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Queridos irmaos o chat esta aberto a todos ...aqueles que sentirem necessidade pode la fazer sua prece individual...usem e fiquem a vontade pq a espritualidade presente ira acolher depende unicamente da fé de cada um.....
Muita paz e luz a todos

domingo, 24 de novembro de 2013

a complexidade do que somos


 

     O estudo de “O Livro dos Espíritos” é realmente fascinante, encanta todos quantos adentram suas complexas entranhas doutrinárias na busca do conhecimento, ainda mais quando este é de aspeto científico.
     Foi demorado, como não poderia deixar de ser, o processo de nosso entendimento e assimilação da resposta à pergunta 88 de nosso livro básico. Não podíamos admitir que fôssemos, em essência, o que lá se encontra, uma chama, um clarão, ou uma centelha etérea. Mas, ali estava escrito, não havia como escusar-nos de aceitar a revelação dos Espíritos Superiores. Precisava, pois, realizar todo um trabalho de conscientização. Onde encontrar as necessárias explicações que fossem perfeitamente assimiláveis, além de lógicas, racionais? Como desvestir a aparência física com a qual nos acostumamos durante tantos milênios e aceitar que não somos ela?
     No entanto, quando queremos saber algo útil ao nosso progresso, a Espiritualidade Superior, através de nossa Guia, fornece os meios, aponta o caminho para encontrarmos o que anelamos.
     No livro do Espírito André Luiz, “Ação e Reação”, página 179, 4ª edição da FEB, psicografia de Chico Xavier, estava o que procurávamos com uma certa ansiedade.
     Poliana era uma mulher muito doente e recebia dos Espíritos, no mundo espiritual, quando desprendida, emancipada do corpo físico pelo sono, o tratamento que se fazia mister, tratamento este realizado, naquela oportunidade, sob a orientação do Assistente Silas.
     Fervorosamente, e deixando fluir palavras comoventes, Silas orou: “Oh Pai, não a deixes perder agora a bênção do corpo, na senda redentora onde se arrasta! Acrescenta-lhe os recursos para que não interrompa a experiência sublime em que se localiza!”
     Era uma rogativa a DEUS para que, de Poliana, não se lhe extinguisse a existência física, levando todos, ali presentes, às lágrimas, tão profunda e emocionante era a fé depositada por Silas naquela oração.
     E o que aconteceu em seguida à oração foi algo realmente fantástico ao nosso entendimento e à nossa imaginação:
     “Azulíneas cintilações nimbavam-lhe a cabeça e, como resposta do Alto, ali, na selvagem floração do bosque ermo, vimos, ao longe, cinco flamas ( realçamos ), em pontos diferentes do Espaço, que se aproximaram de nós, celeremente.
     “Renteando conosco, transfiguraram-se em companheiros ( realçamos )  que nos saudaram regozijantes.
     “Em rápidos minutos, energias imponderáveis da Natureza, associadas aos fluidos de plantas medicinais, foram trazidas à nossa enferma, que as inalava a longos sorvos, e, em tempo breve, vimos Poliana surpreendentemente refeita, pronta a retomar o envoltório ( o corpo carnal deitado em sua cama ) para a necessária restauração”, falou André Luiz.
     Atentemos, então, um pouco mais demoradamente, para o que foi realçado acima, as cinco flamas etransfiguraram-se em companheiros. Flamas são, segundo o dicionarista Aurélio Buarque de Holanda, chamas, labaredas. Ora, exatamente o que está em “O Livro dos Espíritos”, pergunta 88, como acima anotamos. Não havia mais como fugir desta realidade. Que nos acostumássemos a ela, era o que nos cabia. Além do mais, ficava também configurado que os Espíritos, de certa elevação, tomam a forma que desejam, dependendo das circunstâncias em que se vejam envolvidos. Aquelas flamas eram Espíritos Superiores que, ao se aproximarem dos outros espíritos mais atrasados, tomariam a forma, a aparência externa com a qual estes estavam familiarizados. Assim fizeram aquelas entidades. Explicado estava o que somos: flamas, pontos luminosos, clarões, centelhas etéreas que, de acordo com a evolução espiritual alcançada, toma a forma humana quando necessário,“transfiguram-se em companheiros” e nos ajudam, atendem às nossas necessidades.
     O perispírito, que nunca se separa do Espírito, torna-se cada vez mais etéreo, proporcionalmente à evolução espiritual alcançada, como está em “O Livro dos Espíritos”, pergunta 186. Transcreveremos a pergunta e resposta evitando seu desgaste, leitor amigo, de procurar na fonte. Kardec indagou: “Haverá mundos onde o Espírito, deixando de revestir corpos materiais, só tenha por envoltório o perispírito? Obteve como resposta: “Há, e mesmo esse envoltório se torna tão etéreo que, para vós, é como se não existisse. Esse o estado dos Espíritos puros”. O perispírito, deduzimos, tal a clareza da resposta, vai tornando-se tão etéreo que chega a confundir-se com o Espírito, como se não existisse, isto acontecendo, salientemos, com os Puros Espíritos. E para reforçar a explicação dos Espíritos a Kardec, busquemos no livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, no capítulo III, item 17, uma mensagem de Agostinho, onde constatamos, no final do segundo parágrafo: “Não mais sentidos materiais, grosseiros; somente os sentidos de um perispírito puro e celeste, a aspirar as emanações do próprio DEUS, nos aromas de amor e de caridade que do seu seio emanam”.
     Aproveitamos o ensejo para chamar a atenção para alguns descuidados que dizem, inclusive em nosso meio de atuação, que o Espírito perde o seu perispírito e vai tomando os dos mundos onde tenha que se manifestar, como se os perispíritos se encontrassem num guarda-roupa extra-físico. Sabemos que os Espíritos Superiores usam de uma linguagem acessível ao nosso entendimento e que, como é natural, sobre a questão perispírito, falaram de tal forma que deixaram transparecer que o perispírito seria algo colocado num determinado lugar, e o Espírito, quando dele precisava, assim como um capote, ia lá, pegava-o, vestia-o, usava-o. Não é, não pode ser assim, é explicação por demais infantil.
A metáfora sempre foi e será durante muito tempo uma forma didática persistentemente usada pelos Espíritos Elevados quando a nós se dirigem. Quem não souber desfazê-la ficará com a idéia truncada, o conhecimento deturpado e passará a espalhar pontos doutrinários de maneira incorreta, disseminando um erro que só poderá confundir em vez de esclarecer. Desfazer um equívoco doutrinário reveste-se de muito mais complexidade do que difundir uma verdade. Solto, o equívoco só tende a espalhar-se desastradamente, prejudicando a compreensão das verdades espíritas..
     Kardec, claro, seguiu a rotina de ensino dos seus Mentores e usou tais expressões metafóricas porque, entre tantos temas doutrinários sibilinos, um deles requer estudo cada vez mais profundo – o do perispírito, uma das bases de toda fenomenologia anímica e mediúnica. A outra é a mente.
     Expliquemos que o Espírito, quando tem necessidade de aparecer num determinado mundo, em especial ocasião, atrai para o seu campo eletromagnético, isto que Allan Kardec chamou de perispírito, os elementos materiais ( usemos esta expressão na falta de uma outra mais apropriada ) característicos deste mundo a fim de se tornar tangível e, assim, encontrar-se em condições de operacionalidade. O perispírito, repitamos, é, pois, um campo eletromagnético para onde são atraídas as moléculas formadoras da forma tangível a ser assumida pelo Espírito. Da mesma maneira como atraem as moléculas, Eles as deixam ao alcance do “laboratório da Natureza”, logo após o cumprimento do que Se propuseram realizar. Retornam à Sua condição essencialmente energética, isto é, àquela semelhante a uma chama, uma centelha, uma flama. Agora um lembrete: não são todos os Espíritos, repitamos, que logram tal façanha. Só a realizam os mais elevados, graças à condição evolutiva alcançada.

ADÉSIO ALVES MACHADO