Aviso

Queridos irmaos o chat esta aberto a todos ...aqueles que sentirem necessidade pode la fazer sua prece individual...usem e fiquem a vontade pq a espritualidade presente ira acolher depende unicamente da fé de cada um.....
Muita paz e luz a todos

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Em toda e qualquer circunstância


No período da Segunda Guerra Mundial, o campo de concentração alemão de Ravensbrück, perto de Berlim, era considerado a pior prisão feminina.
As condições de vida eram subumanas. Estima-se que cerca de noventa mil mulheres e crianças ali morreram.
Foi para essa prisão que foram enviadas as irmãs holandesas Betsie e Corrie, detidas em fevereiro de 1944.
Quando foram transferidas para Ravensbrück, esperavam sofrer muito, pois conheciam a má fama do lugar. Porém, ambas eram mulheres de muita fé e confiaram a Deus suas vidas.
Nos primeiros dois dias, dormiram ao relento, sob a chuva. Depois, foram apertadas em um barracão, que fora construído para abrigar quatrocentas pessoas. Eram mais de mil e quatrocentas as mulheres ali abrigadas.
E, para completar, o local era infestado de pulgas.
Nesse lugar lúgubre, as irmãs se sentiam extremamente incomodadas pelos insetos. Entretanto, Betsie se lembrou das palavras do livro bíblico de Tessalonicenses: Dai graças a Deus em toda e qualquer circunstância.
Inspirada por tais palavras, proferiu uma oração, junto à sua irmã, agradecendo a Deus pelo dom da vida, por estarem juntas e até mesmo pelas pulgas.
Corrie, admirada, indagou: Agradecer pelas pulgas? Você está mesmo agradecendo pelas pulgas?
Betsie, serena, limitou-se a responder: Em tudo devemos agradecer a Deus.
O trabalho era duro. A comida era pouca e quem não fosse rápido na execução das tarefas, não recebia a batata e a sopa rala no almoço.
Passaram-se longos e incontáveis meses e as irmãs, diariamente, agradeciam a Deus, pois tinham oportunidade de, naquele alojamento infestado de pulgas, orar, louvar ao Criador e recitar trechos bíblicos.
Agradeciam também pelo fato dos guardas raramente virem até a cela na qual elas se encontravam.
O tempo passou. Betsie morreu na prisão, vítima de enfermidade e Corrie foi libertada, em dezembro de 1944.
Foi então que ela compreendeu o motivo de não serem importunadas pelos guardas, naquele alojamento: eles sabiam da infestação dos insetos no lugar e não chegavam perto.
Sarcasticamente, chamavam a cela de o circo das pulgas.
Com lágrimas nos olhos, Corrie proferiu uma prece de agradecimento a Deus por sua vida e, também, de forma especial, pelas pulgas.
*   *   *
Tudo que está ao nosso redor ganha novo sentido quando somos gratos por aquilo que nos cerca, pelo que somos e pelo que temos.
Quando somos gratos, desfrutamos melhor cada aspecto da vida, pois sabemos observar o mundo em profundidade e verdade.
Percebemos o sentido existente por trás de cada acontecimento, de cada sentimento, de cada conquista, de cada pessoa que entra, que permanece e que parte de nossas vidas.
*   *   *
A gratidão é um estado de espírito.
Nas palavras de Melody Beattie: A gratidão desbloqueia a abundância da vida. Ela torna o que temos em suficiente, e mais. Ela torna a negação em aceitação, caos em ordem, confusão em claridade.
Ela pode transformar uma refeição em um banquete, uma casa em um lar, um estranho em um amigo. A gratidão dá sentido ao nosso passado, traz paz para o hoje e cria uma visão para o amanhã.

Redação do Momento Espírita, com base no livro O refúgio secreto, de Corrie tem Boom, John e Elizabeth Sherrill, 
ed. Betânia e citação do livro 
Codependência Nunca Mais,
de Melody Beattie, ed. Best Seller.
Em 8.12.2014.

Conquistador Incomparável


Os conquistadores se cercam de legiões de mercenários e de soldados. Estabelecem estratégias de combate e planos ousados de conquistas.
Os conquistadores amealham tesouros da Terra e com eles pretendem estender o seu poder.
Os que os seguem o fazem aguardando recompensas generosas. Ou, então, serem brindados com cargos que lhes conferirão, igualmente, poder e dinheiro.
Ele foi um Conquistador diferente. Chegou tendo sido inicialmente anunciado aos corações simples e ouvidos atentos. Há muito aguardado, teve confirmada Sua identidade em várias oportunidades.
Seu Pai enviou um Mensageiro especial para Lhe anunciar o nascimento e um coral magnífico coroou de esplendor a notícia alvissareira.
Na noite quase fria, envolto em panos, sob a luz de brilhante estrela, Ele Se fez presente entre os homens.
Mostrou-Se à beira de um rio, entre pessoas rudes, mas esperançosas. Teve como arauto um mensageiro de voz vigorosa, que dizia ter vindo ao mundo para aplainar as veredas do Senhor.
O nome desse mensageiro era João. E, tendo-O identificado, endereçou-Lhe os dois primeiros Apóstolos, consciente de que Ele era o Cordeiro de Deus, o Messias cantado pelo povo, esperança da Humanidade.
Os conquistadores desejam homens adestrados em armas e selecionam os seus seguidores entre os que demonstram agilidade, precisão e eficácia.
Ele escolheu homens do povo. Pescadores da Galileia, um letrado, um vendedor de quinquilharias, um adolescente apaixonado pelas notícias dos Céus.
Doze deles compuseram Seu colegiado mais próximo. Outros setenta e dois, a quem lecionou a arte da compreensão e da paz íntima, elegeu como mensageiros da Sua chegada.
Dois a dois, esses foram à frente, anunciando pelas aldeias e cidades que o Reino de Deus se fazia próximo. E que o Filho do Rei já Se encontrava entre eles.
Tudo para que, quando Ele chegasse, a população já O aguardasse, na expectativa da Boa Nova que Ele traria.
Estrategista excelso, planificou com detalhes a abordagem aos simples e aos poderosos.
Esteve na praça, nas estradas, nas montanhas, no vale. Pregou nas sinagogas, no templo suntuoso de Jerusalém, nas casas dos que O acolhiam.
Distribuiu a Sua palavra, alertando que os que tivessem ouvidos de ouvir, ouvissem.
A ninguém constrangeu a segui-lO. O Seu era o convite para a paz. Quem a desejasse, que O seguisse.
Fez amigos por toda parte. Em Betânia, era acolhido, pelos irmãos Marta, Maria e Lázaro, com todo amor.
Pelas bandas de Tiro e Sidon, o lar de um amigo O acolheu, generoso, em Sua passagem.
Um certo Simão Lhe ofereceu um banquete, às quase vésperas de Sua prisão e morte. Um anúncio de despedida.
Jesus. Ninguém que O igualasse. Ninguém que realizasse, com tanta doçura e firmeza, a conquista de tantos corações.
Passados mais de vinte séculos de Seu retorno ao Mundo Espiritual, Sua presença permanece viva nos corações.
Sua vida, Seus atos, Seus feitos são contados, estudados em detalhes, por todos os que se fazem ávidos da Sua tão cantada paz.
Jesus, um Conquistador Incomparável. Sigamo-lO.
Redação do Momento Espírita. Disponível no 
CD Momento Espírita Especial de Natal, v. 15 
e no livro Momento Espírita, v. 8,  ed. FEP.
Em 10.12.2014.

Em favor da amizade


Desde os tempos bíblicos, a amizade foi tida como algo precioso. Ela é enaltecida no livro doEclesiastes, sendo comparada a um tesouro.
Para todos aqueles que desfrutam de boas amizades, não é novidade afirmar que é ótimo estar com os amigos.
Agora, no entanto, provas científicas sólidas afirmam que a amizade é capaz de prolongar a vida. Shelley Taylor, psicóloga pesquisadora da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, diz que a amizade desempenha um papel muito mais importante na manutenção da saúde e da longevidade do que a maioria das pessoas imagina.
Diz que os laços sociais são o remédio mais em conta que existe.
Desde 1979 vêm se intensificando pesquisas em torno da ação da amizade.
Mais de uma centena de estudos confirma os benefícios que a amizade traz para a saúde. Quem tem amigos, tem mais chances de sobreviver às doenças de alto risco, possui um sistema imunológico mais forte e com maior capacidade de regeneração, melhora sua saúde mental e vive mais do que pessoas que não têm suporte social.
Segundo os pesquisadores, o fato de ter amigos confiáveis significa menos hormônios de estresse fluindo pelo organismo, mesmo diante de problemas. É menor o risco de a pressão arterial e os batimentos cardíacos aumentarem de modo brusco.
Esse importante detalhe ajuda a prevenir danos arteriais.
Ao longo de toda uma vida, essas diferenças sutis podem resultar numa grande proteção contra as agressões do tempo e das doenças.
Pesquisas em vários Estados americanos, no Japão, na Escandinávia são unânimes em afirmar que é ótimo ter amigos.
Por isso, mesmo que a sua agenda esteja superlotada, não esqueça de dedicar um pouco de atenção para o florescimento e a manutenção das suas amizades.
Marque um encontro para um cafezinho. Ou uma caminhada pela manhã, antes de ir para o trabalho.
Reserve uma noite, ao menos, por mês, para se encontrar com os amigos.
Esteja presente nos acontecimentos importantes na vida de seus amigos, como casamentos, formaturas, aniversários, funerais. Acredite: sua presença vai fazer a diferença.
Programe-se para realizar algumas tarefas de rotina, com os amigos, aproveitando os tempinhos sempre preciosos, enquanto faz compras no mercado, vai ao banco, pratica exercícios, assiste ao jogo de futebol de seu filho.
O importante é não perder contato. Se o amigo está distante, telefone, utilize o correio eletrônico. Faça o que puder para manter as amizades.
Na alegria ou na tristeza, esteja com seus amigos.
*   *   *
Amizade é excelente presença de Deus no relacionamento das almas.
Apoie-se nas companhias caras ao seu coração. Deixe-se envolver pelo bem-querer.
Cultive a amizade, permitindo-se a salutar troca de ideias, sentimentos, alegrias.
Alimente a sua vida com essas horas de agradável convívio ao lado de quem você quer bem e se permita usufruir de felicidade.

Redação do Momento Espírita, com base no artigo Amigos – 
o segredo para uma vida mais longa, de Katherine Griffin, de Seleções Reader´s Digest, de janeiro/2003, e no cap. Juventude e amizades, do livro Cântico da juventude
pelo Espírito Ivan de Albuquerque, psicografia de Raul Teixeira, 
ed. Fráter.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 4, ed. FEP.
Em 11.12.2014.

Seja sempre Natal


O auditório do Tribunal estava lotado. Mas não era para uma sessão judiciária. A quase totalidade das pessoas assentadas nas poltronas confortáveis jamais havia ali adentrado anteriormente.
Era um local para sessões muito especiais e a própria imponência das mesas, das cadeiras lhe dava um toque de solenidade e de pompa.
Alguns dos presentes conheciam o recinto, como os faxineiros, limpadores de vidraças, garçons, seguranças.
Contudo, nesse dia, as portas haviam se aberto e mais de três centenas de servidores terceirizados ali estavam, confortavelmente assentados.
Notava-se-lhes a surpresa. Alguns registravam sua presença, junto aos amigos, com suas câmeras fotográficas.
Um dia especial. Uma comemoração natalina. Um momento de gratidão.
Era esse o motivo daquele encontro. Presentes as autoridades judiciárias, deu-se início ao evento.
Um a um, eles discursaram. Não para os seus pares desembargadores e juízes, mas para os servidores, para as pessoas que, ao longo do ano, lhes serviram o café, o lanche, mantiveram o asseio do ambiente e lhes garantiram a segurança.
Cada um deles deixou extravasar o coração, dizendo que aquela confraternização era para dizer da gratidão àqueles servidores, por seu trabalho, ao longo do ano.
Contaram fatos estimuladores ao bem, lembraram a data natalina que se avizinhava, falaram a respeito do Celeste Aniversariante.
Cada qual com sua tônica, foi criando um ambiente de muita emoção.
Uma ou outra lágrima furtiva e

scapava dos olhos dos homenageados.
Então, a esposa de um desembargador tomou do violão e cantou. Sua voz se elevou como uma prece, alcançando os céus, graças à feliz escolha das canções.
Canções do nosso Brasil, canções que falavam da terra maravilhosa em que vivemos, do orgulho de ser brasileiro, da força de um povo que se ergue, a cada dia, para lutar e vencer.
Canções que convidavam ao amor ao próximo, à terra natal, à gratidão a Deus pela vida, por mais dura que ela se possa apresentar.
Em alguns momentos, o auditório ouvia, silencioso, em outros, incentivado pela cantora, a acompanhava, entre a alegria e a emoção.
Uma festa de corações. Os mais sensíveis sentiam asas invisíveis adejarem sobre todos, esparzindo bênçãos.
Amores que haviam partido, anjos de guarda, servidores do bem envolviam em doces abraços os presentes.
A harmonia das notas, a voz primorosa, os versos, tudo se elevava em envolvente prece.
Então, concluindo, a canção final se derramou pelo ambiente. Uma canção portuguesa que, entre seus versos proclamava:
É Natal, os sinos vão tocando
Enquanto nos seus lares famílias vão rezando.
É Natal, alegram-se as crianças.
O pai Natal voltou com montes de lembranças.
É Natal, o mundo iluminou-se
Com a luz do perdão que Deus à terra trouxe.
É Natal, Jesus vem nos dizer
Que só prá perdoar vale a pena nascer.
É Natal, os homens são irmãos,
Esqueceram o egoísmo e deram-se as mãos.
É Natal, poucas horas somente,
Que juntas são um dia, um dia diferente.
É Natal. Oh! Deus que me escutais
Fazei que os outros dias
Sejam todos Natais.
*   *   *
Que seja Natal todos os dias em nossas vidas!

Redação do Momento Espírita, com base em fato ocorrido 
no Auditório do Tribunal de Justiça do Paraná, em 
15 de dezembro de 2011.
Em 16.12.2014.

domingo, 28 de setembro de 2014

Vós sois deuses


“Vós sois deuses”, disse o Mestre de Nazaré, referindo-se à nossa condição de seres imortais.
“Podeis fazer tudo que faço e muito mais”, acrescentou ainda.
Recordamos-lhe a vida e o vemos andando pelas estradas, atendendo o povo, sem cansaço.
O povo, a sua paixão. Onde se manifestasse a dor, ei-Lo a espalhar o consolo.
Ele adentra Naim e, deparando-se com um féretro que levava ao sepulcro um corpo jovem, compadece-se da mãe em prantos.
Estanca o passo dos homens e ordena ao moço que se erga, devolvendo-o à mãe, agora em júbilo.
Ele convive com a má-vontade e a ignorância dos homens. Ouve as perguntas, tolas por vezes, que lhe são dirigidas e as responde, elucidando.
Vai à casa dos apontados como corruptos, serve-se do momento para ensinar o bem, sem conspurcar-se.
Ergue a mulher equivocada de Magdala, convidando-a a reformulação íntima.
Recebe-lhe as demonstrações de carinho e ternura, mas insiste no convite à mudança de atitude.
Imparcial, sempre. Sereno, também.
Devolve a vista ao cego de nascença e lhe recomenda nada dizer a ninguém.
Como se pudesse o beneficiado deter a alegria de que se revestiu.
Liberta o homem de Gadara da legião de espíritos infelizes que o atormentavam.
Aponta diretrizes renovadas à mulher, na fonte, e lhe possibilita o crescimento espiritual.
Da virtude que emana de seu espírito oferta a cura ao problema hemorrágico da mulher das distantes terras de Cesaréia de Felipe.
Entra, triunfante, em Jerusalém, sem, no entanto, prender-se às efêmeras manifestações de júbilo com que o recebe o povo.
“Podeis fazer muito mais...”
Obediente à assertiva do cristo, Albert Schweitzer embrenhou-se no coração da áfrica equatorial francesa e se dedicou aos seus irmãos negros.
Construiu seu hospital do nada, praticamente com as próprias mãos. Tudo para atender os pacientes africanos atacados de todas as doenças, desde lepra até elefantíase.
Foi-lhes médico, pastor, professor. Suportou-lhes a ignorância que os fazia comer os ungüentos receitados para afecções da pele.
Ou beber de uma só vez o vidro de medicamento destinado a durar semanas. Ou quando tentavam envenenar outros internos.
Quando o silêncio descia sobre o resto do acampamento, ele trabalhava até meia-noite, ou mais tarde ainda, escrevendo ou respondendo cartas.
Quando partiu para a África, Schweitzer pensou que estava abandonando para sempre as coisas que lhe eram mais caras: a arte e o ensino.
Mas sempre teve um piano consigo na áfrica e assim pôde manter em dia sua música. Suas gravações de Bach em órgão obtiveram grande êxito.
Cada vez que voltava à civilização, fazia uma longa série de conferências, havendo sido homenageado por inúmeras universidades.
Além disso, trabalhando à noite, manteve uma produção literária constante. Os homens lhe reconheceram a grandeza: ele recebeu o prêmio Nobel da paz, em 1952.
“Vós sois deuses... Podeis fazer muito mais...”
Schweitzer fez. Que podemos nós realizar?
Equipe de Redação do Momento Espírita.

Coragem e fidelidade


Pilatos, Procurador da Judéia na época em que Jesus foi crucificado, ficou famoso na História da Humanidade pela falta de coragem de tomar uma decisão justa com relação ao condenado à morte, que ele sabia ser inocente.
E a expressão lavar as mãos é relativa à covardia de Pôncio Pilatos, que deixou que o povo decidisse sobre a vida de Jesus, quando poderia ter se posicionado com firmeza e libertado o Mestre de Nazaré.
Se o Procurador tivesse sido fiel ao cargo que ocupava, a História do Cristianismo poderia ter mudado seu rumo.
Outras autoridades da época, como os senadores romanos, poderiam, se quisessem, ter intercedido em favor de Jesus, mas não o fizeram.
Mas esse tipo de covardia moral ainda é comum nos tempos atuais.
Há os modernos Pilatos que ainda lavam as mãos na hora de tomar decisões firmes e justas, jogando a incumbência a terceiros, para se isentarem de comprometimentos com este ou aquele grupo de opositores.
Ficar de bem com todos é a meta, embora a consciência acuse a imoralidade e a falta de ética.
Assim, vemos autoridades de vários setores jogando a responsabilidade que seria sua, nas costas de outras pessoas, que são os chamados testas de ferro ou bodes expiatórios.
No entanto, a Humanidade sempre teve exemplos de dignidade e honradez de homens que, mesmo sem assinar um compromisso, defenderam com fidelidade as causas que abraçaram.
Gandhi, mesmo não sendo político, mudou a escala de valores políticos do mundo, sem usar as armas habituais dos políticos.
Luther King, mesmo sem ser sociólogo, provocou mudanças radicais nos valores sociais da Humanidade.
Albert Schweitzer, mesmo não assumindo um compromisso na área humanística, alterou os valores humanitários da Terra.
E a escala de amor do mundo jamais foi a mesma depois de Jesus Cristo.
Assim, seja qual for a nossa área de ação, busquemos tomar as decisões que nos cabem, com coragem e fidelidade.
Em qualquer profissão, desde a mais humilde até a mais significativa, temos oportunidade de agir com segurança ou lavar as mãos.
Pilatos e os demais homens que tinham poder de decisão mas lavaram as mãos, certamente amargaram o gesto por muitos séculos.
Não sejamos nós a nos comprometer negativamente em situações que nos solicitam firmeza e fidelidade.
Ninguém responderá pela parte que nos cabe a não ser nós mesmos. Seja essa parte grande ou pequena, se é de nossa responsabilidade teremos que prestar contas às Leis Divinas, mais cedo ou mais tarde.
Dessa forma, antes de nos decidirmos por ficar bem com todos, pensemos primeiramente em ficar bem com a nossa própria consciência e com Deus.
*   *   *
A fidelidade ao bem mede a estatura moral do homem, fala dos seus sentimentos espirituais, expressa sua evolução e candidata-o a mais elevadas responsabilidades.
Redação do Momento Espírita com pensamento final colhido
  no verbete  Responsabilidade, do livro Repositório de 
sabedoria, v. 2, pelo Espírito Joanna de Ângelis, 
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 07.12.2009.

A tríplice função social do Centro Espírita Parte




Para que um saber se insira na sociedade é necessário a existência  de estruturas formais  que assegurem a sua difusão, a criação de uma consciência coletiva de profitentes e o desenvolvimento de práticas que validem e utilizem tal conhecimento de modo a fazê-lo mais aceito. Por isto a Cosmovisão espírita, construída a partir da revelação espiritual codificada por Allan Kardec , presentificando-se no mundo, vivencia os mesmos processos de outras mundividências para se instaurar nas entranhas da sociedade.
Em que pese suas profundas diferenças de organização em relação a outros saberes, a começar pela inexistência de hierarquia bem como  o contato permanente com participantes interexistenciais  – espíritos desencarnados –  o Espiritismo constituiu uma célula máter para desenvolver suas atividades: o centro espírita  hoje considerado sua unidade fundamental.
Nele realizamos  os mais variados trabalhos em consonância com as demandas evolutivas  das pessoas que o buscam  organizando suas atividades sob a ótica dos princípios espíritas que nos oferece os parâmetros  necessários para discernirmos o que convém efetivar, seu modo de operar e como avaliar nossas ações.
Como os centros espíritas surgem ao sabor das decisões pessoais e de pequenos grupos, algumas vezes sob orientação ostensiva de entidades espirituais, é compreensível que apresentem variedade de formas de organização, de ênfase em algumas atividades, e até mesmo de foco em um ou outro princípio norteador da Doutrina Espírita.
Considerando os motivos identificados nas pessoas que buscam tais instituições e seus objetivos institucionais decorrentes da cosmovisão espírita, organizamos suas atividades prevalentes em três núcleos  que correspondem a aspectos da sua função social: centro de saúde e promoção da pessoa, educandário e templo.
Centro de saúde
Considerando que estarmos encarnados é reflexo da nossa situação espiritual cujo movimento evolutivo é impulsionado pela dor, todos em algum momento demandaremos hospitalidade. E pelo fato do pensamento espírita nos mostrar numa maior inteireza como seres espirituais manifestando-se por instrumentos intermediários impermanentes  ou passíveis de transformação, nossas vestes transitórias chamadas de corpo somático e perispírito, é necessário que dediquemos parte da nossa atenção a atividades referentes a melhoria da qualidade de vida no sentido multidimensional biopsicossocioespiritual incluindo inclusive os sofredores incorpóreos.
Assim tem relevância tudo que fizermos em termos de saúde e promoção humana, justificável por vários princípios espíritas a começar pela solidariedade entre irmãos já que somos filhos da mesma criação divina, da necessidade evolutiva de expressarmos amor  como alavanca do nosso progresso e da compreensão do mandamento de Jesus, considerado guia e modelo por excelência pelo Espiritismo, que recomendava:” curai os enfermos”.
Como a cosmovisão espírita não despreza as contribuições da visão materialista do mundo, incluindo-as e transcendendo-as é natural que algumas de nossa atividades  se assemelhem na forma  àquelas existentes na sociedade. Em nome da caridade acolhemos as pessoas que precisam de cuidados biológicos, de atendimentos psicológicos e  de ações sociais e até nos propomos a seguir normas jurídicas vigentes para minimizarmos a dor do mundo . Ainda que não elejamos o corpo como foco principal de nosso existir devemos vê-lo como o “templo onde habita o espírito, veículo de manifestação do ser imortal, síntese evolutiva do espírito no domínio das formas materiais.
Entretanto mesmo nestas instâncias devemos fecundar nossas ações com a perspectiva de que lidamos com um ser imortal em transitória condição de vida  cujas circunstâncias são também momentos significativos para dinamizarmos  o processo evolutivo.  E porque entendemos que a vida biopsicossocial é uma conseqüência da dimensão espiritual evolutiva de cada ser mesmos nos procedimentos  triviais  de elevação da  qualidade de vida além de aliviarmos os efeitos devemos remontar às causas que são em última instância derivadas do espírito.
Na ação espírita solidária também diferimos das práticas materialistas por termos conhecimento sobre fluidos, energias psíquicas, influências espirituais obsessivas, processos de adoecimento palingenésico, ausência de Deus, como fatores geradores de sofrimento. Por outro lado temos ao nosso dispor modalidades de trabalho não disponíveis em um centro de saúde comum como a água magnetizada, o passe, a consulta espiritual, as práticas desobsessivas, o aconselhamento a partir da trajetória evolutiva,  os trabalhos de esclarecimento grupal sobre o adoecer e o curar-se,  para citar algumas das práticas mais corriqueiras já consagradas pelo uso no movimento espírita.
A tríplice função social do centro espírita – Parte II
Educandário
Segundo a análise dos princípios espíritas a educação é concebida como um caso particular, basicamente humano, do processo evolutivo que encadeia o átomo e o arcanjo, numa série de transformismos inerentes à lei do progresso. Trata-se assim o fenômeno educativo como um desvelar de potencial do ser essência  nas suas manifestações até atingirmos o estágio preconizado por Jesus ao afirmar: sede perfeitos como perfeito é o Pai Celestial.
Mais uma vez estamos, neste aspecto das atividades espíritas, enriquecidos por fundamentos filosóficos e psicológicos para a educação que consideram os avanços das concepções pedagógicas humanistas centradas numa vida corporal única  e vão além, fazendo os ajustes necessários. Enfatizamos a primazia do espírito sobre a matéria  ao trabalharmos com a informação de que somos seres espirituais  vivendo uma experiência humana.
Por razões históricas e sociais, no Brasil dos séculos XIX e XX, o movimento espírita definiu ser prioritário investir na educação do povo seja porque exercia sua solidariedade com os mais necessitados seja por entender que a compreensão lingüística, mesmo em moldes tradicionais, favorece a liberdade de consciência, um passo evolutivo relevante na atualidade e facilita o acesso intelectual ao saber espírita. Assim nasceram muitas instituições educacionais comandadas por espíritas, inseridas na rede de ensino oficial e, em conseqüência, utilizando-se de didáticas que por sua origem se restringem  à formação intelectual, ao cultivo de habilidades psicomotoras e preparação para o mercado de trabalho e ao cultivo de alguns valores de forma incipiente.  Em alguns casos, quando possível se inseriu em sua grade curricular momentos de educação moral e religiosa e até mesmo estudos espíritas.
Este esforço de valorização da educação, uma demonstração clara do sentido de benemerência  difundido nos arraiais espíritas, em certo sentido facilitou o reconhecimento dos espíritas no meio social e perante órgãos governamentais. Entretanto, por sua própria natureza, não explorou as fontes do saber espírita e se tornou uma introdução à prática educacional espírita, hoje muito mais organizada e diversificada na sua célula máter. Em muitos centros espíritas ensino-aprendizagem  inclui  palestras organizadas para públicos flutuantes, ações didáticas para diferentes faixas etárias com programas diversificados, estudos específicos de autores, de temas selecionados, grupos de autoconhecimento e desenvolvimento do potencial humano, práticas educativas em torno da mediunidade e mais raramente pesquisas.
Construir um arcabouço teórico-prático  e vivencial para as atividades espíritas em educação é uma demanda cada vez mais significativa para o progresso do Espiritismo e o cumprimento de sua missão quanto a renovação social. O que já foi realizado até então, nada desprezível, situa-se como parte do edifício pedagógico que precisamos erguer .
Tomando como base o discurso de Allan Kardec sobre a educação do caráter , sua vivificação e ampliação  pelos seguidores que o sucederam, esboça-se o aproveitamento de todas as faculdades psíquicas, de diferentes estados de consciência, do uso da compreensão evolutiva e palingenésica como realidades possíveis no ato pedagógico a partir da cosmovisão espírita.
E tendo como modelo pedagógico as ações de Jesus e seus apóstolos no Evangelho deveremos levar em consideração a adequação dos conteúdos e das vivências educacionais a cada ser em sua zona proximal de aprendizagem pois Ele falava por parábolas ao povo, reunia um  grupo para convivência diária, ampliava este grupo nos momentos de difusão do Evangelho e o reduzia quando se tratava de vivências especiais como no monte Tabor ou no jardim  das Oliveiras.
Também deveremos dar ênfase ao finalismo da educação do Evangelho, que o Espiritismo pretende revitalizar pois  assume como missão sua reviver o  padrão evangélico, e ele nos aponta para um ser educado em conformidade com a lei de Deus, buscando prioritariamente o reino dos céus, tendo fé a ponto de imitar Jesus em seus feitos, desapegado dos bens do mundo, amando a ponto de fazê-lo incluindo os inimigos e dando a própria vida corpórea em favor dos amados, e fazendo brilhar a luz diante dos homens para a glória de Deus.
Em decorrência das atividades do educandário deverá florescer uma comunidade espírita unificada pelo  pelos princípios ainda que expressando sua diversidade evolutiva. Um mais amplo sentido de família será desenvolvido através de laços espirituais onde todos se reúnem em torno de um projeto evolutivo individual e comunitário e aporta sua contribuição conforme suas possibilidades e recebe apoios de acordo com suas necessidades e disponibilidades da comunidade aos poucos convergindo para uma idealizada situação similar aos apóstolos que segundo a narrativa de Lucas eram um só pensamento e um só coração na comunidade original perto de Jerusalém.
A  tríplice função social do centro espírita – Parte III
Templo
Em nossa viagem evolutiva precisamos de estímulos que nos façam sair dos limites da consciência normal e das influências dos hábitos do subconsciente. Isto só é possível de retirarmos o véu que impede o acesso as zonas superiores da nossa psique configuradas no superconsciente, em cujo âmago está a assinatura de Deus. Isto é possível através dos momentos de oração, em preces que pedem, agradecem e louvam, em contemplações que nos fazem perceptivos a unidade fundamental do cosmos, em meditações que nos permitem realizar a ascese espiritual do estágio humano até a percepção unificada em Deus, na busca de vivências de transcendência quando superamos  as barreiras da mente e seu modo de perceber centrado no espaço e no tempo, enfim na experiência do êxtase que nos permite adentrar com consciência o reino propriamente dito da essência.
A função social de templo nos remete ao lugar do sagrado, à experiência do numinoso, à entrada na consciência do permanente, e por conseqüência, a compreensão da sabedoria perene, do deleite no Eterno, no Absoluto, na Plenitude.
Por considerarmos a mais arrojada atividade do espírito, viver o sagrado, é essencial para dinamizar nosso processo evolutivo. Através dela fazemos conexões interdimensionais com os luminares da Verdade, do Belo, do Bem, da Justiça e gozamos   de momentos ditosos que são incomparavelmente superiores aos prazeres até então vividos em sua maioria restritos a uma consciência sensório-emocional. Ainda que não consigamos manter o clima psíquico especial sua presença sutil impregnará nossas atitudes e reorientará nosso sistema de  decisão nas questões humanas do cotidiano.
Ainda que não tenhamos alcançado a mesma desenvoltura nas práticas de templo quando comparadas ao hospital e ao educandário, o que em certo sentido nos sinaliza para nossas dificuldades em ultrapassar o humano em direção à angelitude, realizamos algumas atividades que merecem maior disseminação como as orações introdutórias nas atividades do centro espírita, os círculos de oração à distância, os encontros de práticas meditativas, estes mais raros, a leitura em grupo de textos sagrados, em especial os evangelhos canônicos, os ensaios espirituais através da arte  de qualidade transcendental, as viagens mentais ou imaginativas em direção ao nosso futuro evolutivo e os encontros com líderes espirituais desencarnados através das vivências em desdobramento espiritual ou da mediunidade que orientam a implantação das percepções espirituais elevadas na consciência humana .
Como pretendemos  ultrapassar a consciência mítica e mágica caracteristicamente pré-racional, alijamos de nossas instituições rituais que nos aprisionam nesta fase anterior do desenvolvimento psíquico.  Entretanto ainda não conseguimos ultrapassar com facilidade a nossa estabelecida racionalidade para adentrarmos o reino consciencial intuitivo-afetivo onde vigora a síntese e as experiências de fé que nos dão certeza além dos fatos, referendando o ensino de Jesus a Tomé que dizia serem bem-aventurados os que não viram e creram. Esta limitação nos priva de realizarmos  as  possibilidades entrevistas nas afirmações de que deveremos gravitar em torno de Deus ou de sermos co-criadores do Universo em união com Ele.  O exercício perseverante no templo nos facultará acessarmos a regiões inusitadas da psique e do mundo espiritual, ampliando nosso sentimento de religiosidade até alcançarmos a gênese fenomênica do Cosmos e sua causa primordial.

É evidente que  o centro de saúde, o educandário e o templo só existem e realizam a sua missão a contento na medida em que preparam trabalhadores competentes para cada mister. Daí porque é essencial a adequada capacitação do voluntariado espírita em alguma instância do movimento espírita o que usualmente é uma tarefa prioritária das  chamadas atividades federativas. Há porém que se responder algumas indagações prementes para cultivarmos o progresso do movimento espírita ao tempo que asseguramos a sua unidade substancial. Entre elas destacamos:
Quais os parâmetros utilizados para caracterizar uma atividade espírita?
Como proceder para facilitar o surgimento de trabalhadores compromissados com a cosmovisão espírita e, portanto orientando-se pelos ensinos do Evangelho, capazes de atender as demandas do centro de saúdel, do educandário e do templo?.
Como construir a melhor forma de organização institucional adequada a cada comunidade de espíritas e ao mesmo tempo unificada nos objetivos e princípios espíritas?
E como avaliar se nossas atividades estão congruentes com os objetivos espíritas e alcançam os resultados  que delineamos?

Vale ainda ressaltar que esta divisão de funções é ainda um artifício organizacional  pois elas estão entrelaçadas, formando uma totalidade organísmica, e como tal podem, até certo ponto, serem exercidas simultaneamente.
E mesmo esta descrição das funções não ilustra a totalidade da ação dos centros espíritas  pois seus profitentes podem estar realizando ações espíritas em ambientes de trabalho, nos órgãos de comunicação, em conselhos sociais  etc…
Os que acreditamos  na visão de mundo centrada no espírito e temos nosso oásis evolutivo no centro espírita e em seus órgãos de unificação do pensamento e sentimento devemos levar adiante com redobrado denodo a tarefa de semearmos no mundo esta percepção da realidade que de tão revolucionária demandará muitas transformações pessoais, coletivas e interexistenciais.
O desafio é vasto, a meta é grandiosa, a missão vista através deste prisma é entusiasmante.
Avante pois trabalhadores espíritas. O reino da bem-aventurança é o nosso destino.

ALPeixinho
Diretor – presidente da FEEB.

sábado, 27 de setembro de 2014

Primavera em nossa alma


Desde pequenos, muitos de nós elaboramos planos para a vida adulta.
Enquanto alguns crescem alimentando os sonhos infantis e os concretizam na maturidade, outros os deixam para trás.
Buscamse realizar pessoal e profissionalmente de uma forma diversa daquela planejada no início.
Enfim, todos nós temos objetivos a cumprir e metas a alcançar.
Importante analisarmos de que forma estamos agindo na concretização desses sonhos.
Na profissão ou ocupação que desenvolvemos, estamos agindo apenas em troca de uma remuneração financeira ou nos preocupamos em fazer algo mais, que vá além de nossa obrigação?
No caso de termos subalternos, de que maneira os estamos tratando? Importamo-nos com suas questões pessoais?
Temos sido amáveis e atenciosos com nossos familiares e amigos?
O bem está tendo espaço em nossa vida?
*   *   *
Não nos esqueçamos de que é possível ser caridoso a todo tempo e em todos os lugares. Oportunidade não nos falta.
É muito bom quando conseguimos reservar algum período do nosso tempo para o serviço sem remuneração, para a ação em favor da comunidade, para a caridade fraternal.
Esse tempo específico para agir no bem tem grande valor para Deus. Mas tenhamos a convicção de que não precisamos de um momento exclusivo para colocar o amor em ação.
Podemos agir caridosamente dentro do nosso ambiente familiar e em todas as relações sociais.
O modo como tratamos o próximo é que determina a nossa grandeza.
Tiremos o foco de nós mesmos e nos preocupemos com aqueles que estão a nossa volta, observando o quanto nossas boas ações, por mais simples que sejam, têm influência sobre eles.
Cuidemos para que a nossa vontade não prevaleça sempre sobre a dos outros. O exercício de fazer concessões nos leva, aos poucos, a deixar de lado o orgulho que ainda carregamos.
Chegará o momento de partirmos desta morada e o que ficará serão nossas obras. O que realizamos é sempre mais importante do que nós mesmos.
Façamos, então, a diferença e participemos de um momento de mudança em nossa sociedade, oferecendo bons exemplos, amparando e protegendo aqueles que necessitam, edificando construções de amor.
Preocupemos-nos em deixar algo de bom pelo caminho que percorremos. Belas obrasque possam ser levadas adiante por outras pessoas, independentemente de nossa presença.
Não importa se escolhemos seguir os sonhos da infância ou se optamos por buscar outras formas de nos realizarmos.
O importante é a maneira como estamos trilhando o caminho que escolhemos e a história que estamos deixando registrada.
Lembremo-nos da primavera, época encantadora e de vida abundante, na qual as flores e o canto dos pássaros embelezam nossos dias.
Assim como o aroma e as cores dessa estação nos trazem alegria, sejamos nós capazes de embelezar a vida do nosso semelhante com o perfume do bem.
Façamos então primavera em nossa alma.

Redação do Momento Espírita.
Em 24.5.2013.

Abraço de filho


Abraço de filho deveria ser receitado por médico.
Há um poder de cura no abraço que ainda desconhecemos.
Abraço cura ódio. Abraço cura ressentimento. Cura cansaço. Cura tristeza.
Quando abraçamos soltamos amarras. Perdemos por instantes as coisas que nos têm feito perder a calma, a paz, a alma...
Quando abraçamos baixamos defesas e permitimos que o outro se aproxime do nosso coração. Os braços se abrem e os corações se aconchegam de uma forma única.
E nada como o abraço de um filho...
Abraço de Eu amo você. Abraço de Que bom que você está aqui. Abraço de Ajude-me.
Abraço de urso. Abraço de Até breve. Abraço de Que saudade!
Quando abraçamos, a felicidade nos visita por alguns segundos e não temos vontade de soltar.
Quando abraçamos somos mais do que dois, somos família, somos planos, somos sonhos possíveis.
E abraço de filho deveria, sim, ser receitado por médico pois rejuvenesce a alma e o corpo.
Estudos já mostram, com clareza, os benefícios das expressões de carinho para o sistema imunológico, para o tratamento da depressão e outros problemas de saúde.
O abraço deixou de ser apenas uma mera expressão de cordialidade ou convenção para se tornar veículo de paz e símbolo de uma nova era de aproximação.
Se a alta tecnologia - mal aproveitada - nos afastou, é o abraço que irá nos unir novamente.
Precisamos nos abraçar mais. Abraços de família, abraços coletivos, abraços engraçados, abraços grátis.
Caem as carrancas, ficam os sorrisos. Somem os desânimos, fica a vontade de viver.
O abraço apertado nos tira do chão por instantes. Saímos do chão das preocupações, do chão da descrença, do chão do pessimismo.
É possível amar de novo, semear de novo. É possível renascer.
E os abraços nos fazem nascer de novo. Fechamos os olhos e quando voltamos a abri-los podemos ser outros, vivendo outra vida, escolhendo outros caminhos.
Nada melhor do que um abraço para começar o dia. Nada melhor do que um abraço deBoa noite.
E, sim, abraço de filho deveria ser receitado por médico, várias vezes ao dia, em doses homeopáticas.
Mas, se não resistirmos a tal orientação, nada nos impede de algumas doses únicasentre essas primeiras, em situações emergenciais.
Um abraço demorado, regado pelas chuvas dos olhos, de desabafo, de tristeza ou de alívio.
Um abraço sem hora de terminar, sem medo, sem constrangimento.
Medicamento valioso, de efeitos colaterais admiráveis para a alma em crescimento.
*   *   *
Mas, se os braços que desejamos abraçar estiverem distantes? Ou não mais presentes aqui? O que fazer?
Aprendamos a abraçar com o pensamento.
O pensamento e a vontade criam outros braços e nossos amores se sentem abraçados por nós da mesma forma.
São forças que ainda conhecemos pouco e que nos surpreenderão quando as tivermos entendido melhor.
Abraços invisíveis a olho nu, mas muito presentes e consoladores para os sentidos do Espírito imortal, que somos todos nós.

Redação do Momento Espírita.Em 22.02.2012.