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Queridos irmaos o chat esta aberto a todos ...aqueles que sentirem necessidade pode la fazer sua prece individual...usem e fiquem a vontade pq a espritualidade presente ira acolher depende unicamente da fé de cada um.....
Muita paz e luz a todos

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A que obriga o Espiritismo




            O Espiritismo é uma ciência essencialmente moral. Sendo uma doutrina do livre arbítrio e da razão, não impõe nenhuma obrigação, nenhuma proibição, nenhuma fórmula ritualística a seus adeptos; mas, através da conscientização que proporciona a respeito da vida e das consequências dos atos de cada um, leva seus adeptos às obrigações, cônscios das responsabilidades.

            A primeira das obrigações concerne ao indivíduo. Esclarecido pelas informações do Espiritismo ele pode compreender melhor o valor de cada uma de suas atitudes, sondar melhor a sua consciência, compreender melhor a infinita bondade de Deus que, através das vidas sucessivas proporciona a todos a oportunidade de reparar erros do passado e adquirir novos conhecimentos para evitar o mal, praticar a justiça e a caridade.

            Compreende que o egoísmo, filho do orgulho, cega a alma e faz violar os direitos do próximo, gerando todos os males da Terra. Amadurecido pelo discernimento e pela dor, compreende que a reencarnação é oportunidade valiosa para ele próprio obrigar-se a melhorar, tornando-se mais caridoso e humilde, contribuindo para a felicidade pessoal e coletiva.

            A segunda obrigação do espírita decorre e completa a primeira: é a do exemplo.

            Aquele que está convencido da excelência dos princípios Espíritas, que entendeu a doutrina como fonte propagadora de felicidade duradoura, almeja difundir esses ensinos a todos os homens. Daí a obrigação moral de conformar a sua conduta com a sua crença, tornando-se um exemplo vivo do verdadeiro espírita e do verdadeiro cristão, sendo este o melhor meio de divulgação da mensagem renovadora.

            Ainda imperfeito, o espírita deve exemplificar pelo esforço que emprega na sua renovação moral, servindo na sua esfera de ação com o espalhador dos benefícios do bom exemplo. Pode, amando a virtude, atrair simpatias à causa; mostrando que a prática do bem, além de não ser algo difícil ou distante, é promotora de felicidade íntima e de paz de consciência.

            Assim como o Cristianismo, o Espiritismo, bem compreendido, vem mostrar ao homem a absoluta necessidade de sua reforma íntima pelas consequências que resultam de cada um de seus atos e cada um de seus pensamentos; porque nenhuma emanação fluídica, boa ou má, escapa do coração ou do cérebro do homem sem deixar marcas em algum lugar.

            As obrigações que impõe o Espiritismo são de natureza essencialmente moral e uma consequência da crença e do conhecimento; cada um é juiz de sua própria conduta. Muitos se amedrontam com tal responsabilidade e se afastam do Espiritismo porque, ao contrário de um julgamento externo que pode ser facilmente ludibriado, o juiz interno, a consciência, jamais poderá ser enganado.

            Mas, para quem já compreende a doutrina como um caminho cujo conhecimento não pode mais ser relegado, mesmo que a pobre vestimenta de natureza corporal ainda seja um difícil obstáculo para o despojo das imperfeições, com esforços perseverantes, conseguirá desapegar-se do homem velho para se tornar o homem novo. As obrigações impostas à consciência, quando bem esclarecidas, têm mais força que jamais terão as obrigações das leis humanas.

            Afinal, afirma Luis de França1"Se vossa vida for um belo modelo, em que cada um possa encontrar bons exemplos e sólidas virtudes, onde a dignidade se alia a uma graciosa amenidade, regozijai-vos, porque tereis, em parte, compreendido a que obriga o Espiritismo".
1KARDEC, Allan. Revista Espírita - Jornal de Estudos Psicológicos. Ano IX - 1866, maio. Rio de Janeiro: FEB, 2004, p. 220.