela resignação, tornar proveitoso o seu sofrimento e não lhe estragar o fruto com as suas impaciências, visto que, do contrário, terá que recomeçar”. E, no mesmo livro, capítulo XIV, item 9: “As provas rudes, ouvi-me bem, são quase sempre indício de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, quando aceitas com o pensamento em Deus”.

Por que comigo? – Entendendo o papel da dor em nossa vida


)

“Embora a dor e o pranto, não permitas
Que a tua fé sublime se abastarde…
Abraça a luta e segue para a frente,
Antes que seja tarde”
Espírito João Coutinho *
Emmanuel, o orientador Espiritual de Francisco Cândido Xavier, ditou para o Médium brasileiro a lição intitulada “A Mestra Divina”, parte do livro “Ceifa De Luz”, do mesmo autor. Neste belíssimo texto, o Espírito comenta os benefícios causados pela dor àqueles que compreendem a corrigenda, saindo da experiência, melhorados.  Explica que a dor “devolve-nos todos os golpes com que dilaceramos o corpo da vida, para que não persistamos na grade do erro ou nos cárceres do remorso”. (EMMANUEL, 1979, p. 119.) Afirma, ainda, que a Mestra Divina “aqui corrige, adiante esclarece, além reajusta, mais além aprimora” (p. 120), explicando, portanto, até onde a Dor pode atuar em nós, caso permitamos nos favoreça com suas sagradas lições.
Dentro dos postulados Espíritas, aprendemos que pertencemos, no atual estágio evolutivo, à categoria de Espíritos Imperfeitos, portanto, incompletos, em muito ignorantes, e, em muitos casos, ainda maus, essencialmente. Daí a necessidade de residirmos, temporariamente, em um mundo que reflete nosso estado íntimo, ou seja, em um planeta classificado como sendo de “provas e expiações”.
Tal classificação nos ajuda a entender o caráter da dor que nos atinge, na atualidade.
Podemos ser despertados por ela, a fim de resgatarmos débitos contraídos no passado [tanto remoto como atual], ou ainda para provarmos se já conseguimos desenvolver em nós as virtudes necessárias e possíveis para o momento.
“Não fiz nada para merecer isto! É um absurdo!”, afirmam muitos. Por certo, estes ainda não tomaram consciência de que muito temos a aprender na escola da vida; que aqui estamos na figura de devedores, buscando a regeneração, pelas vias da reencarnação e que toda experiência difícil nada mais é que oportunidade de aprendizagem. Instrumento perfeito, que serve:
Para uns, na aquisição da paciência.
Para outros, da humildade.
Outros, ainda, da resignação e da fé.
Ou de todas estas virtudes, concomitantemente.
Certo é que a Dor surge para crescermos. Este é o seu objetivo. O que faremos, com a sua visita, corre por nossa conta.
Diante das adversidades da vida, podemos buscar o que nos cabe aprender, fazendo o melhor, ou, revoltosos e indignados, podemos nos rebelar contra Deus, desfazendo-nos em muxoxos intermináveis e incabíveis.
Viktor Frankl, o eminente psiquiatra vienense, devido ao fato de ser judeu, foi perseguido e preso em campos de concentração, na Alemanha nazista. A esposa grávida, seus pais e irmãos pereceram nestes campos. Entretanto, o desafortunado homem sobreviveu e, estando em situação de completa fragilidade, buscou, acima das dores, um sentido para seu sofrimento.
Quando conseguiu a liberdade, lutou por divulgar suas percepções. Frankl passou a ensinar que o sentido da vida pode ser encontrado por uma pessoa através de três caminhos:
O primeiro diz respeito ao exercício de um trabalho que seja importante, ou a realização de um feito, uma missão, que dependa de seus conhecimentos e de sua ação, e que faça com que a pessoa se sinta responsável pelo que faz; o segundo caminho é o do amor a uma pessoa ou a uma causa, uma ideia, o que estabelece uma responsabilidade para com a pessoa amada ou à causa defendida e, por último, quando diante de um sofrimento inevitável, assumir uma postura de buscar um significado e utilidade para a dor, pois através da experiência cada pessoa pode contribuir para a vida de outras pessoas.
Afirmou ele que “dentro de cada um de nós há celeiros cheios onde nós armazenamos a colheita da nossa vida. O significado está sempre lá, como celeiros cheios de valiosas experiências. Quer sejam as ações que fizemos, ou as coisas que aprendemos, ou o amor que tivemos por alguém, ou o sofrimento que superamos com coragem e resolução, cada um destes eventos traz sentido à vida. Realmente, suportar um destino terrível com dignidade e compaixão pelos outros é algo extraordinário. Dominar seu destino e usar seu sofrimento para ajudar os outros é o mais alto de todos os significados para mim”. (FRANKL, 1985). Espírito valoroso, soube ouvir e entender a dor, retirando dela o que tinha de melhor.
No capítulo intitulado “O Poder do Amor”, do livro “No Mundo Maior”, de André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, irmã Cipriana, a devotada tarefeira do Bem, falando sobre os recursos da Dor, afirma, categoricamente, que “muitos retiram do sofrimento o óleo da paciência, com que acendem a luz para vencer as próprias trevas, ao passo que outros dele extraem pedras e acúleos de revolta, com que se despenham na sombra dos precipícios” (LUIZ, 1947 p. 92).
Sentir a dor é obrigatório. Revoltar-se com ela é opcional, assim como seguir pelos caminhos da regeneração, através da paciência e do amor.
Na atualidade, grandes dificuldades assolam o Planeta. Trata-se do processo de transição, no qual estamos à mercê de grandes convulsões, sejam de ordem individual, social, cultural, econômica, política ou geológicas. São as “dores do parto”, anunciadas profeticamente por Jesus. Dores que nos farão melhores, a fim de podermos habitar um Planeta também melhorado, física e moralmente.
Portanto, urgente nos prepararmos intimamente para este momento. Entendermos que no planejamento divino não cabem equívocos. Que nenhuma dor nos chega na qualidade de carta endereçada a outra pessoa.
Com esta certeza, teremos força para ultrapassar as ventanias que anunciam a grande tempestade, com os alicerces do entendimento e do amor.
Logo mais, quando o sol tornar a brilhar, concedendo-nos seus raios iluminativos e refazedores, anunciando um novo amanhecer no clima planetário, poderemos, uma vez melhorados, usufruir da paz que tanto almejamos.
Cabe salientar ainda que aqueles que já possuem em si as ferramentas íntimas capazes de darem conta das adversidades, sem tantos desequilíbrios emocionais, estão munidos de instrumentos que devem ser utilizados no auxílio aos irmãos por agora equivocados.
Ainda no livro “Ceifa de Luz”, agora no capítulo “Desenvolvimento Espiritual”, Emmanuel, falando sobre as questões de subdesenvolvimento humano, se utiliza da expressão para falar dos subdesenvolvidos espirituais. Comenta que devemos reconhecer que existe “uma retaguarda enorme de criaturas empobrecidas de esperança e coragem, não obstante quase toda ela constituída de companheiros com destaque merecido na cultura e na prosperidade da Terra”. (EMMANUEL, 1979, p. 207.) E, indicando nossa posição diante de tais irmãos, pede-nos para que nos abasteçamos de suficiente amor para compreendê-los e auxiliá-los, pois se tratam de “amigos chamados a caminhar nas frentes da evolução, com áreas enormes de influência e possibilidade no trabalho do bem de todos, mas detentores de escassos recursos no campo do sentimento para suportarem, com êxito, as crises da época de mudança” (EMMANUEL, 1979, p. 208).
Destacamos que o Espírito menciona “crises da época de mudança”, ou seja, fala-nos sobre a transição, por nós citada, e que traz em seu bojo a marca da dor, na forma de medicamento amargo, porém necessário, tanto para o despertamento dos que dormem, nas camas do materialismo, como para impulsionar o desenvolvimento espiritual, tão necessário nestes tempos de pós-modernidade, nos quais imperam os desregramentos morais de toda ordem.
Tempos difíceis, que nos pedem pratiquemos aquilo que Jesus nos ensinou há 2000 anos: Oração e Vigilância, a fim de buscarmos forças para darmos conta dos desafios, através do contato com as esferas mais elevadas da Vida, e, ao mesmo tempo, observando constantemente nosso íntimo, para que não venhamos a repetir antigos erros.
E, assim como escreveu Renato Teixeira, na canção “Tocando em Frente”, precisamos ter em mente que “cada um de nós compõe a própria história e cada ser em si carrega o dom de ser capaz, e ser feliz”.
Avante!
Referências Bibliográficas:
EMMANUEL [Espírito]. Ceifa de Luz.  [psicografado por] Francisco Cândido Xavier, 3ª ed. Brasília, FEB, 1979.
LUIZ, A. [Espírito]: No Mundo Maior, [psicografado por] Francisco Cândido Xavier, 1947; 26ª ed. 2ª reimpressão, Rio de Janeiro, FEB, 2009.

Oração aos Bons Espíritos.


Bons Espíritos, guiem minhas orações, para que sejam ouvidas. Que minhas orações expressem meu amor por Deus e Jesus que tenham força e poder para modificar as circunstâncias ruins e semear o bem no mundo e minha elevação moral.
Meu Anjo da Guarda, eu o saúdo! Você me acompanha desde o dia de meu nascimento, ou talvez desde antes mesmo de eu Ter esta forma física. Eu te amo, por tua constância e o tempo que dedica a mim. Eu lhe agradeço, porque sua vida só tem uma meta: Serviço. Eu o abençôo, porque é parte do poder de Deus, expressão de Seu Amor. Divino aliado, faça com que eu possa compreender que nunca estou sozinho. Que eu vença a tristeza, o mau humor, a depressão, com a simples invocação da sua presença. Que eu possa superar meus medos, confiando em seu amparo. Que eu elimine os sentimentos negativos, sabendo que você está sempre do meu lado para me apoiar quando desperto meu desejo para o bem. Permita que eu olhe sua face para esquecer o passado, confiar no futuro e, por um momento, viver meu presente, esse eterno “agora” que é a forma humana de abordar o infinito.
Invisível companheiro, que eu seja capaz de sentir sua presença na minha vida – para compreendê-lo e amá-lo cada dia mais e me inspire a Humildade.
Espíritos do Bem! Quero que estimulem meu sentimento de amor à raça humana! Que eu possa ver em cada ser humano, rico ou pobre, homem ou mulher, jovem ou velho, a divina chama espiritual. Que o amor seja minha arma e meu escudo na luta do mundo.
Que os mensageiros do Amor gerem uma força renovadora em mim. Que eu possa superar os complexos de culpa, os medos, a insegurança, e compreender que o amor de Deus é o maior poder do mundo.
Bons Espíritos, espalhem amor entre minha família, meus amigos e meus inimigos. Que o amor divino brote no meu coração para que eu possa abençoar os que me rodeiam em cada instante de minha vida.
Que o amor flua hoje de meu coração, de minhas mãos e de meus pés. Que se expresse nas minhas palavras, nas minhas obras e no meu caminho. Que os Bons Espíritos me acompanhem na jornada terrestre para criar um círculo de bons fluídos em meu redor.
Consagro meu ser a serviço do Amor, Caridade e Bem ao Próximo. Só o amor compreende, cura e eleva. Que os divinos Mensageiros de Deus me façam mergulhar no sentimento de união!
Hoje não critico, não condeno, não julgo, não reclamo, fico em paz espiritual e projeto uma Energia de Paz e Amor ao Mundo. Todos aqueles que entram em contato comigo percebem a minha paz e minha força e o meu Amor.
Espíritos Superiores, rodeiem-me para que minha mente se torne pacífica e elevem meus pensamentos para o bem. Que meus conflitos sejam resolvidos. Que a guerra mental cesse! Que meu mundo interior se estruture na perfeita harmonia. Tenho confiança no poder de Deus, que chega até mim por intermédio dos bons Espíritos. Que a paz, que transcende toda a compreensão, seja uma dádiva do céu e que minha vida tenha a paz como eixo e o Amor como meta.
Paz para todos os homens de boa vontade. Paz para o mundo. Que a paz penetre em todos os cantos da mente humana e que manifeste todo o seu poder criativo, para o bem estar e a evolução da humanidade.
Espíritos Protetores que se interessam por mim, estou feliz com minha vida, com as pessoas que me rodeiam, com os acontecimentos de meus dias. Peço que este sentimento que experimenta minha alma permaneça dentro de mim como um fogo invisível. Agradeço, Divinos Mensageiros, por levarem ao Senhor duas palavras: Muito Obrigado!
Faço louvores ao Senhor, elogio os bons Espíritos que me ajudam. Agora estou livre de problemas. Recebi um importante ensinamento e estou disposto a ver o mundo com novos olhos. Obrigado pelas bênçãos que recebi.
Graças a Deus.

A chave e a fé


Naquela tarde, eu me encontrava sentado em um velho tronco à sombra da velha amiga arvore que me viu crescer. Observava o por do sol e o silêncio. O céu, como pintado por artista divino, como sempre me convidava à meditação e a sentir o aroma das pequenas flores silvestres, que como tapete, cobria a planície até onde eu pudesse ver. O vento suave nas folhas secas, quase não me permitiu sentir os passos do meu velho mestre, se colocando a meu lado, também olhando o cenário divino a nossa frente. Ele melhor que eu, sentia e vivia o esplendor da vida e do infinito amor de Deus.
Depois de alguns minutos, rompi o silencio. Olhando seu rosto sereno disse: Eu me pergunto, será que a turba ímpia dos gozadores não tem razão, quando afirmam que não existe nada alem dessa ilusão de matéria, já que o Céu permanece silencioso, não importando o quanto podem ser indignas as atrocidades aqui cometidas. Porque o plano espiritual superior não se apresenta em defesa de seus irmãos e da verdade? Porque permitir essa destruição avassaladora de nossos sonhos? Em vez de interceder e parar o escárnio dos negadores da espiritualidade, que pregam contra quaisquer leis morais; contra qualquer sentimento de ideais e anunciando, por exemplo: Que a verdadeira cidadania e hombridade é não reagir ao mal, ou que não importa os meios de conquista toda propriedade além da necessidade não é roubo, e mais uma centena de idênticos paradoxos absurdos prejudiciais e até criminosos? E nós? Nós também vamos perecer nessa arena, enquanto o resto do mundo afunda na lama nossa mais importante riqueza cultural, nossa história, nossos ideais superiores? todas as nossas conquistas?.
Depois de ouvir minhas amarguras infantis, suavemente ele se vira pousando terno olhar em mim e enternecido e confiante me diz: Meu filho, nosso senhor e criador deu-nos a chave que abre a porta do Céu, ninguém tem culpa se os homens não quer pega-la, nada é dado sem luta, nós vemos isto em cada ser, mesmo nos minúsculos animaizinhos. Em todos os lugares enfrentam-se dois princípios. Jesus, disse-nos claramente: "...Que o reino do céu é tomado à força". Ele também diz:- "...Pedi, e dar-se-vos-há, Batei e abrir-se-vos-há". E explica que a fé remove montanhas. A culpa do abandono do altar íntimo e o enfraquecimento da fé recaem sobre aqueles que, tendo sido iniciados ao serviço do bem maior, deveria estoicamente defender os ideais do Cristo Jesus, evitando a profanação do seu Evangelho.
Eles que se consideram os grandes intermediários dos planos superiores, tem a obrigação de invocar as forças do coração acionando os poderes cósmicos e pedir o auxilio do mudo superior, milhares de curas ditas milagrosas foram conseqüências deste poder que se chama prece. O apaixonado apelo à Divindade é ouvido e o céu responde. Quando no início do século XX começou a difundir-se feito uma loucura contagiosa a revolução e o anarquismo derrubando a conjuntura social, a moralidade e a religião, e desencadeando uma terrível epidemia de assassinatos, suicídios e outros fenômenos psicopatológicos de massa, ficou claro a todos os que quisessem ver que havia algo de anormal, e que a humanidade encarnada estavam sendo envolvida por forças malignas que também pululam no espaço próximo da crosta. Os remédios conhecidos e testados já estavam em mãos, eram e sempre será a prece, neste caso não me refiro a conversa fiada nem as altercações vazias, mas sim, a prece fervorosa e convicta que eletriza as multidões e invoca o fogo sagrado e cria os mártires e os heróis.
Nos estudos que temos feito, aprendemos que a camada atmosférica mais baixa que cerca a Terra, é povoada pelos que retornaram à dimensão invisível como espíritos, cujos crimes e maldades os impedem de subir ao nível superior devido ao seu corpo espiritual pesado como chumbo, cheios de excreções e fluídos carnais. Não é por acaso que na prece que o mestre Jesus nos ensinou está dito "Livrai nos do mal". Todos estes espíritos bestializados, estão tentando invadir o nosso mundo e quanto maior o número deles a entrar tanto mais se ampliará o venenoso contágio. Estas hordas selvagens enchem o ar, destroem tudo em seu caminho para satisfação dos seus instintos animais. Como se fossem vibriões venenosos procuram seu alimento nos vapores densos pesados e malcheirosos da devassidão. Os vapores destes monstros envenenam o ar e os homens os respiram, sujeitando-se a uma epidemia fluídica. Vicejam em profusão todos os gêneros de vícios e paixões vergonhosas, e o povo tornou-se suscetível a diferentes tipos de enfermidades. Já podemos notar sérios distúrbios de comportamento e quase todos de cunho neurológico. Das boas ações renasce a misericórdia que alimenta a fé e na prece se torna a guarda celestial que protege as dimensões terrenas dos inimigos do mundo invisível. A lei é única e é exatamente assim que a prece e a fé é, fontes de luz e calor purificam a atmosfera espiritual próxima da superfície. Todas as leis do universo, dependem da Misericórdia Divina, tudo é disciplina e ordem, mesmo o suposto mal. Deus não violenta consciências, não constrange ninguém. Organizou suas leis que governa os fenômenos naturais de todo o cosmos e dentro delas os seres se movem, assim o mal é a ausência de bem, o resultado da inconsciência das criaturas sentindo-se honradas em exibir as marcas da besta, querem com isso demonstrar seu desprezo ao Criador.
É de nosso conhecimento que a vivência do ideal espiritual e tudo que se refere às leis divinas, ainda são extremamente proibidos por aqui. Isto significa que, sem qualquer freio ético, a humanidade vê-se definitivamente em poder dos instintos da carne. A moral está mais do que fraca e as tendências apóiam cada vez mais o seu massacre. Por este motivo a ciência da alma sempre foi desprezada e perseguida pela maioria. Enlamearam-na e cobriram-na de risos. Entretanto esta ciência nunca fez mal a ninguém, pelo contrário, muito ensinou aos homens nestes milhares de anos iluminando a escuridão de nossa inconsciência. Mesmo quando o Cristo Jesus por amor nos envia o iluminado espírito Allan Kardec, e na forja da dor, ele sintetiza todos os conhecimentos e a faz renascer com toda sua pureza usando o evangelho como farol para iluminar seus caminhos.
É a nova era do espírito, ressurgiu como fênix das cinzas da escuridão dos tempos. Revelando a existência destas criaturas que preferiam que jamais alguém soubesse da sua existência, para poderem continuar se alimentando sem obstáculos da humanidade cega e devassa, que dança a beira do precipício sem dar ouvido aos avisos constantes do alto. Esta pura e grande ciência que estuda o mundo invisível, hoje chamada de Espiritismo, é uma terrível arma contra os espíritos ainda embrutecidos e já salvou uma infinidade de almas das suas garras traiçoeiras. A união faz a força mas esta força, não foi acionada e a invasão dos espíritos das trevas não foi rechaçada. Os homens não sabem e nem querem compreender a alavanca de poder colossal que vem a ser para o mundo astral, o reflexo do fluído puro de uma fervorosa prece. Essa força, tão poderosa como os elementos da natureza, a imagem de um raio, ascende à chama divina em qualquer coração, fertiliza a terra e penetra nas profundezas do oceano, passa como um furacão no espaço desconhecendo obstáculos. A prece, a primeira das ciências, poder extraordinário, talismã mágico que aciona forças internas desconhecidas. Qualquer um que possuir uma fé ardente e pura, poderá dispor desta gigantesca força, governar sobre os elementos da natureza, apaziguar as tempestades, curar as doenças e parar todas as guerras.
Assim meu filho, não podemo-nos safar à responsabilidade e também assumirmos parte destas faltas diante do Pai. O que nos deixa felizes é que o senhor nos abençoa com as grandes oportunidades junto ao mestre amado Jesus, que sempre nos reanima dizendo: "Tendes bom ânimo, eu estarei sempre convosco". "Nenhuma ovelha se perderá". Meu filho, diante da grandeza de Deus, todos são infinitamente pequenos, no entanto, podemos sempre marchar para a luz o que já é uma benção divina, não acha? Concordei com ele.
...Os raios avermelhados do sol iluminava-nos a meditar na grandeza de nosso Pai, e ainda envolvia-nos com o silêncio do anoitecer...

O tarefeiro



Allan Kardec já advertia no século passado, que o mal das interpretações humanas está na falta de uma visão mais ampla e profunda da realidade. Por isso urge atendermos a necessidade de falarmos sobre o tarefeiro(a) na casa espírita. Com meus trinta e dois anos de experiência e observação e do meu próprio aprendizado ainda longe de terminar e também de minhas observações em diversas casas espíritas, tanto nas grandes cidades como nas zonas interioranas onde nossa cultura espírita mais se destacou, pois sua simplicidade e delicadas nuances são ali interpretadas com a mais pura fé, não aquela fé simplória e cega mas uma fé real e esclarecida. Assim, com o apoio dos Espíritos imbuídos de nos educar a luz Evangelho, pretendo contribuir também para a formação daqueles que se propõe a essa tarefa.
Mas, a minha intenção maior será se possível despertar o interesse de servir na seara, naqueles que não se sentirem ofendidos com este trabalho, e sim utilizarem-no para o seu engrandecimento. Sabemos ser necessário os estudos preparatórios das obras básicas e dos cursos que auxiliem o entendimento, mas refiro-me especificamente aos tarefeiros(as) que na maioria das vezes não completa seus estudos da codificação e infelizmente são convidados por outros inexperientes a auxiliar nas tarefas de grande responsabilidade da casa espírita, simplesmente porque fez um cursinho, sem no mínimo terem esperado no despertar de sua sensibilidade que vai florescendo assim que com o esclarecimento, vamos observando a vida e as dores nossas e de nossos irmãos.
Na maioria das vezes, toda orientação foi fruto de um curso feito muitas vezes na cidade vizinha, e por mais bem intencionado(a) ele(a)tem que interpretar a doutrina com o seu pouco conhecimento e experiência ou na maioria das vezes o curso foi dado, por outro tarefeiro(a) totalmente despreparado(a). Com isso percebemos, que não importa quantos diplomas temos, quando se trata de tarefeiro(a) na seara espírita isso não importa, o que importa é o conhecimento doutrinário, o idealismo apaixonado pelo evangelho e pela sua vivência, pois este conhecimento doutrinário é que vai iluminar e auxiliar a compreensão do conhecimento acadêmico e de todos os diplomas adquiridos, e então despertar a sensibilidade de trabalhar com amor seguindo Jesus.
Durante este tempo, tristemente encontramos muitos tarefeiro(a)s com graves distúrbios de comportamento, pois ainda não conhecem nem um pouco de si mesmos para identificar e corrigir ao longo do tempo, suas falhas morais, e não se melindrar com as primeiras dificuldades que venha a viver. Neste caso eles(as) se desequilibram e acham que as disciplinas e regras tem que ser do jeito que eles querem, e se tornam elementos completamente alheios aos trabalhos quando não obedecidos, se tornando presa fácil dos muitos grupos de espíritos que querem destruir todas as boas instituições voltadas ao evangelho como já vimos muitas vezes isso acontecer.
Exploram neles a vaidade, o ciúme, a rivalidade e o amor próprio, leva-os ao atrito e a separação e ao estagnamento doutrinário, os transformando em elementos que adulteram a doutrina, semeando sandices e truncando a realidade espiritual, arvorando-se em missionários, montando casas espíritas onde destroem a sutileza e as delicadas nuances do Evangelho. Gerando vasto campo de desequilíbrados, nascidos da cegueira voluntária e da perversidade completa, atraindo espíritos que se bestializaram, fixos que se acham na crueldade e no egocentrismo.
Em vez de iniciativa e reforma intima no trabalho silencioso em nome do Cristo Jesus, acena com permissividades para comunidades espirituais inferiores que ali se estacionam sem pressa e disfarçadamente enaltece a ansiedade pelo fenômeno espetacular. Em vez do discernimento espiritual crece a obsessão light devido ao descuido para com a responsabilidade espiritual superior. Trabalham para o mal ao lado do bem, alterando sutilmente o entendimento da sublimidade das diretrizes das leis sintetizadas no código moral do Evangelho de Jesus.
A intenção dessas mentes pervertidas é realmente atrasarem o crescimento de todos, assim permanecem mais tempo estagnados moralmente. Inconscientemente e a eles se afinizam e muitas vezes como por hipnose, tentam disfarçadamente aniquilar os esforços de crescimento da criatura humana. Ambiciosos, perversos e imorais em qualquer atividade humana eles procuram esconder suas mazelas sob a bandeira das conquistas morais do Espiritismo.
Assim os nossos benfeitores, os deixam então temporariamente entregues a si mesmos, aí então começa o cortejo das más influências, falando aos seus ouvidos "Não liga, deixa-os, todos estão envolvidos com os espíritos das trevas, continue trabalhando assim"... E assim não percebem e pegam carona nas mentes doentias que agem dentro do movimento espírita com um único interesse, destruir de dentro pra fora todos os ideais de crescimento do ser humano.
Precisamos urgentemente adaptar o tarefeiro(a) à doutrina espírita de acordo com os moldes de Kardec, não estamos mais a mercê da antiga Casa de Ismael, "FEB" que com os dispositivos de seus estatutos, barravam os kardecistas na participação de sua diretoria e exigiam a confissão expressa do credo roustainguista. Hoje, o dia-a-dia é bem diferente, sabemos ser necessário o estudo das obas base para nosso esclarecimento, que depois de ter feito todos os estudos nas áreas de preferências específicas, na hora de aplicar precisamos de maturidade para sentir o prazer de viver em nós mesmos a felicidade de estar colaborando na seara do Mestre Jesus, mesmo que seja com a migalha que já conseguimos e reconhecer, que somos tão endividados quanto aqueles que auxiliamos e que diante da vida, eles são a benção de Deus ajudando em nossa própria recuperação. Por isso, o tarefeiro(a)deve fazer com que todos que recebem a sua ajuda, entendam que são tão importantes quanto ele, e que essa ajuda, se possível seja percebida como um trabalho de grupo.
Reconhecemos também, as dificuldades dos órgãos Espirituais diretores do Espiritismo no mundo, e sabemos quão difícil é encontrar pessoas que estejam dentro da doutrina por amor. Na maioria das vezes são pessoas que vem já com um currículo cheio de predicados, não há nada de errado ou estranho nisso, afinal, esta é uma doutrina que investe na reconstrução, no esclarecimento, nas mudanças de rumos em nossas vidas, e todas estas mudanças precisam ser feitas com muito amor, muita paciência, mais confiança em Deus, aos poucos deixar a vida acontecer, enfim, dar tempo de tudo acontecer, completar a fase e tornarmos mais humanos, mais sensíveis e mais completos.
Essas fazes tem um tempo para acontecer, a natureza não dá saltos, não podemos antes da flor querer colher os frutos. Não será por isso, que temos tantos tarefeiros(as) desequilibrados em postos de grandes responsabilidades na doutrina? Talvez eles muito ansiosos, motivados por interesses não doutrinários, convida o iniciante na doutrina só porque ele fez um cursinho muitas vezes baseado no pensamento de Roustaing, já vem cheio de diplomas só que com pouca maturidade, pouca vivência, cheio de planos de mudanças só que na vida dos outros, aí não precisa ser profeta pra saber o resultado. É como observar um caminhão de 25 toneladas sem freio, com o motorista bêbado, descendo uma rua bem inclinada e tendo pela frente várias residências 3 creches, um pronto socorro, e no final uma praça cheia de transeuntes.
Que falta nos faz Kardec! Será preciso ele voltar para pararmos de interpretar a doutrina como se fosse uma empresa, onde os tarefeiros(as) que antes eram feitos pelo coração e esclarecimento, agora são meros "funcionários", sem o mínimo de comprometimento com a obra de redenção do ser, sem compreender os reais motivos de ela existir, os ideais e objetivos do Espiritismo no planeta? Ou será porque ele fere mortalmente os interesses terrenos que não está sendo encarado com a devida seriedade pelos próprios espíritas.
A doutrina Espírita conquistou moralmente por sua adesão ao Evangelho de Jesus, a posição de Cristianismo revivido e terceira oportunidade de compreendermos, as intenções do Criador para conosco, por isso, entendo todos nós, sermos irmãos e devemos continuar hoje e sempre crentes de que não possuímos muitas virtudes, temos sim um pesado passado constrangendo-nos à reflexão e à disciplina. Oportunidades redentoras, sempre vão brilhar em nossos cominhos como benção do Pai, independente de estarmos na casa espírita ou não, comportarmo-nos como legítimos representantes da doutrina Espírita é nosso maior dever e honra.
Pois assim como todos os irmãos tarefeiros, também sou aqui um companheiro, e com muito esforço venho me adaptando aos moldes do Evangelho, ele, me acena também com o propósito da vida superior, trabalhando em mim e comigo, através de todos os meios, para guiar-me à perfeição. E mereço como todos os irmãos, observar com prudência e vigilância e refletir nas respostas do nosso querido irmão Gabriel Delanne, quando na espiritualidade entrevistado por André Luiz esclarece:
P ) Onde os percalços maiores para a expansão da Doutrina Espírita?
Delanne) Em nossa opinião, os maiores embaraços para o Espiritismo procedem da atuação daqueles que reencarnam, prometendo servi-lo, seja através da mediunidade direta ou da mediunidade indireta, no campo da inspiração e da inteligência, e se transviam nas seduções da esfera física, convertendo-se em médiuns autênticos das regiões inferiores, de vez que não negam as verdades do Espiritismo, mas estão prontos a ridicularizá-las, através de escritos sarcásticos ou da arte histriônica, junto dos quais encontramos as demonstrações fenomênicas improdutivas, as histórias fantásticas, o anedotário deprimente e os filmes de terror.
P ) Como vê semelhantes deformações? 
Delanne) Os milhões de Espíritos inferiores que cercam a Humanidade possuem seus médiuns. Impossível negar isso.

A morte de cada dia


Nós estamos acostumados a ligar a palavra morte apenas a ausência de vida, a lápide fria, e isso é um erro. Devemos aprender que existem outras maneiras ver a morte sem essa concepção, pois precisamos morrer todos os dias.
A morte nada mais é do que uma passagem uma transformação.
Não existe planta sem a morte da semente, não existe embrião sem a morte do óvulo, não existe borboleta sem morte da lagarta.
Quer ter um bom relacionamento?
Mate dentro de você o jovem inseguro, ciumento, crítico de forma destrutiva e exigente, imaturo ou egoísta que pensa fazer tudo sozinho, sem ter que dividir espaços, projetos de vida e tempo com mais ninguém.
Quer ter boas amizades? Mate dentro de si a pessoa insatisfeita ou descompromissada, que só pensa em si mesmo. Mate a vontade de manipular as pessoas de acordo com as suas conveniências.
Respeite as pessoas em todas as suas limitações.
Enfim todo processo evolutivo requer que matemos o nosso "eu" passado e inferior.
E qual o risco de não agimos assim? O risco está em tentarmos ser duas pessoas ao mesmo tempo, perdendo o foco de nossas realizações em nosso ideal, comprometendo a produtividade e por fim, prejudicando nosso sucesso.
Muitas pessoas têm seus processos evolutivos prejudicados porque ficam agarradas ao que são, não se projetam para o que desejam e precisam ser. Elas querem a nova etapa sem abrir mão das anteriores ou da forma como pensavam e agia. Acabam como projetos inacabados, híbridos e adultos infantilizados.
Podemos às vezes agir como crianças, desde que não matemos as virtudes inerentes a infância sadia, tais como: sorriso sadio, criatividade, tolerância, sinceridade etc...
Mas se quisermos ser adultos precisamos matar em nós as infantilidades, às vezes nocivas ao crescimento do jovem para se transformar no adulto consciente e maduro.
Quer ser alguém! Profissional, pai, mãe, cidadão ou cidadã, amigo, uma pessoa melhor e mais desenvolvida moralmente? Então o que você precisa é matar ainda hoje o egocentrismo, para que nasça o SER que tanto deseja.
A morte nada mais é do que o ponto de partida para o inicio de algo novo, é fronteira entre passado e futuro.
E se morrer; não se esqueça de renascer melhor ainda, pois o valor das coisas não está no tempo que alas duram, mas sim na intensidade que elas acontecem. Pensem nisso, e a cada estante renaça feliz confiando em DEUS.

Do outro lado do espelho


O texto a seguir refere-se a um diálogo ocorrido na dimensão espiritual entre os espíritos dr. Inácio Ferreira e Padre Sebastião Carmelita, seu único amigo sacerdote desde os tempos do Sanatório Espírita de Uberaba.
A conversa precede ao inicio do penoso resgate do espírito de Tomás Torquemada, prisioneiro em região espiritual inferior, por se encontrar esgotado em perseverar no mal por quase meio milênio.
Como o mal não possui forças de auto-sustentação porque somente o Bem possui, uma vez que vem de Deus. O temível inquisidor geral da Espanha do século XV começava a redirecionar sua sintonia para a Luz, o que para seus comparsas passou a representar covardia e traição, razão pela qual o escravizavam e o mantinham como troféu de ameaça aos que ousassem imitá-lo.
No presente diálogo, o padre Carmelita, muito lúcido, comenta as táticas das inteligências refratárias à evolução em impedir o despertamento da consciência espiritual do Homem, através da disseminação de filosofias irracionais e das contradições religiosas.
Tomando a palavra, Sebastião Carmelita esclareceu:
- Os nossos irmãos que deliberaram viver nas regiões espirituais inferiores possuem uma organização semelhante à nossa: consideram-se os proprietários da terra e os donos da situação, opondo-se ao Governo Divino... Os seus líderes são antigos membros da Igreja Católica que esperavam alcançar, depois da morte, o Céu a que julgaram fazer jus. Sem dúvida, um dos maiores entraves à evolução do espírito foi a crença na absolvição dos pecados, mediante a simples prática da confissão auricular; crendo-nos limpos de todos os equívocos e mazelas, apenas por expressá-las verbalmente aos ouvidos de uma criatura tão falha quanto nós que, não raro, no confessionário, nos escutava entre o fastio e o tédio, julgávamo-nos dispensados da renovação interior, sem a qual ninguém realizará o Reino de Deus em si... A confissão era uma espécie de anestésico para a consciência, que dele poderia se valer, sempre que se visse constrangida pelo arrependimento... A penitência, prescrita pelos sacerdotes, não impunha a necessidade de se reparar o mal; com doações vultosas à Igreja, os pecados mais graves poderiam ser esquecidos pela Lei... Decepcionados com a verdade que encontraram no Além, que voluntariamente ignoraram, em seu estranho jogo de interesses, amotinaram-se contra ela, opondo-se terminantemente a toda e qualquer reparação. Defendem, às últimas conseqüências, os princípios que esposam. Crêem na existência do Cristo, mas o consideram inacessível; para eles, o Senhor é uma espécie de sonho inatingível para a Humanidade, um modelo perfeito demais para ser seguido... Se se mantivessem ilhados em seus propósitos, sem molestarem a ninguém, respeitando-lhes o livre arbítrio, não nos restaria alternativa senão a deixa-los entregues às próprias concepções; o problema é que as suas falanges têm procurado fazer adeptos, criando situação para os homens que lhes comprometem a evolução... O seu campo de trabalho é a Terra, sobre a qual estudam os anseios de expansão de seu império. Olvidam a ascese espiritual, bloqueando as passagens para o Alto, mas operam no mundo, transfigurados em obsessores e, coisa curiosa, a sua estratégia de domínio está concentrada na religião: pouco se importam com as outras áreas do conhecimento humano. Invadindo, feito o joio, que se alastra no meio do trigo, os templos consagrados à fé, independentemente da crença religiosa, desfiguram os ensinamentos do Cristo e manipulam os seus pastores. Sabem que o escândalo moral dissemina a descrença e, por este motivo, induzem os religiosos a se contradizerem... Não se preocupam tanto com os chamados freqüentadores das casas de fé; de preferência, concentram esforços sobre os que ocupam a tribuna e sobre os que são chamados pela posição que ocupam na comunidade a maiores testemunhos na exemplificação e na coerência. Chegam ao extremo de cooperarem com a subida de determinado líder religioso, para, em seguida, caprichosamente, promover-lhe a queda...
Acompanhando o raciocínio de Carmelita, quebrei o protocolo e perguntei em meio à sua fala:
- Agem também assim contra os espíritas?
- Como não, Inácio?! Para eles, na atualidade, o Espiritismo, que se propõe reviver o Cristianismo em sua pureza original, se constitui de maior ameaça, principalmente porque a filosofia espírita lhes identificou a intenção, ou seja: estudando à saciedade o problema da obsessão, suas técnicas e causas, bem como os métodos para se combater com eficiência, Allan Kardec ergueu o pano sob o qual se ocultavam nos bastidores... No entanto, a sua estratégia sobre os espíritas tem se refinado: evitam o confronto face a face, agindo de maneira discreta e sutil... A distância, trabalham na constante emissão de pensamentos, fragilizando, aos poucos, a resistência moral e intelectual dos nossos companheiros de ideal que ainda mourejam na carne...
Após efetuar pequena pausa em sua alocução, Carmelita continuou:
- Não fosse pela determinação e pela coragem de alguns poucos adeptos do Espiritismo, a Doutrina não caminharia. Graças aos que são rotulados de fanáticos, os que ousam ir um pouco além do habitual, é que o ideal espírita respira e sobrevive no mundo! Quanto a isso, não tenham a menor dúvida. Se não contássemos com os que, inclusive, se prejudicam profissionalmente e, por vezes, sacrificam mesmo a tranqüilidade da própria vida familiar, a Fé Raciocinada não fermentaria e não seria o pão com que se tem apresentado à fome de consolo e de esclarecimento da multidão faminta. O determinismo no trabalho do bem cria uma espécie de couraça contra o assédio das entidades infelizes que procuram manobrar o ânimo de quantos se revelam bem intencionados.
- Mas o que acontece, se não os atingem diretamente? - insisti, não contendo o anseio de um pouco mais saber.
- É o que você mesmo, Inácio, se cansou de dizer em seus escritos e de ver no cotidiano do Sanatório: procuram alcançá-los através dos familiares aos quais devotam particular afeto... Obsessão indireta seria o termo correto. Desferem impiedosos ataques contra os filhos dos médiuns; contra os cônjuges dos companheiros firmes na Doutrina, levando-os à infidelidade conjugal ou à intolerância; contra a situação socioeconômica do grupo doméstico, fazendo coincidir a promissora adesão ao Espiritismo de um dos seus membros com as dificuldades que faceiam... A imaginação para o mal é fertilíssima. A gleba que o Senhor tem procurado lavrar, por enquanto, é mais propícia à erva daninha do que ao bom grão!
Como se desejasse sintetizar, para que o assunto inicial de seu diálogo conosco fosse retomado, Carmelita esclareceu:
- A obsessão envolve um planejamento meticuloso; não estamos nos referindo àquela obsessão de caráter particular, mas, sim, àquela que interessa à cúpula das Trevas... Os médiuns sem consciência de que o são existem em toda parte. Elementos da família, mediunizados sem que disto suspeitem, recriminam os confrades que se devotam à Causa, rotulando-os de indiferentes e omissos para com o que acontece dentro de casa... Sem dúvida, limites carecem ser estabelecidos, e o bom-senso deve nos nortear em toda e qualquer atitude. Não podemos relegar ao esquecimento os nossos deveres primordiais, todavia, a pretexto disto, não podemos fugir ao compromisso que extrapola as obrigações pertinentes a qualquer um que viva em regime de interdependência. A inquirição de Jesus aos seus Apóstolos ainda hoje ecoa, sem resposta, na acústica de nossas consciências: "Que fazeis de especial?" Ninguém está no mundo para servir com exclusividade a si ou àqueles que se lhe fazem objeto de afeição imediatista.
As mentes que inspiram a luta contra a idéia de Deus no Universo não acreditam na existência do Criador, apregoando, inclusive, que toda fé religiosa se constitui em entrave à liberdade; querem a vida sem a presença de Deus e o homem vivendo em estado de liberdade natural, com menos razão e mais instinto.
- É uma filosofia tentadora - asseverei - porquanto a tese da evolução, que a Doutrina Espírita difunde, é, para estes, uma canseira; reencarnar indefinidamente...
- Fazem o marketing de um produto que atende os interesses imediatos da criatura encarnada, não é, Inácio?
- Não apenas da criatura encarnada...
- E veja que estamos em plena realidade espiritual, com perfeito conhecimento de causa. O que não sobra para os nossos irmãos imersos nas ilusões da matéria?...
- Se não fosse por Cristo Jesus...
- Por este motivo, as Trevas não cessam de combatê-lo através daqueles que a servem no mundo.
Texto parte do livro DO OUTRO LADO DO ESPELHO.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Uma vaga tristeza...


Você já percebeu que, às vezes, uma vaga tristeza se apodera dos nossos corações e nos leva a considerar amarga a vida?
É que nosso Espírito, aspirando a felicidade e a liberdade, se sente esgotado, cativo ao corpo que lhe serve de prisão, em vãos esforços para sair dele.
Reconhecendo inúteis tais esforços, caímos no desânimo e, como o corpo sofre essa influência, toma-nos o cansaço, o abatimento, uma espécie de apatia. E nos julgamos infelizes.
A saudade dos amores que já se foram comprime-nos o peito, e a solidão aproveita para se instalar em nossa alma sofrida.
Os dias se sucedem e a tristeza teima em nos fazer companhia...
No entanto, é preciso que resistamos com energia a essas impressões que nos enfraquecem a vontade.
São inatas no Espírito de todos os homens as aspirações por uma vida melhor.
O próprio Cristo falou da felicidade que Deus nos reserva, na vida futura, após vencidas as etapas que nos competem na estrada evolutiva.
Devemos, por nossa vez, aguardar pacientemente o anjo da libertação, para nos ajudar a romper os liames que nos mantém cativos ao corpo carnal.
Lembremo-nos de que, durante a nossa estada na Terra, temos de desempenhar uma missão de que não suspeitamos, quer dedicando-nos à família, quer cumprindo outras obrigações que Deus nos confiou.
E se, no decorrer desse período, advierem as inquietações, as tribulações, as noites sem estrelas, os dias amargos, devemos manter-nos fortes e corajosos para suportá-los.
Nesses dias difíceis, é importante que cerremos os olhos e voltemos nossos sentimentos ao Alto, numa oração sincera, buscando forças.
E, ainda que tudo pareça envolto em escura neblina, perceberemos os sons de uma melodia distante, convidando-nos a dar alguns passos a mais... É a voz do suave Pastor que jamais nos deixa sós.
É a cantiga dos imortais, que superaram com bravura as refregas da vida física, dizendo-nos que os momentos amargos duram pouco, e nos conduzirão à companhia dos amigos por quem choramos e que, felizes por ver-nos de novo entre eles, nos estenderão os braços, a fim de guiar-nos a uma região inacessível às aflições da Terra.
*   *   *
Todos os sofrimentos: misérias, decepções, dores físicas, perda de seres amados, encontram consolação na fé, na confiança em Deus e nos demais ensinos do Cristo.
Sobre aquele que, ao contrário, nada espera após esta existência, ou que simplesmente duvida, as aflições caem com todo o peso e nenhuma esperança lhe alivia a amargura.
Foi isso que levou Jesus a dizer: Vinde a Mim todos vós que estais fatigados, que Eu vos aliviarei.

Redação do Momento Espírita, com base no
item 25, do cap. V, e no item 2, do cap. VI, do livro 
O
Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed.
FEB.
Em 17.6.2013.

A cada mil lágrimas


Em caso de dor ponha gelo
Mude o corte do cabelo
Mude como modelo
Vá ao cinema. Dê um sorriso
Ainda que amarelo, esqueça seu cotovelo

Se amargo foi já ter sido
Troque já esse vestido
Troque o padrão do tecido
Saia do sério, deixe os critérios
Siga todos os sentidos
Faça fazer sentido
A cada mil lágrimas sai um milagre...
A cada mil lágrimas sai um milagre...
*   *   *
A letra da belíssima canção de Itamar Assumpção e Alice Ruiz é inspiradora.
Fala-nos de como encarar as dores do mundo com inteligência, com coragem e com estilo.
Inteligência de quem vê na dor oportunidade de mudança e aprendizado.
Coragem de quem aceita mudar.
Estilo de quem sofre e ainda consegue sorrir, chorar, sem perder a linha, sem perder o passo.
A dor chega sem aviso, de cara cruel, como um monstro invencível e desproporcional ao nosso tamanho.
Chega destruindo tudo... E tudo parece o fim.
Mas não... Descobrimos que ela ensina, orienta, cuida.
É o cinzel que esculpe, que talha, que faz o bloco amorfo de mármore se transformar em estátua, em obra de arte.
A dor é o convite à mudança de hábitos, de pensamento, de rumo, talvez.
Trocar o vestido da alma é renová-la. Mudar o padrão de seus tecidos é não permanecer preso às mesmas ideias, aos mesmos vícios.
É necessário deixar a vida fazer sentido.
Uma vida sem sentido é quase como uma escuridão. Nada se vê, nem a si próprio. Nada se encontra, pois não se sabe onde está e onde se deve chegar.
E o milagre após as lágrimas é tantas coisas!...
O milagre de se encontrar, de ver a si mesmo com suas forças e fraquezas, mas sem máscaras, sem ilusões.
O milagre de perceber que se está melhor, que as feridas cicatrizam sempre, e que ali a pele se torna mais resistente.
O milagre do recomeço, de nascer de novo, de se dar nova chance.
O milagre de descobrir os amores ao redor, e quanto prezam por nós; de descobrir aqueles que nunca nos abandonam, não importa o que aconteça.
O milagre de saber que a vida procura nos levar sempre para cima, para diante, e nunca para trás, e a dor é lei de equilíbrio e educação.
A cada mil lágrimas sai um milagre.
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O sofrimento, muitas vezes, não é mais do que a repercussão das violações da ordem eterna cometidas.
Mas, sendo partilha de todos, deve ser considerado como necessidade de ordem geral, como agente de desenvolvimento, condição do progresso.
Todos os seres têm de, por sua vez, passar por ele. Sua ação é benfazeja para quem sabe compreendê-lo.
Mas, somente podem compreendê-lo aqueles que lhe sentiram os poderosos efeitos.
Redação do Momento Espírita, com base na letra da música 
Milágrimas, de Itamar Assumpção e Alice Ruiz e pensamentos
 finais extraídos do cap XXVI  do livro O problema do ser, do 
destino e da dor, de Léon Denis, ed. Feb. 
Em 02.03.2010.