Aviso

Queridos irmaos o chat esta aberto a todos ...aqueles que sentirem necessidade pode la fazer sua prece individual...usem e fiquem a vontade pq a espritualidade presente ira acolher depende unicamente da fé de cada um.....
Muita paz e luz a todos

domingo, 29 de dezembro de 2013

A Preparação do Homem no Centro Espírita


Milton Felipeli
1º - O centro espírita prepara o homem para a vida.
Se isso não ocorre hoje, certamente ocorrerá no futuro, posto que o progresso é lei inexorável.
O ideal contido nas obras básicas da doutrina, não encontra, por hora, identificação com a nossa realidade. E isso tem uma explicação muito simples, em relação ao desenvolvimento do Espiritismo aqui no Brasil. É que na prática, a atividade espírita ressentiu-se da enorme influência dos cultos religiosos da Igreja Católica e das manifestações mediúnicas trazidas da África pelos escravos.
Desse sincretismo, surgiu uma realidade, em termos de prática mediúnica, sendo a atividade espírita mesclada no culto religioso do catolicismo e nos ritos africanos, mais tarde caracterizadas pela atividade formalística da umbanda.
Historicamente, nas primeiras décadas deste século, esse era o panorama dos centros espíritas, misturado em toda a sua essência com os ritos católicos e africanos (das tribos dos bantôs). Mas isso também tem uma explicação sociológica bem evidente: o Brasil reflete, por herança, a cultura e a religião dos países colonizadores. Recebemos e assimilamos a forte influência da Europa.
2º - No início deste século, poucos eram os centros espíritas que não se ressentiam dos ritos, aparatos e práticas essencialmente religiosas. Como pretender, então, que não fosse dado um caráter excessivamente seitista ao momento mediúnico no centro espírita?
Essa mistura exótica, deturpadora dos reais objetivos do Espiritismo (surgido para libertar o homem das correntes religiosas que escravizam o pensamento humano, impedindo-o de raciocinar e dirigir por conta própria a sua vida), acabou por apresentar, em sua organização, o centro espírita sob as condições próprias de um povo místico e a quem foi ensinado que o homem necessita de pertencer a uma religião, caso contrário não encontrará salvação, mas cujas características espirituais já se delineavam como propícias para recepcionar a semente da Doutrina dos Espíritos.
Nesse tempo a que estamos nos referindo, os centros espíritas, em sua maioria, mantinham práticas ritualísticas, que eram facilmente identificadas; casamentos, velórios, batizados, crismas, adivinhações, apadrinhamentos.
A maioria dos centros introduziria em suas dependências, o altar e as imagens, além de outros aparatos para a prática de suas atividades: uso de incenso, roupas brancas, símbolos e sinais especiais.
O motivo específico disso tudo era o grande desconhecimento que os chamados adeptos tinham de todo o conteúdo da obra doutrinária de Kardec. Por esse fato, não lhe emprestavam quase nenhuma seriedade.
A ausência do estudo da doutrina, foi o grande responsável pela manutenção do "continuum mediúnico", divorciado do verdadeiro conteúdo filosófico do Espiritismo.
Vencida essa fase em que pouco a pouco as coisas foram sendo colocadas em seus devidos lugares - o problema ainda não foi resolvido, mas foi diminuído - com as campanhas dirigidas, de caráter esclarecedor do público (dentro e fora do meio espírita), mostrando à sociedade as práticas verdadeiramente espíritas daquelas misturas ritualísticas.
3º - Porém, se de um lado, pela inteligência, providências e ações de espíritas lídimos, esse perfil sócio-doutrinário foi sendo alterado, por outro lado, a atividade espírita ressentiu-se em seu interior, no miolo do próprio movimento, de um outro fenômeno tão grave quanto aquele do fenômeno sincrético: a introdução de teorias estranhas às bases doutrinárias e que estão sendo assimiladas e introduzidas nas práticas dos centros.
4º - Não será o caso, neste artigo, de comentar cada um desses movimentos estranhos à doutrina e que se encontram infiltrados nos centros espíritas. Basta dizer que são atividades que envolvem conceitos não espíritas e que se apresentam apenas para satisfazer o culto à personalidade de seus iniciadores - parecem espíritas mas não o são. E por que os que dirigem os centros ainda aceitam essas teorias não espíritas? Porque ainda não conhecem profundamente as bases da doutrina que abraçaram, e tampouco compreendem o importante papel do centro espírita na atualidade.
Entretanto, esses espíritas passarão e a doutrina permanecerá.
Novos espíritas surgirão. Novos dirigentes assumirão a direção das casas espíritas, o que, ao contrário do que alguns supõem, não é reduto apenas do Homem encarnado: é o ponto de encontro entre os homens e os Espíritos com vistas ao aprimoramento de ambos os planos da vida. Os dirigentes do futuro terão que pensar seriamente nisso para colocar os centros no lugar em que precisam estar, a fim de que atendam às finalidades essenciais de educação espiritual do homem.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

''DIFÍCIL NÃO É COMEÇAR,DIFÍCIL É RECOMEÇAR''


''DIFÍCIL NÃO É COMEÇAR, DIFÍCIL É RECOMEÇAR'' 
“Difícil não é começar, difícil é recomeçar”. Li esta frase hoje, escrita em um quadro negro, em um dos lugares onde eu trabalho. Deixou-me pensativa. Ora, as coisas acabam. Tudo que tem um começo tem também um fim. Só o que tem fim é que pressupõe um recomeço. Aquilo que é infinito não pode ter um começo.
Diariamente vemos pessoas sofrendo com o final das coisas. Finais de relacionamentos, finais de histórias, finais de dia, finais. Espera-se ansiosamente pelo último capítulo da novela, pela última página do livro, pelo último dia de trabalho na empresa, pelo último dia de aula. Mas não pelo último beijo. Não pelo último brinde. Não pelo último afago. Não pela última palavra. Não pelo último dia de vida.
Todos sabemos que vamos morrer, basta estar vivo para isso, diz o clichê. Mas a vida se tornaria insuportável se não nos “esquecêssemos” disso. Justifico o uso das aspas. Não se esquece que vai morrer. Ninguém em sã consciência coloca-se em uma situação de risco, porque esquece que pode morrer. Não nos jogamos da janela porque esquecemos que somos mortais.
Mas por outro lado, sim, esquecemos que podemos morrer. Acreditamos sermos imortais. É o tal do “isso não acontece comigo”. E não é só com a morte. O fulano faz sexo sem camisinha, duvidando de que pode mesmo pegar uma doença venérea. A fulana engravida, duvidando de que o seu corpo poderia gerar uma criança. O outro dirige depois de beber um bocado, pensando que vai ter sorte e chegar em casa sem nenhum arranhão. A outra cai no golpe do bilhete premiado achando que é esperta. E assim a vida segue.
A vida está sempre nos lembrando de que as coisas têm um final, de que não somos imortais, de que não somos super-heróis, de que não temos super poderes. E nós não cansamos de não aprender. Por quê?
Em Psicanálise, chama-se de recalque esse esquecimento que coloco entre aspas. A vida seria insuportável se tivéssemos consciência, o tempo todo, da morte. Quem suportaria falar cada palavra, pensando que poderia ser a última? Alguém seria forte o suficiente para dar o último beijo em cada beijo? Quão doído seria sair de casa para ir ao trabalho? Quão doído seria deixar os filhos na escola? Quem poderia dormir? É preciso recalcar a morte.
Por outro lado, suportaríamos a eternidade? E se vivêssemos para sempre? Quanto dura o “para sempre”? O eterno é simplesmente isso; eterno. Ausência de tempo, ausência de medo, ausência de riscos. Pode parecer confortável a uma primeira vista, mas certamente seria tão insuportável quanto se lembrar da morte o tempo todo. É como no filme “O diário de um vampiro”, em que o personagem principal diz que a eternidade é a sua maldição. Ou ainda, Fred Mercure, que canta: “Who wants to live forever?”
Somos incapazes de valorizar as coisas das quais temos certeza. Não podemos amar as coisas das quais temos certeza. A certeza ofusca, deixa as coisas sem brilho. Seja a certeza de viver ou de morrer. Queixamo-nos da falta de garantias que a vida nos proporciona. Mas queixamo-nos de tantas coisas que amamos! Reclama-se da falta de liberdade que há nos relacionamentos, mas não se vive sem eles! (Cabe aí relacionamento com mãe, namorado, esposa, filho, etc) Queixamo-nos do outro, mas não podemos viver sozinhos.
Só podemos viver na condição de amar. Só podemos amar na condição de duvidar. Só podemos duvidar na condição de desejar. Desejar ser amado, desejar amar, desejar crescer, desejar viver, desejar realizar, desejar desejar.
“Difícil não é começar, difícil é recomeçar”, dizia a frase. O recomeço acontece depois de uma decepção. Depois que a vida nos frustra, nos lembra de que não há garantias, de que não estamos completamente seguros em lugar nenhum na vida. Seja um lugar de espaço físico (em casa, na rua, no shopping), ou em espaço como posição (namorada, marido, noiva). A vida vem, nos lembra da nossa finitude, e aí é preciso um recomeço. Frequentemente escuto pessoas dizerem que suas vidas melhoram depois disso. Que passaram a valorizar o seu tempo, a sua vida, depois de levar uma “rasteira” da vida; ou da morte. Há portadores de HIV que juram que a sua vida melhorou depois de saber do vírus. Dizem que passaram a viver, ao invés de apenas sobreviver.
Talvez porque sabendo da efemeridade das coisas, pode-se aproveitá-las. Sabendo da incerteza de cada momento, podemos vivê-los. Podemos passar de espectadores, a atores.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

A Insatisfação Humana


Muito comum ouvirmos reclamações dos irmãos em humanidade sobre tudo quanto acontece na face da Terra, na vida relacional, principalmente. Pode ser considerado procedimento normal? Afirmamos que não.

O homem reclama quando tem e quando não tem; reclama quando chove e quando não chove, o mesmo acontecendo com o calor e o frio. Se está desempregado reclama; mas, após empregar-se, algumas semanas depois, inicia toda uma insatisfação por estar ganhando pouco. Não sabia, ao empregar-se, qual o salário que receberia?

Em verdade, os anseios do homem são insaciáveis, com suas raras exceções. O fim de algo alcançado serve de trampolim para outros desejos. É o que acontece, normalmente, sem que tal anseio seja percebido pelo que o acalenta. 

De um modo geral, a criatura humana não está satisfeita com o que tem, e a sua primeira atitude é reclamar contra Deus, como se Ele fosse o culpado de tudo de ruim. Mas, de bom, não! De bom ele, o reclamante, fez por merecer, esforçou-se para detê-lo.

Vive-se uma avassaladora onda de violência, intempéries, deixando marcas terríveis de devastação, incompreensões várias quando a criatura aspira por uma convivência pacífica, fraternal onde possa reinar a harmonia de todas as forças, sejam humanas ou telúricas.

Sofre-se porque a saúde está em clima de desarmonia e a longevidade física, tão almejada de permanecer na Terra, começa a dar demonstração de fragilidade, está chegando ao fim. E o ser humano quer tanto permanecer ao lado dos que ama, conviver com eles para sempre, gozar-lhe a companhia!
Devemos convir, no entanto, que a vida na carne não carrega apenas dificuldades múltiplas como flagelos, pestes, epidemias infelicitadoras, crimes, todo tipo de violência, tantas ações sexuais em desalinho, inúmeros tipos de falcatruas, corrupção... A vida na carne se expressa como imenso palco onde os artistas, nós, estamos diante de um imenso campo de experiências, onde cada Espírito tem o dever de lutar pelo seu aperfeiçoamento moral-espiritual, tem um compromisso com seu próximo, está buscando socorrer o semelhante no dia-a-dia, ainda mais nós, os espíritas, que dizemos seguir Jesus.
Imperioso acostumarmo-nos à contemplação do nascer e morrer do sol, das flores desabrochando, a presença dos pássaros canoros, das cores verdejantes dos montes, dando colorido à paisagem que se une ao azul calmante do céu, do relevo das montanhas, das águas acolhedoras do mar e dos rios, da maciez da areia da praia num dia ensolarado, do choro do bebê que surge para mais uma encarnação, o olhar manso do idoso e sentirmos o quanto de feliz somos por desfrutarmos de tudo isso sem nada ser exigido em troca.

Precisamos nos integrar à beleza da Natureza, senti-la. 

Importa considerarmos estes detalhes aqui assinalados, e percebermos que as reclamações são registros de impaciência, inconformidade e também de insubordinação às Leis de Deus, sem conexão com outro motivo qualquer.

Toda a Natureza fala do amor de Deus por todos nós, Ele que a construiu e entregou-a à nossa responsabilidade. Que cada um faça a sua parte, sem reclamações.

Sem nos darmos conta vamos nos aperfeiçoando na Terra, dela colhendo importantes lições que nos levarão ao progresso. Não condenemos a nossa habitação. Não ignoremos as possibilidades que ela oferece, sempre visando a nossa mudança, nossa iluminação espiritual que nos afastará, amanhã, das dificuldades.

Aprendamos a valorizar o mundo e cuidemos de tudo que significa sua capa: os animais, os vegetais, os rios, os mares, as florestas, as praias, o ar, as geleiras, o calor do sol e passemos a bendizer os esforços de todos os que nos antecederam aperfeiçoando-o para que o encontrássemos como agora o temos.
Para chegarmos ao Pai Criador, velejemos nesse mar imenso que é o Universo. Descobrirmo-nos é o primeiro passo; amarmo-nos o segundo; o terceiro é o encontro com o Pai.

Deus está alojado em nós e o aprendizado que nos leva a descobri-Lo é concedido pela vida planetária, com todas as suas inúmeras dificuldades e diferenças, reconheçamos, mas cujo objetivo é retirar das nossas reencarnações as marcas imensas da insensatez espiritual, transformando-as em leitos de estrelas cujo brilho se projetará sobre nós.

Vamos amar e respeitar nosso lugar de nascença e nossa existência dada pelo Criador, ela é o campo que nos acalentará agora, caso trabalhemos afanosamente em prol da mudança quanto ao modo de ver e de sentir a vida.

Ninguém é igual a nós, as diferenças são flagrantes e a alteridade pede, exige esforços de todos, no sentido de aceitarmos o próximo como ele é, a vida como se apresenta, sem deixar de lutar para que ela melhore, usando os mais legítimos direitos e cumprindo as obrigações morais.

Reclamar, nunca! Aceitar, sempre!



Artigo publicado na Tribuna Espírita, edição de Maio/Junho de 2005 e reproduzida com autorização do autor

Doce Libertação



Ademir Xavier Jr.


E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."

Olavo Bilac, "Ouvir estrelas"
Poesias, Via-Láctea, 1888.

O fim do mês de Junho do ano passado marcou também o fim de um brilhante capítulo na história do Espiritismo. Deixou triunfante a crosta terrestre o Espírito luminoso de Francisco Cândido Xavier.

Mas todo fim contém em si um começo, já que a vida nunca estaciona, conforme sempre afirmaram os milhares de Espíritos que, por meio dessa inesquecível figura, se comunicaram conosco. É o começo de uma nova era onde colheremos os frutos de nossa sementeira cultivada ao longo de nossas vidas, regada à luz de muitos dos ensinamentos de Chico a representarem a ressurreição do mais puro Cristianismo entre nós.

Diante de Chico ficamos deslumbrados com o que o ser humano pode ser um dia e ficamos a imaginar um planeta, em um outro sistema estelar, repleto de seres como ele. Quanto deslumbramento e felicidade certamente uma esfera dessa ordem deve representar! É para onde devemos caminhar certamente, ainda que a penosos esforços no burilamento diário de nossas imperfeições. Com esse pensamento em mente podemos fazer idéia do que representa realmente a felicidade celeste e de sua marcante diferença diante de nossos ideais de felicidades terrenos. E foi Chico que nos possibilitou essa visão por ter refletido como um espelho as torrentes de luz e amor a brotarem do firmamento.

Como retribuir e reverenciar propriamente essa apoteose de luz que se fez presente na Terra ao longo desses 92 anos de existência muito bem aproveitada?  São poucas as palavras em qualquer idioma da Terra que poderiam bem descrever o que foi a vida de Chico. Distantes do tempo em que ele nasceu, nos idos da década de 1910, vivemos num mundo diferente, com muito mais recursos, e perdemos a noção das dificuldades que esse homem conheceu em nome do Espiritismo. Nunca vascilou diante dos inúmeros problemas a se multiplicarem vezes sem conta, das dificuldades de saúde, de relacionamento pessoal para com aqueles que eram incapazes de entender a dimensão de sua missão e de seus próprios desejos pessoais. Diante de todos eles, ele triunfou absolutamente. Chico Xavier é bem a prova contundente de que quanto mais um ser humano se doa para os outros - e olhe que no caso dele foram milhares -  tanto mais ele se engrandece.

O dia de seu desencarne é também o dia que nos faculta uma comparação que não poderia deixar de chamar a atenção. Quando a enorme massa popular festejava  um triunfo ilusório, libertou-se dos últimos laços que o prendiam à matéria, serenamente, sem chamar a atenção, sem exigir para si qualquer notícia mais destacada, que se empalideceu diante da festa popular. E completou assim sua existência dando-nos mais uma prova de sua humildade extraterrena. Como uma estrela, ascendeu aos planos superiores deixando aqui, plenos de saudade e muita alegria, todos nós que tivemos o privilégio de acompanhar, ainda que distantes, sua inesquecível figura.

"Ouçam todos aqueles que tem ouvido de ouvir. Pois só quem ama pode ter ouvido capaz de ouvir e entender estrelas."


(publicado originalmente no Boletim do GEAE n. 460- Julho de 2003 e reproduzido com autorização do autor)

O Deficiente Doenças Congênitas, Monstros e Prodígios



                Nenhum pai ou mãe deseja ou aceita com normalidade filhos com defeito congênito. Deve ser um dos momentos mais difíceis para o médico ou equipe hospitalar, quando precisa comunicar a família que o bebê não saiu de acordo com os projetos sonhados. Para tais situações se faz necessário adotar-se uma generosa postura de aceitação fundamentadas no amor que Jesus nos ensinou.
                Se a sociedade ainda alimenta preconceitos raciais de cor e contra a pobreza, podemos fazer idéia de como está marcada a história cultural das deficiências físicas que podem se manifestar até mesmo em alguém de nossa descendência. Obstinados pelo preconceito, essas pessoas são vistas como híbridos animais e até algumas décadas atrás eram exibidas como aberração da natureza em atração circense. Doença congênita é muito terrível sim, mas nada que impossibilite essas pessoas de viverem plena e produtivamente. São múltiplos e diferentes os casos da deficiência congênita que temos conhecimento na história da humanidade. Poderíamos começar lembrando a história do gigante caolho que Ulisses derrota na odisséia, poema épico de Homero, é uma deformação em que a criança nasce apenas com um olho, ciclopia; a Síndrome de Hurler, ou Gargulismo, deficiência genética no metabolismo de açucares que causa deformação facial, Gêmeos Siameses, (com duas cabeças no mesmo corpo), podemos incluir ainda a Síndrome de Down e os conhecidos casos de cérebro exposto, as más formações de mãos e pés, corpos humanos com cabeças de supostos animais etc...
                Devido à falta de explicação para a origem de tantos defeitos, a ciência acabou colaborando com o desenvolvimento de crenças e mitos dos mais variados. Mas graças aos avanços das pesquisas da genética molecular e o projeto Genoma Humano, muitos ou quase metade desses defeitos congênitos já tem explicação; e a outra parte seriam de causa desconhecida.
                Cuidados básicos que a gestante deve ter, tais como não fumar, não beber, alimentar-se bem, fazer os exames pré-natais, etc, contribuem para a prevenção e diminuição de riscos, embora muitos dos casos de doença genética sejam casuais, independendo de fatores de risco. Enquanto não possuimos os meios de diminuirmos esses casos, o que devemos fazer é levar a zero o preconceito com relação ao deficiente.
                A questão 335 do Livro dos Espíritos diz que além do gênero de vida que lhe deve servir de prova, o espírito pode também escolher o corpo, porque as imperfeições deste corpo são para ele provas que ajudam o seu progresso, se vence os obstáculos que nele encontra. Mas a escolha não depende sempre dele. Quando o espírito é atrasado ou não tem aptidão para fazer uma escolha com conhecimento de causa, Deus lhe impõe experiências como instrumento de expiação. Os espíritos mais evoluídos fazem o próprio planejamento, conscientes de suas responsabilidades que lhe servirão de provação.
Consultas: REVISTA SUPER INTERESSANTE  Agosto/ 2000
(Artigo originalmente publicado no Informativo Peixinho Vermelho n. 52 em 24/10/2003 e reproduzido com autorização do Centro Espírita Seareiros de Jesus)

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Violência no lar


Tem se falado muito a respeito da violência. Daquela que existe nas ruas e atinge pessoas aparentemente inocentes.
A cifra diária fala de assaltos, de assassinatos, de sequestros. E parece que ninguém está a salvo.
Comenta-se também da violência de esposos embriagados ou em desequilíbrio, agredindo esposas.
Fala-se de pais atormentados ou em desespero, que agridem fisicamente seus filhos, provocando-lhes lesões corporais ou até a morte.
Tudo isto choca e muitas vozes se erguem para protestar, proteger, sugerir soluções.
Existe, no entanto, outro tipo de violência não menos cruel. Embora nem sempre percebida pelos demais, porque fica acobertada pela covardia.
Ou talvez exatamente porque se passa entre as quatro paredes do lar.
Falamos de idosos obrigados a excessivo labor pelos seus próprios filhos.
Idosos que já trabalharam muito e hoje, dependentes economicamente daqueles que geraram, são constrangidos a realizarem tarefas superiores a suas forças, já depauperadas.
Correr atrás de crianças levadas o dia todo, providenciar a limpeza da casa, lavar e passar roupas, ir ao supermercado.
Mesmo que a vista já se apresente meio turva e haja dificuldades para distinguir se o sinal está aberto para os carros ou para eles.
E quando a roupa não estiver bem passada ou a comida do jeito que era esperado, ouvem reclamações e acusações de que não valem nem o incômodo que causam.
São irmãos dependentes de outros irmãos, por problemas de enfermidades ou por serem menores, que devem amargar o pão que recebem para se alimentarem, todos os dias.
Pão que tem gosto de fel.
Filhos pequenos que suportam todos os dias os gritos e as agressões verbais de pais frustrados em suas paixões ou em seus sonhos.
Violência no lar que traduz, na verdade, a violência que vai na alma de cada um.
Cada um de nós denuncia nos seus atos a sua verdadeira identidade. Boa ou má.
Talvez alguns de nós não cheguemos aos extremos que falamos. Contudo, estamos a meio caminho.
Por isso, se a consciência nos diz que estamos sendo muito agressivos, deseducados e descuidados com os nossos afetos, paremos logo.
Se os nossos gritos e reclamações estão alcançando pais idosos e enfermiços, recordemos do quanto deles recebemos.
Quantas noites de insônia quando nós, crianças, nos apresentávamos doentes. Quantos cabelos fomos nós mesmos que colorimos com a brancura da neve, com nossas rebeldias e má-criações.
E nem por isso, nos deixaram de amar. Sempre continuamos a ser para eles as eternas crianças que um dia eles acalentaram.
Agora suas mãos e faces enrugadas nos pedem calma, carinho, atenção.
É o mínimo que lhes podemos ofertar, como dádiva de gratidão pelo tanto que recebemos.
Trabalho como terapia? Excelente! Mas não em excesso, que lhes debilite ainda mais as poucas forças que têm, ou os preocupe ao ponto de perderem o sono.
Se a nossa raiva está sendo descarregada sobre irmãos menores ou de qualquer outra forma dependentes, recordemos que não foi o acaso que assim providenciou.
São as Leis Divinas que colocam o mais fraco sob nossa guarda. É a Providência Divina que nos endereça aqueles mesmos que ontem, de uma outra forma, machucamos ou até roubamos.
Se os nossos filhos pequenos estão recebendo a descarga das nossas frustrações, comecemos a agir de forma diferente.
Os que renascem na carne são sempre Espíritos na escalada do progresso. Normalmente, não é fácil o recomeço, a retomada dos compromissos.
Paciência é o que nos pedem. Cuidados. E amor.
*   *   *
Aprendamos a respeitar na criança a inocência do Espírito que ainda não se revelou por inteiro.
E nos cabelos brancos da velhice a experiência e as dores dos que ultrapassaram os anos no trabalho e na luta.

Redação do Momento Espírita.
Em 19.11.2012.

O que nos falta


Stan Belin, desde pequeno, sonhou muito alto. Certa vez, debruçando-se na amurada de uma ponte, ficou olhando um maravilhoso iate que passava embaixo.
Pôde ver as pessoas ricamente trajadas, sorrindo, felizes. Era um cenário de luxo e conforto e, naquele momento, ele decidiu que batalharia para ter sucesso na vida.
Os seus alvos passaram a ser dinheiro, poder e prestígio. Aluno exemplar, formou-se em Odontologia. Casou-se com uma moça que conhecia desde os tempos de escola.
O dinheiro começou a surgir em abundância. Sua reputação espalhou-se. Ele conseguiu prestígio com a nomeação para um alto cargo, pelas autoridades do Estado onde vivia.
Teve dois filhos saudáveis. Conseguiu uma casa magnífica, automóveis luxuosos. Desfrutava férias em lugares exóticos.
Finalmente, comprou um lindo iate e navegou até a ponte, onde em criança começara seu sonho.
Era o ponto culminante. No entanto, Stan se sentia imensamente triste e desesperado.
Conquistara tudo que idealizara. Era invejado, mas sentia-se perdido, vazio, insatisfeito.
Logo chegou a depressão.
Ele se sentia desalentado, infeliz.
Almejava comprar confiança e tranqüilidade, mas elas não estavam à disposição no mercado de capitais.
A pouco e pouco, foi abandonando a profissão. Já não era a pessoa conversadora nem bom dentista.
Enveredou pelo caminho das drogas e se deixou envolver.
As drogas lhe davam uma euforia que era sempre mais fugidia. Durava breves segundos e logo ele voltava a cair nos profundos abismos da depressão.
Perdeu a casa, o iate, o respeito por si mesmo.
Levantava-se a cada dia, contemplava a face da manhã e se perguntava:
Por que estou tão vazio por dentro? O que me falta? Pois não conquistei tudo que almejei: família, dinheiro, prestígio, poder? O que me falta?
*   *   *
À semelhança de Stan, muitos seguimos pelas veredas humanas sem objetivos verdadeiros.
Idealizamos metas fictícias e as perseguimos para descobrir, ao conquistá-las, que elas não nos preenchem as necessidades íntimas.
Tudo porque, em verdade, temos sede de Deus.
Deus, o amigo perfeito, sempre disposto a nos ouvir as queixas e a nos apresentar soluções.
Deus que, silencioso, fala em todas as expressões da natureza.
Sempre indulgente, e refúgio seguro, tranqüilizando-nos. Sempre se encontra suficientemente perto para tomar conhecimento das nossas necessidades, providenciando o apoio de que carecemos.
Ninguém que Dele não necessite. Ele preenche todos os vazios e estabelece roteiros seguros para as nossas vidas.
Com Deus no coração e na mente agiremos com decisão feliz e desempenharemos as nossas tarefas com dinamismo elevado.
*   *   *
Deus sempre nos abençoa, quer O busquemos ou não.
Mas se, através do pensamento, sintonizarmos com Suas dádivas, melhor assimilaremos a irradiação do Seu amor, aquecendo-nos as almas.
Deus provê todas as nossas necessidades, mas não as assume, para não anular o nosso esforço e valor, o que então nos candidataria à inutilidade.
Redação do Momento Espírita com base no artigo
 Eles desafiaram a cocaína ... E perderam, de autoria
 de Henry Hurt, publicado em Seleções Reader’s
 Digest, de setembro de 1988 e no cap. 3 do livro
 Filho de Deus, pelo Espírito Joanna de Ângelis,
 psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 10.06.2008.

Trabalhadores da última hora


Em suas pregações, Jesus utilizou largamente o recurso das parábolas.

Mediante elas ministrou ensinamentos morais a um povo rude, ainda incapaz de assimilar as grandes verdades da vida, em toda a sua pureza.

Sob o véu da alegoria, jazem rutilantes ensinamentos.

Cada qual extrai das parábolas a lição compatível com seu estado evolutivo.

Mas a essência, sempre consistente na necessidade de uma vida honesta e fraterna, é acessível a todos.

À medida que a criatura cresce em compreensão, ela percebe novos desdobramentos de uma mesma passagem evangélica.

Utilizando uma expressão do Cristo, passa a ter olhos de ver.

É muito conhecida a Parábola dos trabalhadores da última hora.

Nela, Jesus fala de um proprietário de vinha que assalariou trabalhadores em diversos momentos do dia.

Ao final, a todos remunerou igualmente.

Assim, quem trabalhou apenas uma hora ganhou o mesmo de quem iniciou a tarefa ao alvorecer.

Proporcionalmente, a remuneração dos últimos contratados foi muito superior à dos primeiros.

Por se tratar de um ensinamento alegórico, dele podem ser extraídas variadas lições.

Um dos enfoques possíveis é comparar os trabalhadores com todos os envolvidos na reforma moral da Humanidade.

Ao longo dos séculos, eles se sucederam.

Foram profetas, legisladores, administradores, juristas e pensadores os mais diversos.

A diferença na remuneração pode ser referida ao resultado obtido com a tarefa.

No princípio, as criaturas eram muito rudes e bastante refratárias aos ensinamentos.

Com o passar dos séculos, foram se tornando mais receptivas e maleáveis.

Hoje, as leis civis implementadas por Moisés parecem bastante severas.

Por exemplo, a regra do olho por olho soa intolerante aos ouvidos do homem moderno.

Mas para a época foi uma grande e importante inovação.

Até então, vigorava a vingança desmedida.

Perante um mal feito, não raro se eliminava não apenas o ofensor, mas toda a sua família.

A proporcionalidade da represália representou um avanço moral.

Como o povo ainda não conseguia perdoar, ao menos se tinha um limite para o revide.

E assim gradualmente a Humanidade evoluiu.

Incontáveis pessoas dedicaram suas vidas a esse mister.

Coisas que hoje parecem naturais são fruto de grandes lutas e renúncias.

Direitos trabalhistas, igualdade entre homens e mulheres e proibição de penas cruéis são alguns exemplos.

Pode-se dizer que os reformistas dos primeiros tempos trabalharam na base do edifício.

Hoje já se atua na cumeeira, na medida em que a Humanidade está pronta para vivenciar a fraternidade.

Notícias sobre atos cruéis e desonestos chocam, pois no íntimo a maioria da população deseja outras vivências.

Em suma, chegou a vez dos trabalhadores da última hora.

É preciso se tomar do ideal de viver em um mundo melhor e agir para que ele se implante na Terra.

Urge que os homens de bem mostrem a força de seu caráter e ocupem espaços.

É necessário que as crianças sejam educadas para amar o trabalho e a honestidade e viver fraternalmente.

Mas, mais do que apenas belos discursos, são necessários exemplos.

A generosa recompensa do esforço será a ventura de viver, e mais tarde renascer, em um mundo justo e fraterno.

Pense nisso.
Redação do Momento Espírita.

Noites escuras


Sem dúvida, a vida e a obra de Madre Teresa de Calcutá são fontes de inspiração para todos os que objetivam o bem, a caridade e o amor.
Nascida na Albânia, em 26 de agosto de 1910, aos dezoito anos fez seus primeiros votos religiosos.
A serviço de sua congregação, foi enviada à Índia, como professora. Mais tarde, se tornaria assistente no Lar dos moribundos, em Kalighat.
Foi nessa instituição que teve o seu contato com atividades assistencialistas e, sobrepondo barreiras étnico-religiosas, recebeu donativos de hindus, muçulmanos e budistas para as obras de caridade.
Auxiliou crianças e idosos abandonados, mulheres grávidas, leprosos, aidéticos e uma infinidade de homens e mulheres necessitados.
Mais do que um curativo, um prato de comida, Madre Teresa trabalhava incessantemente em prol daqueles cuja esperança havia sido furtada e oferecia amor a todos aqueles que a sociedade marginalizava.
Merecidamente, recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1979, além do título de DoutoraHonoris Causa em Medicina pela Universidade Católica Sagrado Coração, na Itália, e a Medalha Presidencial da Liberdade, nos Estados Unidos, em 1985.
Desencarnou em 1997, aos oitenta e sete anos, legando à Humanidade um grande exemplo de humildade e amor ao próximo.
O que poucas pessoas sabem é que Madre Teresa de Calcutá passou por um período de conflito em sua vida. Seus biógrafos costumam chamar de a noite escura de Madre Teresa.
Nesse período, em cartas enviadas a amigos e confidentes, ela revelou um profundo sentimento de vazio, de escuridão.
Numa de suas cartas escreveu: Há tanta contradição em minha alma, um profundo desejo de Deus. Um sofrimento contínuo e, com isso, o sentimento de não ser querida por Deus, vazia, sem fé, sem ânimo, sem zelo.
Pessoas que conviveram de forma mais íntima com Madre Teresa afirmam que ela superou seus conflitos e manteve, ainda com mais determinação, o anúncio do Evangelho do Cristo e o amor aos pobres.
Mais tarde, já bastante idosa, a discípula do amor foi questionada acerca de sua noite escura.
Ela respondeu, de forma bem humorada, que tais conflitos internos serviram de proteção diante de tanta exposição na mídia, de forma que não perdesse de vista seus objetivos, ou seja, o amor e a caridade.
Também com suas dúvidas existenciais Madre Teresa nos deixa valiosas lições. Mesmo diante de íntimos questionamentos, manteve-se firme em seus propósitos.
Nos momentos em que não conseguia administrar seu torvelinho interno de dúvidas, trabalhava mais e mais em prol do próximo.
E foi o próximo, o mais simples, o mais necessitado, que fez a ponte entre ela e as respostas que ardentemente desejava.
Da mesma maneira, muitas vezes passamos por noites escuras. Conflitos externos e internos que assolam nossas almas.
Jesus sentenciou: Faça aos outros tudo aquilo que gostaria que a ti fosse feito. Para encontrar respostas, Madre Teresa seguiu à risca tal recomendação. Teremos nós disposição suficiente para fazê-lo também?
Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita, com dados do
livro 
Madre Teresa venha, seja minha luzdeBrian Kolodiejchuk, ed. Thomas Nelson.
Em 6.10.2012.

Jesus e os dias de hoje

 


Aqueles dias, nos quais esteve Jesus cantando as glórias de Deus, pelas terras da Palestina, eram dias de grandes dificuldades morais.
As aflições, dramas pessoais, dificuldades de relacionamento, de entendimento entre povos e culturas faziam-se constantes.
A incompreensão, o preconceito, a preocupação com a aparência externa e com o aspecto social era a tônica, nos relacionamentos, principalmente nas classes mais abastadas.
Não muito diferente dos dias de hoje. Em termos morais e valores íntimos, ainda somos muito parecidos com aqueles que encontraram Jesus, durante Seu périplo de amor.
Os dramas vivenciados há mais de dois mil anos, na intimidade daquele povo, se assemelham muito aos desafios emocionais que hoje enfrentamos.
Por isso, os conselhos de Jesus são ainda tão atuais.
Ele falava para um povo que vivia em um mundo sem recursos tecnológicos, utilizava de analogias e comparações que pudessem ser compreendidas, pelas gentes simples.
Não obstante, Seus conceitos e orientações são ainda atuais.
Jesus não Se preocupava com as coisas do mundo. Ensinava as coisas da alma.
Sem preocupar-Se com os valores temporais, era, por excelência, o Sábio dos valores da alma, que os conhecia em profundidade.
Assim, Seus conceitos atravessaram os séculos chegando até nós com atualidade arrebatadora.
Nestes dias onde o estresse emocional e a ansiedade são doenças crônicas, Jesus nos aconselha a deixar a cada dia suas próprias preocupações e necessidades, sem nos afligirmos com o futuro desconhecido.
Ensina-nos a ter confiança e fé em Deus. Serve-Se do exemplo das aves dos céus, que não semeiam, nem ceifam e dos lírios do campo, que não tecem, nem fiam, mas têm uma beleza incomparável, para falar da Providência Divina.
Alerta-nos a não termos atitude inercial, esperando um salvacionismo ilusório, dizendo-nos que é necessário buscar para achar e bater para que as portas se abram.
Nestes dias em que, muitas vezes, nos colocamos como omissos e descomprometidos com nossa vida em sociedade, Jesus nos fala que somos o sal da Terra. E o sal deve atender à sua finalidade de preservação e de sabor.
Quando se mostra tão frequente o descrédito com o ser humano, Jesus nos alerta que somos a luz do mundo e que devemos fazê-la brilhar em nós, através das boas obras que somos capazes de executar.
Nestes dias onde o ter costuma sobrepujar o ser, onde a cobiça e o comprar são as grandes sensações, é Jesus que nos alerta para não nos preocuparmos com tesouros que a traça e a corrosão consomem.
E mais: que onde estiver nosso tesouro, aí estará nosso coração.
Os conceitos de Jesus talvez jamais tenham sido tão importantes como nos dias desafiadores que registra a Humanidade.
Nestes dias, em que os valores e as instituições são questionadas e abalam-se, perante a sociedade e os homens, Jesus prossegue como Modelo e Guia.
É Ele a referência indispensável para bem atravessarmos os mares encapelados da atualidade, para que Sua luz seja o farol que nos haverá de conduzir ao porto seguro que nos aguarda, após a tempestade.

Redação do Momento Espírita.
Disponível no cd Momento Espírita, v. 21, ed. Fep.
Em 09.04.2012.

Ação de paz


A paz é um dos tesouros mais desejados nos dias atuais. Muito se tem investido para se conseguir um pouco desse bem tão precioso.
Mas, será que nós, individualmente, temos feito investimentos efetivos visando tal conquista?
O que geralmente ocorre é que temos investido nossos esforços na direção contrária, e de maneira imprópria.
É muito comum se desejar a paz e buscá-la por caminhos tortos, que acabam nos distanciando dela ainda mais.
O Espírito Emmanuel, através da mediunidade de Chico Xavier, escreveu, certa feita, uma mensagem que intitulou Ação de paz:
Aflição condensada é semelhante à bomba de estopim curto, pronta a explodir a qualquer contato esfogueante.
Indispensável saber preservar a tranquilidade própria, de modo a sermos úteis na extinção dessa ou daquela dificuldade.
Decerto que, para cooperar no estabelecimento da paz, não nos seria lícito interpretar a calma por inércia.
Paciência é a compreensão que age sem barulho, em apoio da segurança geral.
Refletindo com acerto, recebe a hora de crise sem qualquer ideia de violência, porque a violência sempre induz ao estrangulamento da oportunidade de auxiliar.
Diante de qualquer informação desastrosa, busca revestir-te com a serenidade possível para que não te transformes num problema, pesando no problema que a vida te pede resolver.
Não afogues o pensamento nas nuvens do pessimismo, mentalizando ocorrências infelizes que, provavelmente, jamais aparecerão.
Evita julgar pessoas e situações em sentido negativo para que o arrependimento não te corroa as forças do Espírito.
Se te encontras diante de um caso de agressão, não respondas com outra agressão, a fim de que a intemperança mental não te precipite na vala da delinquência.
Pacifica a própria sensibilidade, para que a razão te oriente os impulsos.
Se conservas o hábito de orar, recorre à prece nos instantes difíceis, mas se não possuis essa bênção, medita suficientemente antes de falar ou de agir.
Os impactos emocionais, em qualquer parte, surgem na estrada de todos; guarda, por isso, a fé em Deus e em ti mesmo, de maneira a que não te afastes da paz interior, a fim de que nas horas sombrias da existência possa a tua paz converter-se em abençoada luz.
As palavras lúcidas de Emmanuel nos sugerem profundas reflexões em torno da nossa ação diária.
Importante que, na busca pela paz, não venhamos a ser causadores de desordem e violência.
Criando um ambiente de paz na própria intimidade, poderemos colaborar numa ação efetiva para que a paz reine em nosso lar, primeiramente, e, depois possa se estender mundo afora.
Se uma pessoa estiver permanentemente em ação de paz, o mundo à sua volta se beneficiará com essa atitude.
E se a paz mundial ainda não é realidade em nosso planeta, façamos paz em nosso mundo íntimo. Essa atitude só depende de uma única decisão: a nossa.
*   *    *
A nossa paz interior é capaz de neutralizar o ódio de muitas criaturas.
Se mantivermos acesa a chama da paz em nossa intimidade, então podemos acreditar que a paz mundial está bem próxima.
Porque, na verdade, a paz do mundo começa no íntimo de cada um de nós.
Redação do Momento Espírita, com base em
mensagem do livro 
Urgência, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de
Francisco Cândido Xavier, ed. GEEM.
Em 17.6.2013.

Um abraço


 O que você faz quando está com dor de cabeça, ou quando está chateado?
Será que existe algum remédio para aliviar a maioria dos problemas físicos e emocionais?
Pois é, durante muito tempo estivemos à procura de alguma coisa que nos rejuvenescesse, que prolongasse nosso bom humor, que nos protegesse contra doenças, que curasse nossa depressão e que nos aliviasse do estresse.
Sim, alguma coisa que fortalecesse nossos laços afetivos e que, inclusive, nos ajudasse a adormecer tranquilos.
Encontramos! O remédio já havia sido descoberto e já estava à nossa disposição. O mais impressionante de tudo é que ainda por cima não custa nada.
Aliás, custa sim, custa abrir mão de um pouco de orgulho, um pouco de pretensão de ser autossuficiente, um pouco de vontade de viver do jeito que queremos, sem depender dos outros.
É o abraço. O abraço é milagroso. É medicina realmente muito forte. O abraço, como sinal de afetividade e de carinho, pode nos ajudar a viver mais tempo, proteger-nos contra doenças, curar a depressão, fortificar os laços afetivos.
O abraço é um excelente tônico. Hoje sabemos que a pessoa deprimida é bem mais suscetível a doenças. O abraço diminui a depressão e revigora o sistema imunológico.
O abraço injeta nova vida nos corpos cansados e fatigados, e a pessoa abraçada sente-se mais jovem e vibrante. O uso regular do abraço prolonga a vida e estimula a vontade de viver.
Recentemente ouvimos a teoria muito interessante de uma psicóloga americana, dizendo que se precisa de quatro abraços por dia para sobreviver, oito abraços para manter-se vivo e doze abraços por dia para prosperar.
E o mais bonito é que esse remédio não tem contraindicação e não há maneira de dá-lo sem ganhá-lo de volta.
*   *   *
Já há algum tempo temos visto, colado nos vidros de alguns veículos, um adesivo muito simpático, dizendo: Abrace mais!
Eis uma proposta nobre: abraçar mais.
O contato físico do abraço se faz necessário para que as trocas de energias se deem, e para que a afetividade entre duas pessoas seja constantemente revitalizada.
abraçar mais é um excelente começo para aqueles de nós que nos percebemos um tanto afastados das pessoas, um tanto frios no trato com os outros.
Só quem já deu ou recebeu um sincero abraço sabe o quanto este gesto, aparentemente simples, consegue dizer.
Muitos pedidos de perdão foram traduzidos em abraços...
Muitos dizeres eu te amo foram convertidos em abraços.
Muitos sentimentos de saudade foram calados por abraços.
Muitas despedidas emocionadas selaram um amor sem fim no aconchego de um abraço.
Assim, convidamos você a abraçar mais.
Doe seu abraço apertado para alguém, e receba imediatamente a volta deste ato carinhoso.
Pense nisso! Abrace mais você também.
Redação do Momento Espírita, com base em palestras de
 Alberto Almeida, na cidade de Matinhos, nos dias 29, 30 e 31 
de março de 2002 e no texto intitulado Um abraço, de autoria ignorada. 
 Em 07.06.2010.