Profundamente expressivas as palavras de Jesus aos discípulos, nas primeiras
manifestações depois do Calvário. Comparecendo à reunião dos companheiros, espalha sobre
eles o seu espírito de amor e vida, exclamando: "Recebei o Espírito Santo." Por que não se
ligaram as bênçãos do Senhor, automaticamente, aos aprendizes? por que não transmitiu Jesus,
pura e simplesmente, o seu poder divino aos sucessores? Ele, que distribuíra dádivas de saúde,
bênçãos de paz, recomendava aos discípulos recebessem os divinos dons espirituais. Por que
não impor semelhante obrigação? É que o Mestre não violentaria o santuário de cada filho de
Deus, nem mesmo por amor. Cada espírito guarda seu próprio tesouro e abrirá suas portas
sagradas à comunhão com o Eterno Pai. O Criador oferece à semente o sol e a chuva, o clima e o
campo, a defesa e o adubo, o cuidado dos lavradorese a bênção das estações, mas a semente
terá que germinar por si mesma, elevando-se para a luz solar. O homem recebe, igualmente, o Sol
da Providência e a chuva de dádivas, as facilidadesda cooperação e o campo da oportunidade, a
defesa do amor e o adubo do sofrimento, o carinho dos mensageiros de Jesus e a bênção das
experiências diversas; todavia, somos constrangidos a romper por nós mesmos os envoltórios
inferiores, elevando-nos para a Luz Divina. As inspirações e os desígnios do Mestre permanecem
a volta de nossa alma, sugerindo modificações úteis, induzindo-nos à legítima compreensão da
vida, iluminando-nos através da consciência superior, entretanto, está em nós abrir-lhes ou não a
porta interna. Cessemos, pois, a guerra de nossas criações inferiores do passado e entreguemonos, cada dia, às realizações novas de Deus, instituídas a nosso favor, perseverando em receber,
no caminho, os dons da renovação constante, em Cristo, para a vida eterna.
Emmanuel
( Retirado do Livro “ Vinha de Luz “- Psicografado por Francisco C. Xavier)