Aviso

Queridos irmaos o chat esta aberto a todos ...aqueles que sentirem necessidade pode la fazer sua prece individual...usem e fiquem a vontade pq a espritualidade presente ira acolher depende unicamente da fé de cada um.....
Muita paz e luz a todos

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Resposta do amor

Contam-nos os Evangelhos que, após a morte de Jesus, havia um ambiente de desânimo e expectativa entre os Apóstolos, na espera do cumprimento de Sua promessa de retorno, para comprovar a Imortalidade da alma e continuidade da vida.
Depois da crucificação infame e injusta, a dor da perda se misturava ao aturdimento da situação prevista pelo próprio Jesus, porém, indesejada por todos os Seus.
Alguns poucos estavam reunidos por Ele e em nome dEle. Apenas os onze mais próximos, Sua mãe, alguns amigos íntimos.
A atmosfera de profunda tristeza e melancolia que se fazia, desde o sepultamento, foi rompida bruscamente pela figura que adentrava à sala de maneira brusca e intensa.
Vinha com a notícia que todos esperavam: o Messias havia retornado dos umbrais da morte. Ela mesma houvera tido um rápido colóquio com Ele. Suficiente, no entanto, para reconhecê-lO e enternecer-se novamente com a suavidade do Seu verbo.
Ao verem Maria de Magdala adentrar na casa com a notícia surpreendente, quase todos pensaram:  Por que o Mestre escolhera aparecer para ela?
O seu passado de vendedora de ilusões, de meretriz, na cidade de Magdala, fazia-os refletirem: Por que o Mestre aparecera a ela para dar a notícia?
A pergunta pairava no ar e parecia não haver uma resposta lógica. Contudo, se eles consultassem a memória, poderiam lembrar da própria fala de Jesus.
Poderiam se dar conta de que aquela mulher, buscando um novo entendimento e comportamento perante a vida, após seu encontro com Jesus, rompera com tudo e todos do seu passado.
Começara uma nova vida. Após o diálogo com Jesus, foi capaz de se desfazer da casa rica em que morava, distribuir seus bens e segui-lO.
Também poderiam recordar de como ela demonstrara seu amor ao Mestre, lavando-Lhe os pés com suas lágrimas e secando-os com seus cabelos.
E Jesus, percebendo-lhe a alma vibrar de maneira diferente, oferece uma das mais profundas lições, dizendo-lhe: Vai, mulher. E não tornes a pecar. Muito te foi perdoado porque muito amaste.
A frase nos reporta a profundos significados do amor. Diz-nos da capacidade do amor em sublimar todas as nossas dificuldades e erros.
Jesus nos ensina que nenhum dos nossos delitos é imperdoável. Não há atitude nossa que não possa ser refeita ou comportamento que não possa ser reestruturado. E o caminho é um só: o amor.
Ensina-nos Jesus que não devemos nos afogar em processos de autopunição, acreditando que não haja perdão para a falta que tenhamos cometido.
Ensina-nos que não devemos nos martirizar pelo erro cometido porque sempre a vida nos oferece a oportunidade de amar.
E o amor cobre a multidão dos delitos, permitindo ser reestruturada nossa intimidade.
Jamais imaginemos que nosso erro seja tão grave ou nossa ação tão absurda que não possibilite acertos.
É claro que teremos que arcar com as consequências de nossas ações, porém, será sempre a nossa disponibilidade de aprender a amar que nos dará os caminhos para a felicidade e nos abrirá as portas dos céus.
A lição era tão importante que foi justamente a quem tanto se propôs a amar que Jesus escolheu para ser a emissária da Boa Nova do Seu retorno: a certeza de que Ele estaria sempre conosco.

 Redação do Momento Espírita.
Em 16.04.2011.

Tesouros ocultos

Uma das cartas que, recentemente, recebemos nos trouxe uma indagação sui-generis: Os espíritos podem nos fornecer os números da loto ou da sena para que se ganhe o prêmio?
A pergunta é curiosa, com certeza, considerando-se que nos dias em que foi redigida, a sena estava acumulada e a soma era tentadora.
Já no Século XIX, quando foi codificada a Doutrina Espírita, se indagou aos Espíritos: Podem os Espíritos fazer que se descubram tesouros? A resposta foi clara e sensata:
Os Espíritos superiores não se ocupam com essas coisas.
Os zombeteiros, muitas vezes, indicam tesouros que não existem, ou se divertem em dizer que estão em um lugar, quando se acham em lugar oposto.
Se a Providência Divina reserva tesouros para alguém, esse os achará naturalmente. De outra forma, não.
Isso nos recorda da história de um homem que, certa vez, teve oportunidade de falar a um Espírito e lhe pedir que o ajudasse achar um tesouro oculto.
Ele havia ganho um grande terreno, como herança de um tio que morrera recentemente.
O tio era tido na localidade como homem de muitas posses.
Comentava-se que ele enterrara ouro e pedras preciosas, mas ninguém sabia, ao certo, onde o fizera.
O sobrinho resolveu pedir ao Espírito que o ajudasse.
Onde estava o tesouro? Na casa? No terreno? Em que local do imenso terreno?
O Espírito, calmo, lhe deu as primeiras orientações para que cavasse em determinado ponto.
Como ali o rapaz nada encontrasse e o Espírito lhe apontasse outras e outras diretrizes, ele foi cavando, cavando... Foram dias de trabalho árduo.
Finalmente, desanimado e um tanto chateado com o Espírito, que assim parecia brincar com ele, falou:
Já cavei em todas as direções. O terreno está cheio de buracos a espaços quase regulares. E não achei nada. Nadinha mesmo. O que faço agora?
Novamente o Espírito tranquilo, lhe falou: Meu filho, pois agora aproveite todo o seu esforço e plante laranjeiras.
O ouro que você busca se multiplicará nos braços carregados das árvores frutíferas. A verdadeira riqueza está no trabalho.
*   *   *
É isso mesmo. Quantos de nós desejamos ganhar na loteca, na sena, na loteria para não precisar mais trabalhar, obedecer horários, submeter-se à chefia, suportar pessoas difíceis etc.
A própria mídia, ao falar de prêmios em dinheiro, nessa ou naquela promoção milionária, mostra os desejos das pessoas de não fazer mais nada, além de passear, viajar, se divertir, gozar a vida. Um dolce far niente.
No entanto, feliz é quem pode dizer ao fim do dia: Trabalhei honestamente.
Ganhei o meu dia com dignidade. Graças a Deus posso ter minha mente, minhas mãos no serviço honrado.

Você sabia?

...que os Espíritos também trabalham? Pois é. Suas ocupações são proporcionadas ao seu grau de adiantamento.
Uns percorrem os mundos, instruindo-se e se preparando para uma nova encarnação.
Uns tomam sob sua tutela indivíduos, famílias, aglomerações humanas, cidades e povos dos quais se tornam anjos da guarda, gênios protetores e Espíritos familiares.
Outros presidem aos fenômenos da natureza, tornando-se seus agentes diretos.
E os Espíritos comuns se intrometem nas ocupações e divertimentos dos homens.
*   *   *
Cada Espírito é o que aprendeu, o que realizou, o quanto conquistou.

Redação do Momento Espírita, com base
no item 584ª de 
O livro dos Espíritos e no item
295, de 
O livro dos médiuns, ambos de Allan
Kardec, ed. FEB.
Em 6.11.2013.

História de fé

Quando a revolução comunista, no ano de 1919, criou uma situação política muito ruim, na Rússia, uma extraordinária jovem de apenas vinte anos decidiu abandonar o seu país.
Seu nome era Catarina de Hueck e ficou conhecida somente pelo seu título, A baronesa.
Chegou a Londres grávida do primeiro filho e sem recursos. Um tio que residia na América do Norte lhe falou de Nova Iorque, onde a riqueza era tanta que os dólares caíam das árvores. Ela foi viver em Nova Iorque.
Trabalhou numa lavanderia onde ganhava oito dólares, dos quais mandava dois para o marido e o filho, que tinham ficado no Canadá.
Tentou escrever para jornais, contando casos de guerra da Rússia que tão bem conhecia, mas ninguém se interessou.
Buscou uma instituição de caridade, onde foi maltratada e humilhada. Nesse dia, pensou em se suicidar. Dirigiu-se até o rio Hudson e ficou olhando as águas. Foi quando ouviu uma voz:
Ei, loirinha, o que você está fazendo aí? Era um motorista de táxi. Quer que eu a leve para algum lugar?
Ela respondeu: Não tenho para onde ir, nem dinheiro para pagar o táxi.
Diga a verdade, continuou o homem, você estava pensando em pular na água. Nota-se pela sua cara de fome.
Ele a convidou para comer um hambúrguer. Ela desconfiou. Ele insistiu. Era um pai de família e religioso praticante.
Ela foi para a casa dele e passou dois dias com sua família. Depois, ele lhe emprestou dinheiro para pagar a pensão.
Ela voltou a procurar emprego e, no frio da manhã, foi orando: Meu Deus, perdoa-me aquele pensamento de desespero ao lado do rio. Ajuda-me a arranjar um emprego.
Naquele momento, um vento forte lhe lançou no rosto um pedaço de papel. Era uma folha de anúncios de jornal, pedindo empregadas domésticas.
Catarina se animou. Era a primeira vez que ela via uma resposta a uma oração em vez de vir do céu, vir do chão, trazida pelo vento, num pedaço sujo de jornal.
Ela pensou: Deus é muito estranho mesmo. Manda motoristas de táxi atrás de uma jovem desesperada, fala na voz dos ventos, e responde até pelo jornal.
Mais tarde, se tornou rica, proferindo conferências pela América, contando a sua história.
Em outubro de 1930, ela fundou as Casas da Amizade e, mais tarde, numa ilha que lhe foi doada, no Canadá, o Madonna House, uma obra que ampara criaturas necessitadas.
*   *   *
Por mais difíceis sejam os problemas, jamais pense em suicídio. Sempre existe alguém que pode ajudar você. E quase sempre essa pessoa está muito perto.
Olhe, procure, conte a sua dificuldade.
Seja qual for a provação, entregue-se a Jesus em confiança. Ele é o caminho.
Aguarde um pouco mais, na fé e o auxílio alcançará você.

Redação do Momento Espírita, com base no artigo Deus e a baronesa, de
AdiltonPugliese, da 
Revista Internacional de Espiritismo, ed. O clarim, de
outubro de 2000 e no cap. 19 do livro 
Momentos de renovação, pelo Espírito
Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

Em 02.07.2012.

Ação ponderada

Pequena análise do comportamento humano nos permite perceber o quanto somos capazes de muito reagir e de pouco agir.
Basta uma pequena rusga no trânsito, alguém que altere a voz em uma discussão, e a reação acontece.
Ou ainda, que alguém nos trate rispidamente, ou que falte com a polidez para conosco para que desencadeie uma imediata reação em nós.
Reagimos de maneira impulsiva, algumas vezes, até violenta, e, consequentemente, impensada.
Reagimos, de súbito, para logo mais percebermos que poderíamos ter agido diferente.
Qual animal ferido ou acuado, reagimos para nos defender, sem analisar, refletir ou pensar.
Assim se dá porque vinculados a comportamentos ancestrais, trazemos o ímpeto de reagir, por impulso, por instinto, sem raciocinar.
E, somente depois, a razão nos convida a avaliarmos as consequências do que foi dito, ou a maneira como nos comportamos.
Por outro lado, somos sempre vítimas de nossas reações, enquanto a ação nos permite tomar a atitude que escolhemos, o procedimento que achamos mais adequado.
Se a reação é instintiva, a ação é racional e reflexiva.
Se ao reagir não nos damos conta ou não nos apercebemos do estrago que podemos causar, o agir é analisado e pensado.
Dessa forma, se percebemos que nossa reação gera muito mais dificuldades e problemas do que soluções e tranquilidade, é hora de trocarmos a reação pela ação.
Por exemplo, se fazemos silêncio quando alguém nos dirige impropérios, é a ação da paz que foi nossa opção.
Fácil seria revidar na mesma moeda, reagir da mesma forma.
Desafiador é evitar a armadilha da reação e, lucidamente, optar pela clareza da ação.
Se alguém nos aborda de maneira grosseira, e respondemos com gentileza, paciência e calma, é a ação da nossa compreensão para com o outro.
Talvez fosse mais fácil, pela força do hábito, nos comportarmos com reciprocidade, devolvendo a grosseria que recebemos.
Porém, o grande desafio é deixar de reagir, escolhendo o agir, que gerará sempre melhores resultados, posto que é fruto do equilíbrio e da reflexão.
E a transformação do nosso comportamento acontecerá paulatinamente e será o resultado da disciplina no pensar, que gera o hábito da reflexão, culminando pelo desarmar de nossas atitudes.
Portanto, já não mais vítima das palavras rudes, do comportamento infeliz ou da atitude impensada.
Que a análise e reflexão de nossas atitudes possam fazer com que, aos poucos, a reação ceda lugar a ações, pautadas em um comportamento de paz, lucidez e fraternidade.
*   *   *
Quando reagimos, revidando ofensas, agressões, descuidos alheios, passamos a sintonizar com quem as produziu.
A partir daí, mantemos uma interdependência psíquica, que nos aprisiona em nuvens mentais de sentimentos malsãos, que somente nos prejudicam, física e espiritualmente.
Optemos sempre pela ação ponderada e gozemos de saúde, de tranquilidade, vivendo sem sintonia com aqueles que ainda transitam pelas faixas da inconsequência ou da maldade.
Façamos isso e nos sentiremos leves, felizes, plenificando-nos com as celestes bênçãos.
Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 30, ed. FEP.
Em 6.9.2016.

Aprender a amar


De que vale a vida? Qual o motivo de estarmos aqui? São tantos os problemas, que temos dificuldades em responder a essas perguntas.
Ouve-se, com frequência, os noticiários das catástrofes naturais, que nos assustam. Outras vezes, são crimes hediondos que chocam.
Dias há em que a saúde nos falta, outros em que o nosso amor se despede e parte para onde os olhos não enxergam. E ainda outros são dias de problemas no seio da família e no trabalho.
Jesus, ao afirmar que neste mundo só teríamos aflições, lembra-nos que a vida é escola a nos dar lições, nem todas permeadas pela alegria e a satisfação.
Porém, qual a finalidade dessas lições? O que a vida espera de cada um de nós, ao nos impor desafios pesados, aflições que nos perturbam e nos exigem tanto da alma? Em outras palavras, o que a vida quer de nós?
Jesus foi indagado a respeito, quando, utilizando o linguajar da época, alguém lhe perguntou qual o maior mandamento da Lei de Deus.
Para o religioso que o indagara, entender o mandamento da Lei de Deus significava entender o próprio objetivo da vida.
E Jesus foi claro ao responder que o objetivo maior da vida é o de amar. Seja o amor a Deus, o amor ao próximo ou o amor a si mesmo, devemos aprender a amar.
Dessa forma, seja o que for que nos ocorra, essas situações serão sempre dádivas da vida a nos oferecer possibilidades para o aprendizado do amor.
Seja o que quer que venha a nos suceder, lembremos que no fundo e no final de tudo, está o aprendizado para o amor.
Por isso, a atitude mais sábia que podemos ter perante a vida é a de amar. Amar incondicionalmente.
Pensando dessa forma, Richard Allens escreveu um poema que diz o seguinte:
Quando ames, dá tudo o que tenhas
E quando tenhas chegado ao teu limite, dá ainda mais
E esquece a tua dor.
Porque frente à morte, só o amor que tenhamos dado e recebido é que contará. Tudo o mais: as vitórias, as lutas, os embates ficarão esquecidos em nossas reflexões.
E conclui o poeta:
E se tenhas amado bem, então tudo terá valido a pena.
E o prazer que encontrarás nisso durará até o final. Porém, se não o tenhas feito, a morte sempre te chegará muito rápida, e afrontá-la será por demais terrível.
Assim, compreendemos que a única coisa que importa é o amor. Tudo o mais, nossas conquistas, nossos títulos, o dinheiro que temos ou a posição social que desfrutamos, é secundário.
O que fazemos não é importante. A única coisa que importa é como fazemos. E o que realmente importa é que o façamos com amor.
Por isso, antes que a morte nos convide a retornar ao grande lar, antes que nossa jornada de aprendizado aqui se conclua, aproveitemos o tempo e as lições para que o amor comece a ganhar espaço em nosso mundo íntimo.
Aproveitemos os dias valiosos da existência. A cada nascer do sol aceitemos o convite ao aprendizado do amor que se renova.
Entendendo a vida por esse prisma, tenhamos a certeza de que as dores amenizarão e as ansiedades repousarão na certeza de que Deus vela por todos, aguardando que as lições do Seu amor se façam em cada um de nós. 
Redação do Momento Espírita, com poema extraído do cap. El capullo y la mariposa, do livro Conferencias: morir es de vital
 importancia
de Elizabeth Kluber Ross, ed. Luciérnaga.
Em 3.10.2016.

sábado, 1 de outubro de 2016

Pai Nosso - Elizabete Lacerda (Pe Marcelo Rossi)


Submissão e Resignação


            30 – Prefácio – Quando sofremos uma aflição, se procurarmos a sua causa, encontraremos sempre a nossa própria imprudência, a nossa imprevidência, ou alguma ação anterior. Nesses casos, como se vê, temos de atribuí-la a nós mesmos. Se a causa de uma infelicidade não depende absolutamente de nenhuma das nossas ações, trata-se de uma prova para a existência atual, ou de uma expiação de falta cometida em existência anterior, e, neste caso, pela natureza da expiação podemos conhecer a natureza da falta, desde que somos sempre punidos naquilo em que pecamos. (Cap. V, nºs 4, 6 e segs.)
            Naquilo que nos aflige, vemos em geral apenas o mal presente, e não as conseqüências ulteriores e favoráveis que ele pode ter. O bem é freqüentemente a conseqüência de um mal passageiro, como a cura de um doente resulta dos meios dolorosos que se empregam para obtê-la. Em todos os casos, devemos submeter-nos à vontade de Deus, suportar corajosamente as atribuições da vida, se quisermos que elas nos sejam contadas, e que se apliquem a nós estas palavras do Cristo: Bem-aventurados os que sofrem. (Cap. V, nº 18)
            31 – Prece –  Meu Deus, soberana é a vossa justiça: todo sofrimento neste mundo, portanto, deve ter uma causa justa e a sua utilidade. Aceito a aflição que estou provando (ou que acabo de provar)como uma expiação para as minhas faltas passadas e uma prova com vistas ao futuro. Bons Espíritos que me protegem, dai-me a força de a suportar sem murmurar (ou de a lembrar sem queixa); fazei que eu a encare como uma advertência providencial; que ela enriqueça a minha experiência; que abata o meu orgulho e diminua a minha ambição, a minha tola vaidade e o meu egoísmo; que contribua, enfim, para o meu adiantamento.
            32 – Prece – Sinto, meu Deus, a necessidade de orar para vos pedir as forças necessárias a suportar as provas que me enviastes. Permiti que a luz se faça em meu espírito, com a devida intensidade, para que eu possa apreciar toda a extensão de um amor que me aflige porque me quer salvar! Submeto-me com resignação, ó meu Deus, mas  ai de mim! É tão frágil a criatura humana que, senão me sustentardes, poderei sucumbir! Não me abandoneis, Senhor, pois sem o vosso amparo eu nada posso!
            33 – Prece – Elevei o meu olhar para ti, ó Eterno, e me senti fortalecido. Porque é a minha força, e te peço, meu Deus, que não me abandones! Estou esmagado ao peso das minhas iniqüidades! Ajuda-me, pois conheces a fraqueza de minha carne! Não afastes de mim o teu olhar! Estou devorado por uma sede ardente. Faze brotar a fonte de água viva,que me dessedentará! Que meus lábios só se abram para te louvar, e não para reclamar das aflições da vida. Sou fraco, Senhor, mas o teu amor me sustentará. Ó Eterno, só tu és grande, só tu és a razão e o fim da minha vida! Seja bendito o teu nome, quando me deres, pois tu és o Senhor e eu o servo infiel. Curvarei a fronte sem uma queixa, porque só tu és grande, só tu és o alvo!

As doenças na visão espírita


Marlene Nobre

O Espiritismo tem uma grande contribuição a oferecer à Medicina e às escolas que lidam com a saúde humana.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda define saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social. O Espiritismo, porém, amplia essa visão e ensina que saúde é o estado de completo bem-estar biopsicossocioespiritual, pois leva em consideração os fatores biológicos, psicológicos, sociais e espirituais que influenciam o ser humano em sua passagem pela existência terrena.

Diferentemente da Medicina do Corpo, que ainda é exercida em larga escala nos dias de hoje, o Espiritismo descortina um novo modelo, o da Medicina da Alma.

No paradigma médico-espírita, o ser humano é um conjunto complexo, constituído de corpo físico, corpos sutis e alma; a prioridade, no entanto, na direção desse conjunto, é a da alma. Compete, pois, ao espírito imortal, a construção do seu destino terreno e, consequentemente, a da manutenção da sua própria saúde.

Segundo esses conceitos, o fato de uma pessoa não exteriorizar doença durante determinada fase da existência, pode não significar que ela esteja saudável. Assim, a criatura pode apresentar-se aparentemente saudável durante um período, mas já trazer no perispírito as marcas indeléveis da doença que eclodirá um pouco mais adiante, segundo a lei de ação e reação, que tem no tempo o principal fator desencadeante.

Segundo os princípios espíritas, a questão saúde-doença está profundamente vinculada à lei de causa e efeito, ao carma. André Luiz explica, no livro Ação e Reação, que carma designa “causa e efeito”, porque a toda ação corresponde uma reação. Quer dizer que está ligado a ações de vidas passadas. Assim, o carma seria uma espécie de “conta do destino criada por nós mesmos”, faz parte do sistema de contabilidade da Justiça Divina.

Segundo esse princípio, a criatura humana tem de dar conta de tudo que recebe da vida, de todos os empréstimos de Deus, patrimônios materiais, inteligência, tempo, afeições, títulos, e também do corpo físico, que lhe é concedido para o aperfeiçoamento espiritual. E será sempre assim, na roda viva da evolução espiritual em que deve se empenhar, tendo em vista a conquista de amor e sabedoria.

Aprendemos, com os Mentores Espirituais, que a percentagem quase total das enfermidades humanas tem origem no psiquismo. Assim, orgulho, vaidade, egoísmo, preguiça e crueldade são vícios da alma, que geram perturbações e doenças nos seus envoltórios, quer dizer, no corpo espiritual ou perispírito e no corpo físico.

Assim, no estudo de toda doença, é preciso levar o perispírito em consideração, mesmo porque a cura do corpo físico está diretamente subordinada à cura desse envoltório espiritual. Há exemplos importantes nos livros da coleção André Luiz que elucidam o nosso estudo. Vou citar apenas dois deles.

Vejamos o caso de Segismundo, em Missionários da Luz. Em vida passada, por causa de Raquel, ele tirou a vida física de Adelino com um tiro, que atingiu a vítima na altura do coração. Na vida atual, Segismundo renasceu como filho de Adelino e Raquel e trouxe, já na formação do seu corpo físico, o problema cardíaco que só se manifestará mais tarde, como doença do tônus elétrico do coração, após os 40 anos de idade.

As doenças, em geral, surgem relacionadas à idade em que as faltas foram cometidas.

Em outro livro, Ação e Reação, podemos acompanhar o caso de Adelino Silveira. No século XIX, Adelino era filho adotivo de um fazendeiro de grandes posses. Ambos eram muito unidos. Aos 42 anos, seu pai casou-se com uma jovem de 21 anos, a mesma idade de Adelino. Aconteceu, porém, que os dois jovens – Adelino e a madrasta – apaixonaram-se e ambos tramaram a morte do pai e marido. A pretexto de cuidar do pai enfermo, Adelino deu uma bebida forte ao dono da fazenda e depois ateou fogo ao seu corpo. Foi uma morte muito dolorosa. Depois de tudo consumado, Adelino casou-se, mas não conseguiu ser feliz, atormentado pelo remorso. No mundo espiritual, os padecimentos foram intensos e contínuos. Finalmente, arrependido, reencarnou no século XX como Adelino Silveira e, desde pequeno, teve seu corpo tomado por um eczema extenso, que o dominava quase por inteiro.

Como podemos observar, as ações praticadas vincam o nosso perispírito e se refletem no corpo físico que age como uma espécie de filtro das impurezas.

Assim, em matéria de saúde e doença, temos de levar em consideração as ações das vidas passadas e as da existência atual para que as nossas conclusões não sejam falhas ou incompletas.

Ao estudarmos esses casos, podemos constatar também o importante papel que a dor tem em nossas vidas. Segundo o benfeitor Clarêncio: Depois do poder de Deus, é a única força capaz de alterar o rumo de nossos pensamentos, compelindo-nos a indispensáveis modificações, com vistas ao Plano Divino, a nosso respeito, e de cuja execução não poderemos fugir sem graves prejuízos para nós mesmos.

Quando tudo dá errado

 que se faz naquele dia em que tudo parece dar errado?
Há quem diga: Levantei com o pé esquerdo.
Entende-se que quem assim fala, acredita que um pé é mais valioso do que outro.
Esquece-se de que ambos os pés são preciosos, pois que a base sobre a qual recai o peso do corpo, sustentado pelas pernas.
De toda forma, nesse dia em que tudo deve dar errado, porque começou errado, o que fazer?
Primeiro: repelir a idéia de uma perseguição de Deus aos Seus filhos.
As coisas não dão errado porque Deus quer.
Dão errado porque nós, os Seus filhos, agimos errado.
Vejamos. Você levantou pela manhã atrasado? De quem é a culpa?
Não é do despertador, que não soou o alarme, ou soou mais tarde.
A questão é sua, porque quem programa as funções do aparelho é você.
Portanto, não há porque se zangar. O que acontece, em seguida, para o melhor ou para o pior, é sua decisão.
Você pode levantar de um pulo, pôr-se em pé, sair às tontas do quarto e... se bater na porta, em um móvel.
Pensasse que nada traria de volta os minutos passados, levantaria com calma e faria tudo com mais vagar.
Quando você está com pressa e tenta fazer várias coisas ao mesmo tempo, tem muita probabilidade de algo desagradável acontecer.
O leite transborda, sujando o fogão, você se corta ao fazer a barba, o botão da camisa cai, pela violência que você usa, tentando abotoá-lo.
Enfim, a lista é quase interminável. E a culpa, com certeza, não é de Deus.
Faça tudo com calma. O carro não dá partida?
Verifique o porquê e resolva, se possível, sem se estressar.
Perdeu o horário do ônibus?
Lembre que a sua ansiedade ou a sua irritação não fará o próximo se adiantar. Espere.
Se preciso, avise seu superior, sua chefia, seu cliente, do atraso.
Se perderá uma aula, uma prova, já perdeu. De que adianta gritar, se zangar? Nada trará de volta os minutos perdidos.
A palavra já diz: perdidos.
O trânsito está congestionado? Não faça tolices, não viole as regras do bom motorista.
Tenha sempre à mão um livro, uma revista e aproveite o tempo.
A chuva o surpreendeu no caminho? Aguarde um pouco. Tudo passa. A chuva também passa.
Aguardar um pouco não lhe deve causar maior preocupação.
Enfim, em tudo seja responsável e pense que em suas mãos está permitir que tudo ande nos eixos, ou não ande.
Tudo se resolva, a pouco e pouco, ou não.
Por fim, pense: não vale a pena perder minutos preciosos da vida por estresse, irritação ou impaciência.
Deus quer a sua felicidade. Colabore com Ele nesta conquista.
*  *  *
Tudo no Universo traduz harmonia, precisão. Os planetas obedecem às suas trajetórias e cada qual se enquadra, na linha do dever que lhe é própria.
Os astros giram, as estrelas lançam sua luz ao espaço. Tudo obedece ao Grande Pai de todos nós.
Não sejamos diferentes. Harmonizemo-nos.
Colaboremos com nossa própria felicidade.
E pensemos a cada dia: Hoje tudo vai dar certo. Perfeitamente certo.
Eu farei o possível para tudo acontecer acertadamente.

 Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 13 e no
livro Momento Espírita, v. 6, ed. FEP.
Em 14.1.2014.

Força Interior


Mensagem recebida pelo médium Francisco do Espírito Santo Neto, em reunião pública da Sociedade Espírita Boa Nova, em Catanduva, SP no dia 20/03/1996
Não menosprezes a força interior que Deus te conferiu como dom natural.
Essas energias superiores estão em ti, basta somente que as liberte e um fluxo energético te guiará melhor ante tua própria existência.
O acontecimento não é o que ocorreu, mas sim o que fazes com aquilo que ocorreu. Podes tornar pior ou suavizar tuas tribulações pelo jeito com que reages a elas. [grifo meu].
Tua dor será sanada.
Teu conflito, extirpado.
Tua ansiedade, apaziguada.
Tuas buscas sempre encontrarão porto feliz.
Usa abundantemente tua luz interior e terás maior lucidez e discernimento em tua casa mental.
As soluções fluirão mais fáceis, se te integrares nesta força íntima que habitam em ti, pois és herdeiro de Deus.
Ele habita em teu âmago; busca-O, e essas potencialidades divinas estarão mais disponíveis em ti mesmo.
Assim, a harmonia e a serenidade estarão contigo, reforçando o elo que te ligar à Divina Providência.
Hammed

Nos momentos de desânimo…


Nos momentos de desânimo devemos nos segurar ao barco com todas as forças e esperar; depois da tempestade vem a bonança…
Você tem momentos difíceis? Horas em que dá vontade de largar tudo? Você tem dias em que acorda do avesso?
Todos temos momentos em que nos sentimos fragilizados, momentos em que gostaríamos de ganhar colo, fechar os olhos e ter bons sonhos. Ah, você não tem? Claro que tem, todo mundo tem!
E nos momentos de desânimo, como você reage? Coloca a culpa na vida, no destino, no marido, nos filhos, nos genes? Claro que isso não adianta nada, só complica ainda mais a situação. É bom que tenhamos consciência de nossas fraquezas, isso é inerente à condição humana, espíritos em evolução que somos. Ninguém é infalível, ninguém é super-homem (nem mulher maravilha).
Só não podemos deixar a peteca cair, nem podemos esperar que os outros façam o que deve ser feito por nós. Mesmo nos momentos de desânimo, quando parece que estamos no meio de uma tempestade em pleno alto-mar, devemos nos segurar ao barco com todas as forças e esperar; depois da tempestade vem a bonança…
Não podemos ser dependentes de ajuda alheia, ou de pena, ou de algo que se possa confundir com amor. Nosso equilíbrio e bem-estar não podem jamais estar nas mãos de alguém que não seja de nós mesmos. Há pessoas que procuram não esperar muito dos outros para não correrem o risco de se decepcionarem (eu achava isso certo até bem pouco tempo atrás); outras, pelo contrário, entusiasmam-se exageradamente por qualquer pessoa interessante que surja em seu caminho, e depois culpam essa mesma pessoa pelo entusiasmo que nutriram…
As pessoas são exatamente isso; pessoas, e tanto precaver-se delas como entusiasmar-se demais são erros, é dar a outra pessoa um poder que ela não tem, que ninguém tem, só você: o poder de ir à luta e traçar o seu caminho. Se o desânimo bate de vez em quando, tudo bem, segure-se e toque o barco. Mas quando ele se torna frequente, será que não é hora de tratar de planejar as coisas e fazê-las? Quem é o responsável pelos seus sonhos e pela sua realização? Você!  Então não espere que alguém realize o que você quer.
Os momentos de desânimo devem ser aproveitados para fortalecer a perseverança. Então não mude o rumo, se acha que ele está certo. Não se dê por vencido, não perca a confiança em você mesmo e no que você faz. Se a cada momento de desânimo você simplesmente abandonar tudo, aonde você vai chegar?
Se cair, levante; não fique se lamuriando ou esperando ajuda! E, acima de tudo, mantenha a vigilância sobre seus pensamentos! Toda e qualquer disciplina começa pelo pensamento. Controle seus pensamentos, mantenha-se vigilante sobre eles, não permita que o estado de desânimo tome conta de você. Esteja sempre consciente de que você, ninguém mais que você, é o responsável pelos seus pensamentos. Busque um bom pensamento e mantenha o foco sobre ele. As ferramentas que você precisa para esse trabalho estão dentro de você; confie na sua própria capacidade, assuma o controle da sua atitude e pare de esperar que as coisas simplesmente aconteçam. Vá à luta!